B O L E T I M Número 72 de Maio 2007 - Ano VII

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O p i n i ã o  

  • A Vós a Razão
  • Colaborador comenta: "Temos uma travessia sinuosa e adamastores para alcançar o parque de estacionamento, falta um Vasco da Gama para encontrar uma rota pacífica"...

  • Asneira livre
  • Colaboradora revela: "É uma honra para mim fazer parte do INESC Porto e nada melhor do que começar pela ASNEIRA"!

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  • Há sempre mil e uma formas de mostrar entusiasmo por algo... Aqui fica um exemplo no mínimo "despido" de preconceitos...

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A  V Ó S  A  R A Z Ã O


Uma rota pacífica para o estacionamento

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Por Asdrúbal Costa*

Gostaria de falar acerca das minhas aventuras e desventuras no acesso ao parque de estacionamento do INESC Porto.

Tudo começou no dia em que me tornei colaborador desta instituição e que, consequentemente, necessitei de um sítio para guardar o carro enquanto me encarregava dos meus afazeres.

Como tenho uma carrinha de fraca suspensão tive que aprofundar a minha habilidade como condutor para evitar os buracos deste caminho sinuoso, digno de uma propriedade feudal do século XV. Mas, se a início o caminho estava degradado, com a maquinaria pesada que por aqui passa para as obras de construção do novo INEGI tornou-se extremamente duro para o meu pobre carrinho que muito se tem lamentado.

O leitor pode pensar que eu tenho razão, ou não, mas tenho outras histórias de guerra para relatar acerca das travessias que efectuei na minha viatura, para chegar da circunvalação ao INESC Porto.

Não há muito tempo, estava eu a desligar a ignição e ouço uma mulher de avançada idade sozinha e aos berros. Após uma longa gritaria de cinco ou seis segundos vira-se para mim e começa a queixar-se. Dizia ela que passou um carro a fazer “vruuumm” e não sei o que mais, feito doido como se tivesse a fazer uma corrida de carros. Como a mulher falava muito alto não consegui ignorar estes devaneios de uma mente claramente perturbada por um veículo que teria atravessado este caminho de cabras a uma velocidade hipersónica.

Após este incidente, que ficou recalcado algures nas minhas memórias, vinha eu a tentar evitar buracos e a conspurcar o carro com a poeirada inevitável causada pelas rodas a rolar em terra seca quando, após estacionar começo a ouvir um homem de não tão avançada idade, mas com voz gutural e parca educação, a reclamar comigo e a dizer que isto não era um rally e que ia fechar a estrada para mais ninguém passar. Fiquei perplexo mas optei por ignorar completamente tais disparates.

No dia seguinte, este homem começa de novo a reclamar e acabo por perder a compostura pois não sou chinês nem santo. Estive até para chamar a polícia por estar a ser incomodado por um perturbador (ou perturbado), mas lá pensei que as autoridades competentes para resolver este caso talvez fossem de foro médico e não policial.

Após conversar com algumas pessoas da minha Unidade sobre este caso vim a descobrir que este tipo de episódios é recorrente e que o melhor era ignorar os estranhos habitantes que uma das maiores instituições de investigação do panorama nacional tem como vizinhos. Temos uma travessia sinuosa e adamastores para alcançar o parque de estacionamento, falta um Vasco da Gama para encontrar uma rota pacífica...


* Colaborador da Unidade de Telecomunicações e Multimédia (UTM)


CONSULTOR DO LEITOR COMENTA

Caro Asdrúbal,

Não sei que dizer, na verdade. Quanto ao primeiro lamento, já pensaste em atrelar uma charrua ao teu carro?

Quanto ao segundo gemido, conviria perceber se há mesmo algum ou alguns ases do volante que se treinem para a Baja INESC Porto nas nossas traseiras. Talvez aí resida o motivo dos delírios insanos que testemunhaste. Depois paga o justo pelo pecador.

A experiência diz-me que, mesmo quando a expressão não é a mais adequada, conveniente ou diplomática, em regra uma queixa tem por trás um queixoso com razões.

A ninguém interessa estar indisposto com os vizinhos.




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