B O L E T I M Número 85 de Julho 2008 - Ano VIII

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O p i n i ã o  

  • A Vós a Razão
  • Colaborador revela: "O nosso posicionamento no mercado tem sido uma preocupação constante. Procuramos actuar em domínios que a cada momento se assumam como clara inovação..."

  • Asneira livre
  • Colaboradora partilha a sua primeira experiência enquanto responsável pela organização de um evento de grandes dimensões, a Conferência BASYS 2008. “Considero que esta experiência foi enriquecedora para mim pois sinto que cresci e me valorizei profissionalmente e como pessoa.”

  • Galeria do Insólito
  • Num local onde a investigação é o dia-a-dia, e onde os avanços científicos são proeminentes e preciosos para toda a sociedade, a descoberta do elixir da juventude...

  • Biptoon
  • Mais cenas de como bamos indo porreiros...

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E D I T O R I A L


Os Devirfágicos

Há pessoas que, na vertigem da angústia da sua insegurança, devoram o próprio futuro e ficam sem nenhum. A esses se convencionará denominar de devirfágicos. Pessimistas, derrotistas, para eles nunca há interesse em nada nem motivação para coisa nenhuma, a não ser para descrer e desdenhar de tudo.

Outros, porém, precisam de diverso alimento. O sonho, som presente desse mar futuro (*).

A crise é dor. Para os devirfágicos a algia não tem sentido, é apenas punição. Conservadores, procuram segurar o dique e tapar as fendas com as mãos, quando a parede já se esboroa e a lagoa escorre. Neles triunfa o sentimento de que a água perde-se e ficarão vazios - e não se lembram do que ela pode a jusante fertilizar.

A crise mundial é também nacional e é também local e vira pessoal. Mas estamos parados? Com o que podemos e sabemos, temos na mão a capacidade de sobreviver e rasgar novos horizontes.

Nunca um devirfágico entenderá o poder da determinação de um sonhador. A tormenta não importa se o vento lhe acelerar o rumo do veleiro. Toda a crise é também uma oportunidade.

Sejamos plantadores de novas naus a haver. A nossa atitude, a nossa ciência, a nossa cultura colectiva dá-nos esperança e ânimo.

Porque é do português, pai de amplos mares,
Querer, poder só isto:
O inteiro mar, ou a orla vã desfeita -
O todo, ou o seu nada. (**)

Somos portugueses, somos de excessos de alma, cavalguemos as virtudes de o sermos. Entre o nada e o tudo, sabemos o que escolhemos. Os devirfágicos afundar-se-ão na sua auto miséria, nós construiremos o que acreditamos.



(*) Fernando Pessoa, D. Dinis, in Mensagem
(**) Fernando Pessoa, D. João Infante de Portugal, in Mensagem



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