Desde há algum tempo, não muito, a FCT passou a atribuir bolsas ao melhor binómio candidato/projecto, sem distinção de nacionalidade. Isto é: Portugal passou a ter uma efectiva política de atracção dos melhores valores, de qualquer parte do mundo, para enriquecimento do seu mundo científico. Abandonou-se a visão estreita, provinciana (permita-se-nos a expressão) de privilegiar indivíduos, mesmo se impreparados, só por serem portugueses, para se apostar decididamente no efeito multiplicador da introdução na nossa sociedade de valores de alto nível, sejam da China, do Brasil ou do Burkina Faso.

É justo referir que, nesta como noutras matérias, a acção do Ministério da Ciência e Tecnologia tem sido persistentemente lúcida e desenvolvida no caminho certo. Já o fora na implementação do conceito de avaliação - com consequências - das Unidades de Investigação.

No INESC Porto, a política da Direcção é clara nesta matéria: todos ganhamos por atrairmos os melhores para o nosso seio. Temos também, é certo, de nos adaptarmos à ideia - não estamos habituados a ser um centro de referência mundial, procurado pelas elites jovens para virem (a Portugal) completar a sua formação pós-graduada (ao nível de Doutoramento).

O primeiro apelo internacional efectuado de forma decidida teve uma resposta muito boa. Mais de duas dezenas de candidatos, de quase outros tantos países, solicitaram apoio ao INESC Porto para uma candidatura a bolsa da FCT.

Os nossos doutorados estão confrontados com uma avalanche de candidatos, sem precedentes, para serem orientados, para lhes serem definidos programas de doutoramento, projectos de tese. Esta exigência é também, só por si, um impulso no desenvolvimento das capacidades dos nossos investigadores seniores, e um potencial acrescido de oferta de mão de obra para a execução de contratos de investigação e desenvolvimento tecnológico.

Precisamos de acautelar, portanto, a gestão desta nova realidade, para dela extrairmos o máximo benefício.