O BIP celebra, com este número, dois anos. Seria uma
ocasião apropriada de revisitarmos alguns dos números
anteriores, e assim fizemos. Tranquilamente, deixámo-nos
surpreender por nós mesmos.
Há uma inegável satisfação com o trabalho produzido.
Parece-nos que ele espelha bem o melhor do INESC Porto:
fazer da ousadia um acto normal da vida.
E não é assim?
Convém-nos parar e reflectir, olhar em volta e elaborar:
aquilo que tomamos por normal ou corrente, no nosso modo de
ver, conviver e agir, é por outros visto como fora do
ordinário, incomum. Estamos definitivamente habituados à
qualidade, tratamos por trivialidade o que outros vêem como
problemas complexíssimos, parece-nos natural a nossa
postura quando afinal ela representa um estado de
percepção que demorou anos e anos a burilar e consolidar -
nada de natural, pois, e muito de construído.
Esta é uma das nossas mais valias colectivas: a cultura
institucional, o ar que se repira, a atitude que passa de
geração de investigadores para a seguinte. Esta cultura
diferiu em aspectos substanciais da clássica cultura
académica e, por isso, a Universidade enriqueceu-se,
desdobrou-se, pode abrir-se à sociedade e ser-lhe útil da
forma que convém que seja neste virar de milénio.
Relendo os BIPs anteriores, não temos dúvidas que essa
cultura lá se espelha, que o BIP é mais um factor de
coesão, que o BIP é um detalhe importante dentro do nosso
sistema - daqueles que nos dá gosto mostrar a amigos,
instituições vizinhas, clientes, empresas e
administração pública, investigadores e simples cidadãos
interessados.
Temos orgulho no nosso BIP, mas o bichinho-INESC Porto
não nos deixa sossegar, há que fazer melhor, ser mais
eficaz, chegar a mais gente - é este o abençoado vício da
casa, não quedar-se saciado. Por isso, começamos o
terceiro ano de BIP com um rosto novo.
A ciência ensina-nos que nem todas as experiências são
bem sucedidas, mas com todas aprendemos. Cumpre-vos julgar o
mérito desta mudança.