E D I T O R I A L
A gestão da diversidade Anuncia-se que Portugal passou, em 2007, a integrar o clube restrito dos países exportadores líquidos de tecnologia.
É um facto assinalável pelo simbólico que encerra. É um marco importante porque constitui mais um sinal da fantástica transformação que revolve surdamente Portugal desde há anos, uma revolução tranquila.
Nada teria sido possível sem uma persistente atitude de exigência e de confiança, que teve como sólido arranque a instalação de uma cultura de avaliação e responsabilização em meados dos anos 90. Mérito ao então Ministro Mariano Gago.
O INESC Porto participou dessa revolução. Entre 2002 e 2007, o INESC Porto quintuplicou o número de artigos publicados em revistas, triplicou o número de projectos de transferência de tecnologia, duplicou o número de doutorados. E retomou o esforço percursoramente lançado pelo INESC nos anos 80 e 90 de incubação de empresas de base tecnológica, agora num modelo próprio: nos últimos 15 meses foram lançadas seis novas empresas e mais se situam no pipeline.
Temos a certeza que este capital será potenciado pelo novo modelo fundacional de gestão da Universidade do Porto. Esse modelo coloca mais responsabilidades sobre os nossos ombros mas também abre mais oportunidades. Para as potenciar e aproveitar, importa sobretudo não destruir o que foi erguido, no afã de encontrar um fato único que sirva a todos os corpos com a obsessão de normalizar. Afinal, se grande lição há a extrair nos últimos anos, é a de que a Universidade do Porto só se beneficiou por cultivar a diversidade. Não precisa, dispensa, agora, de a eliminar. Basta que a saiba gerir sem complexos. |