Já tivemos oportunidade, numa edição anterior do BIP, de
realçar a importância da actividade do Departamento de
Informação e Logística (DIL) no INESC Porto. A propósito da
recente submissão de candidaturas a projectos nacionais, é
justo destacar agora a actividade da Área de Controlo de
Gestão no sentido de tornar a vida mais fácil aos
investigadores, conseguir reaver milhões de euros esquecidos
ou atrasados... em suma, melhorar a eficácia global da
instituição.
A Área de Controlo de Gestão
No passado mês de Julho, quem olhasse para o edifício do
INESC Porto, pensaria que o prédio se movia, tamanha era a
agitação dos investigadores. A razão para tal azáfama foi a
submissão de candidaturas à Fundação para a Ciência e a
Tecnologia (FCT). Com a preciosa ajuda da Área de Controlo
de Gestão, integrada no DIL, foram submetidas 55
candidaturas distribuídas pelas várias Unidades (27 da UOSE,
15 da UTM, seis da UESP, quatro da USIC e três da USE).
Marta Barbas (responsável), Cidália Lima, Bárbara Maia e
Vanda Ferreira trabalham diariamente na coordenação e
execução das actividades inerentes ao planeamento e controlo
orçamental e de informação de gestão. À Área de Controlo de
Gestão cabe ainda a responsabilidade de acompanhar a
elaboração de candidaturas de projectos financiados e da
gestão económica e financeira dos mesmos.
O Sexto Programa Quadro
Uma das funções desta área do DIL é incentivar a elaboração
de candidaturas a projectos europeus, através de divulgações
e acompanhamento dos investigadores desde o início da
elaboração da candidatura. Marta Barbas e Cidália Lima
apoiam igualmente a elaboração de candidaturas ao programa
POSI - Programa Operacional Sociedade da Informação, cujos
financiamentos permitiram recuperar todo o investimento
realizado nas candidaturas ao Sexto Programa Quadro.
O INESC Porto submeteu 30 candidaturas ao POSI, tantas
quantas foram submetidas ao programa IST do Sexto Programa
Quadro, tendo sido todas aprovadas, o que, segundo Marta
Barbas, “permitiu obter um financiamento de cerca de 45 mil
euros para financiar a elaboração das candidaturas ao Sexto
Programa Quadro”.
Os financiamentos “esquecidos”
Marta Barbas, Cidália Lima e Bárbara Maia têm ainda a tarefa
de acompanhar a situação de tesouraria de todos os
projectos, permitindo recuperar os financiamentos atrasados
ou "esquecidos".
De acordo com a responsável desta área, é frequentemente
necessário efectuar diligências junto das entidades
financiadoras, bem como de alguns coordenadores de projecto,
que obrigatoriamente devem transferir os financiamentos
correspondentes assim que os recebem, para que o INESC Porto
possa receber os financiamentos que lhe são devidos
atempadamente. “Para isso, é necessário efectuar
periodicamente verificações e relembrar aos "esquecidos"
aquilo que já deveríamos ter recebido”, explica Marta
Barbas.
A importância do PRIME
A elaboração, ou coordenação, das candidaturas ao PRIME -
Programa de Incentivos à Modernização da Economia, bem como
dos respectivos relatórios, sempre em contacto estreito com
a entidade gestora (que agora é a Agência de Inovação), está
igualmente a cargo desta área do DIL. Bárbara Maia e Marta
Barbas actuam no sentido de permitir ultrapassar todas as
dificuldades inerentes a estes processos.
Este programa visa, por um lado, reforçar a produtividade
e competitividade das empresas e, por outro, promover novos
potenciais de desenvolvimento. Desde 2001, foram submetidas
ao PRIME, e aprovadas, as candidaturas de doze projectos
(quatro da UESP, três da UTM, um da USE, um da USIC e três
financiamentos globais a toda a instituição), dos quais dez
foram já realizados e dois estão ainda a decorrer.
Os Relatórios Financeiros
Esta área polivalente tem também a seu cargo a elaboração
dos Relatórios financeiros semestrais do financiamento
plurianual POSI ao Laboratório Associado, cuja dimensão
exige o trabalho a tempo inteiro de duas pessoas durante
cerca de duas semanas.
