B O L E T I M Número 86 de Setembro 2008 - Ano VIII

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E S P E C I A L

BIP entrevista Gerald Sheblé, Fellow INESC Porto LA

INESC Porto fornece excelente corrente de investigação para Universidades dos EUA e UE

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É notícia nesta edição do BIP a decisão da Direcção do INESC Porto (DIP) de criar um vínculo honorífico ao INESC Porto LA sob a forma de uma rede de Fellows. Gerald Sheblé, Professor de Engenharia Electrotécnica e de Computadores da Universidade de Portland State (PSU), e com um percurso de excepção nas áreas de sistemas de energia, fluxo e análise de informação, venda em hasta pública e engenharia financeira, é um dos primeiros nomes a integrar essa lista.

Este investigador, que conquistou o prestigiado título de Fellow IEEE em 1996, já colaborou durante o ano de 2002 com o INESC Porto e agora está de volta. Sheblé é o cientista responsável pelo projecto de investigação "Plataformas de Simulação de Mercados de Electricidade: Métricas, Análise e Validação de Modelos” da Unidade de Sistemas de Energia (USE).

Em entrevista ao BIP, Gerald Sheblé falou do significado da atribuição do título de Fellow, do estado das actividades de I&D em Portugal e no INESC Porto, bem como do seu mais recente projecto nos EUA: o Energy Systems Information Laboratory (ESIL) - Laboratório de Informação sobre Sistemas Energéticos.

O que achou do convite para se tornar um dos primeiros Fellows do INESC Porto?
Foi com muita satisfação e honra que recebi o convite para me tornar o primeiro Fellow do INESC Porto. É, de facto, uma honra ser visto por outros importantes investigadores como alguém com um significativo contributo nesta área. Como Fellow das Universidades de Canterbury, Christchurch e Nova Zelândia, fui inserido numa rede de indivíduos, também eles Fellows, cujos contributos nos seus ramos de investigação noutras universidades espalhadas pelo mundo foram extremamente importantes. Deste modo, uma vez que estou consciente também da importância do trabalho dos investigadores da Universidade do Porto, é deveras agradável receber tal honra por parte de pessoas que respeito e vejo como excelentes investigadores nos meus vários domínios de interesse.

Na sua opinião, quais são as maiores vantagens que uma rede de Fellows pode trazer a uma instituição como o INESC Porto?

Uma rede de Fellows dá às Universidades a oportunidade de deixarem a sua marca numa área exterior à sua. Estamos inseridos numa economia global com problemas energéticos globais e cabe-nos a nós resolvê-los em conjunto. Podemos tirar partido disso não só directamente através do equipamento produzido, da energia consumida e dos avanços na tecnologia, mas também indirectamente através dos mercados de produtos e equipamentos de base energética.

Em 2002 começou a dividir o seu trabalho entre os EUA e Portugal. Nessa altura disse que os EUA poderiam aprender muito com Portugal, e com o INESC Porto em particular. Na sua opinião, quais foram os maiores resultados desta colaboração, não só para a Universidade de Iowa State (ISU), hoje Universidade de Portland State (PSU), mas também para si como investigador?

Tanto Portugal como outros países da União Europeia têm alguns problemas que devem ser resolvidos e o mesmo acontece nos EUA. Portugal e muitos outros países europeus expandiram o seu uso de energias renováveis a um ritmo que é muito agressivo. Assim, estes países estão a atingir um alto nível de produção de energias renováveis que permite criar uma base excelente para futuros custos de produção numa economia global. Tanto a ISU como a PSU beneficiaram desta introdução de filosofias e exemplos levados a cabo pelos excelentes investigadores da FEUP. Por outro lado, os investigadores da FEUP/INESC Porto também puderam beneficiar da compreensão das diferenças existentes entre os EUA e Portugal, assim como das diferenças entre os EUA e a UE. Por último, eu próprio tirei partido da experiência de não ter de repetir sempre a mesma velha solução que diz que é difícil avançar sem termos as questões certas que explicam porque é que as diferenças existem.

Como avalia a progressão do INESC Porto como instituição de I&D desde 2002?
O INESC Porto continua a fornecer uma excelente corrente de investigação que todas as Universidades dos EUA e UE podem seguir, expandir e implementar. O nível de investigação levado a cabo na instituição continua a subir, tanto em quantidade, como em qualidade. Deste modo, o INESC Porto é visto como umas das mais importantes instituições que fornecem técnicas, modelos e outras soluções numa altura em que as energias renováveis são a maior fonte com uma menor projecção de emissões.

Numa perspectiva mais vasta, o que é que acha que mudou no modo como os investigadores portugueses vêem a investigação?
Percebi que os investigadores portugueses estão agora mais conscientes do respeito que as universidades de todo o mundo têm por eles. Os investigadores portugueses são vistos agora como as pessoas com algumas das melhores soluções para muitos dos problemas energéticos existentes.

Quais são os objectivos que ainda pretende atingir com a colaboração entre a Universidade de Portland State e o INESC Porto?
O meu objectivo mais imediato é a troca de ideias e conteúdos na área de energia sustentável. As energias renováveis são a solução para a crise energética que está neste momento a paralisar o mundo. Espero também que possamos aumentar a nossa interacção numa base de partilha de projectos.

Passaram quase dois anos desde a criação do Energy Systems Information Laboratory (ESIL). Qual é o balanço que faz do trabalho desenvolvido até agora?
O ESIL foi criado com o objectivo de mostrar que as soluções energéticas não mudaram dramaticamente à medida que a crise energética se foi desenvolvendo. Os projectos básicos para máquinas, aparelhos e equipamento de transmissão e distribuição não mudaram. O que mudou foi o preço do petróleo e, deste modo, mudou o valor da eliminação da dependência do petróleo. Portugal, com base numa história de sucesso e com base na interacção governamental, encontrou um modo de construir uma primeira solução óptima que irá permitir gerar fundos para que seja assim possível fornecer outras soluções no futuro. Para além disso, os grandes avanços ao nível informático permitem mais comunicação, controlo e um escalonamento de fontes renováveis que é único nos dias de hoje. Graças à Internet, estamos numa era de crescente comunicação que nos permite tentar mitigar o impacto da vida humana no ambiente, assim como avançar para a mudança de uma economia com base no petróleo, para uma economia assente em energias sustentáveis.



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