B O L E T I M Número 72 de Maio 2007 - Ano VII

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E S P E C I A L

O BIP foi à descoberta dos talentos escondidos dos colaboradores

A Arte e o INESC Porto

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Nem só de engenheiros se faz um Instituto de Engenharia! A arte está presente na vida de grande parte dos colaboradores do INESC Porto. Como tal, o BIP foi conhecer alguns talentos escondidos que aqui se encontram e descobriu que esta instituição é rica nas mais variadas áreas. Teatro, música, poesia, pintura, fotografia e até tapetes de Arraiolos são alguns dos exemplos.

Teatro
No palco, o INESC Porto está representado por Rúben Moreira, do Serviço de Informação de Gestão (SIG), que há quatro anos tem como hobby a representação.

A curiosidade foi despertada por influência de amigos que já faziam Teatro e, assim, Rúben decidiu ir a um “casting”. A partir daí a paixão foi crescendo, quer em cima do palco, quer atrás das cortinas, fazendo parte do apoio técnico.

Rúben faz parte do Teatro Amador Susanense, e já entrou em peças como “O Duelo”, de Bernardo Santareno, “O Crime da Aldeia Velha”, do mesmo autor, “Casa de Bernarda Alba”, de Frederico Garcia Lorca, e “A Vizinha do Lado”, de André Brun. “Plácido Mesquita” é o nome da personagem que mais gostou de interpretar, “pois é uma figura engraçada e ao mesmo tempo muito completa, relativamente ao seu carácter”.

Apesar de estudar e trabalhar, e por isso quase não ter tempo, Rúben não abdica do teatro, já que este lhe traz uma enorme gratificação, e por isso continua a representar quase todas as semanas. "O teatro não é só representar, mas sim o companheirismo que se ganha”, assegura.

Quanto ao teatro em Portugal, o colaborador afirma que este está pouco divulgado, e que os portugueses preferem dar atenção a outro tipo de actividades. Como tal, não se deslocam muito ao teatro. Além disso, a falta de apoios dados a esta arte é um aspecto que o preocupa.

O INESC Porto não precisa, no entanto, de se preocupar, pois Rúben afirma que ainda gosta muito mais de informática do que de teatro, e por isso, este nunca deixará de ser apenas um hobby.

Poesia
Também há cerca de quatro anos que Bruno Marques, da Unidade de Optoelectrónica e Sistemas Electrónicos (UOSE) se dedica à escrita.

Apesar de escrever sobre tudo um pouco, o tema mais reincidente nos seus textos é o amor. Assim, a primeira vez que publicou um texto seu foi precisamente num pequeno livro intitulado “O que é o amor?”.

Bruno afirma que a maior inspiração que tem para escrever é a própria vida, mas que nunca pensou dedicar-se à escrita a tempo inteiro.

No site http://myspot.pt.vu podem-se encontrar alguns exemplos da obra deste colaborador. Aqui fica um deles:

“Anoitece e por perto não há nada
falta de vida, de cores, de odores
solidão do tudo, maior das dores
como o sono dum rei sob sua espada

Onde estão todos que viviam aqui
fugiram apavorados para norte
convencidos de que lá mora a sorte
mas sorte nunca haverá já antes vi

Escuridão que tanto cobres as terras
sempre insistes em engolir sonhos
matas os santos, logo pois nascem feras

Desampara os céus que possuis com ódio
deste lugar que outrora foi cantado
encaminha de vez o sol ao pódio.”

Pintura
A pintura é a paixão de João Pedro Pedroso da Unidade de Engenharia de Sistemas de Produção (UESP). “Sempre gostei de pintar e desenhar, desde miúdo.” Descendente de uma família de artistas, herdou o talento e o gosto pelas artes.

Como formação, frequentou um curso leccionado por docentes da Faculdade de Arquitectura de Lovaina-a-Nova, na Bélgica, durante dois anos. João Pedro Pedroso teve ainda dois mestres, com quem teve aulas particulares. Além disso, fez uma formação em xilogravura.