O trabalho intensivo de Cidália Lima, com a colaboração
de Bárbara Maia, permitiu recuperar mais rapidamente os
financiamentos que se encontravam em atraso desde 2002. Os
valores em dívida, que entretanto foram recuperados,
ascenderam a cerca de 700 mil euros.
O Controlo Orçamental
Marta Barbas e Vanda Ferreira têm a seu cargo a produção e
consolidação dos documentos do Orçamento Anual do INESC
Porto, o controlo orçamental mensal com apuramento e a
análise de desvios face ao orçamento planeado.
Segundo Marta Barbas, estes procedimentos permitem à
Direcção e aos responsáveis de Unidades accionar
atempadamente os mecanismos de correcção necessários à
manutenção do equilíbrio económico da instituição. Na
opinião desta responsável, os desvios do orçamento são muito
comuns, mas “o que importa assegurar é que o saldo dos
desvios seja positivo, ou seja, que a margem do INESC Porto,
prevista e aprovada pelo Conselho Geral, seja cumprida”.
O Diálogo com Bruxelas
Entre as funções desta área está ainda a preparação de
todo o enquadramento e dos elementos necessários para
cálculo da taxa Horária de Pessoal, e dos overheads,
para apresentação à Comissão Europeia permitindo o início do
diálogo, com a realização de reuniões, com vista a uma
possível negociação. Esta função é desempenhada por Marta
Barbas.
Questionada sobre as maiores dificuldades que encontra na
realização do seu trabalho no INESC Porto, Marta Barbas
aponta a existência de uma enorme diversidade de questões
que exigem um tratamento cuidado e atempado e que surgem,
frequentemente, com alguma imprevisibilidade.
A cooperação dos investigadores
Na opinião de Marta Barbas, os investigadores podem
tornar mais fácil a execução das tarefas desta área se
entenderem que esta existe para prestar serviços
internamente, ou seja para lhes facilitar a vida e retirar
trabalho.
Assim sendo, “é fundamental que nos seja disponibilizada
toda a informação (relativamente a candidaturas submetidas,
projectos aprovados, exigência de elaboração de relatórios,
etc.), para que possamos trabalhar em estreita colaboração,
minimizando as dificuldades para ambas as parte e aumentado
a eficiência e eficácia global da instituição”, reforça a
responsável.
Quanto se ganha com esta área
Instada a calcular quantos milhões de euros o INESC
Porto teria a menos se não existisse a Área de Controlo de
Gestão, Marta Barbas considera que é difícil de quantificar
pois o trabalho desenvolvido teria sempre, obrigatoriamente,
que ser realizado por alguém numa instituição como o INESC
Porto, ainda que não o fosse autonomizado numa área
administrativa. “A autonomização numa área de trabalho
permite, no entanto, desenvolver competências conduzindo a
uma maior especialização”, acrescenta a economista.
Considerando que os proveitos originários em projectos
financiados representam tradicionalmente cerca de dois
terços dos proveitos totais e que, ainda dentro da área de
controlo de gestão, é monitorizado o volume de facturação
proveniente dos contratos de prestação de serviços,
facilmente se percebe a importância do trabalho
desenvolvido.
Um exemplo a seguir
Na opinião de Graça Barbosa, a Área de Controlo de Gestão,
incluindo a importantíssima gestão de projectos, mais do que
qualquer outra área do DIL, faz a grande diferença em
relação aos serviços de apoio existentes noutras
instituições. “Distingue-se pela sua competência, rigor -
características comuns a todas as áreas do DIL - mas,
sobretudo, pela organização, pelo know-how muito específico
já adquirido e pelos resultados obtidos”, considera a
responsável do DIL.
Graça Barbosa lembra que não é por acaso que várias
instituições têm procurado saber como funciona o INESC Porto
nessa área, mais do que em qualquer outra. Segundo a
responsável, considerando que o INESC Porto depende muito
dos financiamentos externos, é crucial que esta área
funcione bem, por forma aliviar os investigadores do
trabalho burocrático, libertando-os para a missão mais nobre
da I&D!