Por Ernesto Santos*
Em resposta a um amável convite para despejar umas
asneiras na rubrica de Asneira Livre, decidi falar sobre as
novas instalações (falta de originalidade... eu sei).
Isto estava a correr muito bem... Demasiado bem.... Mas
agora começaram as aulas. Para aqueles que achavam
complicado trabalhar no centro da cidade, bem vindos à
maior concentração de automóveis do planeta. Foi
realmente boa ideia esta de criarem pólos que reunissem
geograficamente várias escolas do ensino superior. Pena que
não se tivessem lembrado que isso implicava que iam
começar a passar por aqui pessoas... Muitas pessoas! Por
outro lado, o trânsito já é impossível em qualquer parte
da cidade há tanto tempo que provavelmente foi uma
tentativa de manter a tradição... Afinal moro a 5 Km daqui
e ainda há uns dias demorei 1 hora e 30 minutos a percorrer
a distância de carro.
Por cá, e depois da excitação das mudanças, os
colaboradores já se habituaram à nova casa. Ou quase...
Afinal ainda continuo a ter problemas de deslocação entre
os vários pisos. Quando entro no elevador, mesmo depois de
uma luta desigual com a calculadora de parede, nunca sei em
que piso vou sair. Mas tem as suas vantagens. Qualquer
pessoa que se dirija ao INESC para uma entrevista passa
agora por um processo de pré-selecção. "Pode
dirigir-se ao 4º piso. O elevador é à sua direita".
Se o tipo realmente lá chegar sem ter que recorrer às
escadas, é "inginheiro" qualificado de certeza.
Falta saber quem é o responsável pelo resgate de
visitantes perdidos algures no edifício.
O layout interno em open space poupa uns quilómetros ao
fim do dia quando se trabalha com uma equipa numerosa. Um
sentido obrigado em nome das minhas pernas! As várias salas
de reunião disponíveis também dão muito jeito. Mas o
facto de não terem janelas torna-se um pouco
claustrofóbico. Mas pelo menos lá um tipo não tem que
levar com o sol nos olhos ao fim do dia como acontece nas
salas com janelas viradas a oeste. Sim, porque todas as
janelas estão equipadas com persianas... de fitas
perfuradas! Quem inventou esta novidade deve ter achado que
era altamente estético.
Enfim, uma quantidade de pormenores que também acabam
por ser divertidos e servir como tema de conversa para
ajudar a passar o tempo. A verdade é que mesmo com tudo
isto, uma mudança de ares faz sempre bem e o edifício
acaba por ser confortável. E esse conforto tem vindo a
aumentar graças aos comentários dos colaboradores e a sua
aceitação por parte dos responsáveis. Há sempre arestas
a limar depois de qualquer mudança e com tempo, paciência
e cooperação, tudo se resolve. Afinal, até já temos
água e café disponível nos vários pisos, secretariado
equipado com sistema de comunicação móvel interno ("béri
aitéque"), e um bar que permite que se conheçam mais
colegas de trabalho (gostei do pormenor das cadeiras do
bar.......exactamente! Mas que é produtivo, ninguém põe
em causa).
Aproveitem ao máximo a nova casa, ajudem a limar as
arestas, e bom trabalho!
*
Colaborador da Unidade Telecomunicações e
Multimédia (UTM)