Em relação aos temas que este colaborador escolhe retratar nos seus quadros, afirma serem essencialmente “temas abstractos, embora muitas vezes partindo de um motivo concreto. Ultimamente tenho sentido vontade de produzir algo mais interventivo, embora ainda não tenha nada concluído nesta área.”

Quanto às suas principais referências no mundo da pintura, relembra a influência dos seus mestres e afirma que a obra de Kandinsky também o marcou. No entanto, João Pedro Pedroso pensa distanciar-se bastante da corrente contemporânea: “Na minha forma de ver, a arte não deve necessitar de um conceito para ser compreendida. Creio que sou um bocado retrógrado...”

Enquanto estava na Bélgica a tirar o doutoramento, entrou em várias exposições. Mas foi no Japão que já realizou duas exposições individuais. João Pedro Pedroso gostaria de dedicar-se à pintura a tempo inteiro, mas considera, por razões de estabilidade financeira, que tal seria muito difícil num futuro próximo.

Fotografia
Da Croácia chega-nos o talento para a fotografia. Hrvoje Keko, da Unidade de Sistemas de Energia (USE), cultiva o gosto por esta arte desde que comprou a sua primeira máquina fotográfica digital, há quatro anos.

A inspiração para a fotografia surge-lhe por via do mar, que segundo Keko, é um tema inesgotável, “porque a minha cidade de origem é... uma ilha.”

Durante o último ano, a cidade do Porto tem sido o principal tema das suas fotos. Porquê? Porque “acho que a cidade do Porto tem muito coração e eu quero levar uma parte desta comigo quando voltar para o meu país. E a cidade é tão fotogénica... tem muitos detalhes e perspectivas”.

Keko não põe de parte tornar a fotografia em mais do que um hobby, até porque esta o ajuda a recordar como vê o nosso mundo. "Graças à fotografia, parece que tenho os olhos um bocadinho mais abertos. E tenho menos stress”, revela.

Para um olhar sobre a obra deste colaborador, podem visitar o site http://www.pticica.com/galerija.aspx?korisnikid=1424, apesar  de estar escrito em croata, as imagens são universais.

Música
Para dar música ao INESC Porto, temos António Oliveira, da USE, que toca guitarra há já seis anos. A paixão pela música despertou em si de forma muito natural: de tanto ouvir música, acabou por desejar fazê-la também.

Apesar do talento para a música, não considera torná-la mais do que um hobby, já que apenas desenvolve essa actividade porque gosta e para se divertir. Gostaria no entanto de ter mais tempo para se dedicar a essa arte.

António Oliveira faz parte de um grupo musical, os Default, e como tal costuma tocar várias vezes em público. Como principais referências musicais aponta Dream Theater, Pink Floyd, Muse, Metallica, Gary Moore, RATM, Led Zeppelin, SOAD, Dave Mathews, Alter Bridge, John Petrucci, Paul Gilbert, Deftones, Queen, entre outros.

Trabalhos Manuais
Na área dos trabalhos manuais, Flávia Ferreira, do Departamento de Informação e Logística (DIL), desenvolve várias actividades, tais como tapetes de Arraiolos, artes decorativas e bordados em ponto de cruz.

Além destas acrividades, Flávia gosta ainda de escrever e de tocar piano, talento que começou a desenvolver a partir dos seus oito anos. “Adoro tocar piano... essa é uma das coisas que nunca irei desistir de fazer”, garante.

Apesar de ter tido formação musical durante cerca de quatro anos, não seguiu esta área, o que por vezes lhe causa algum arrependimento.

Relativamente aos trabalhos manuais, começou a bordar com cerca de 15 anos. "Os trabalhos em Arraiolos surgiram um pouco mais tarde, mas o meu primeiro trabalho foi uma carpete de 2mx3m (há cerca de 10 anos) que ainda tenho lá em casa”, recorda.
 
Flávia encara os seus hobbies como uma espécie de terapia, pois fazem-na sentir bem. No entanto, nunca frequentou qualquer curso. “Todos os trabalhos que realizo são puramente espontâneos...”

O INESC Porto é assim a prova de que a arte e a ciência vivem de mãos dadas.



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