O
BIP tem fundadas razões para se sentir honrado e orgulhoso - foi
desta vez o veículo escolhido pelo Exmo Reitor da Universidade do
Porto para estabelecer comunicação com os inesquianos.
E
que afirmou o Sr. Reitor? Que, se algo espera de nós, é ser
surpreendido. Se algo conta de nós, é que lhe superemos as
expectativas.
Que
contribuição pode mais dar o INESC Porto à Universidade do Porto?
É
que, convenhamos, podemos estar contentes, agradados com a obra feita.
Fixámos um padrão de qualidade, demonstrámos que é viável um
projecto de equilíbrio criativo entre o saber académico e o
desenvolvimento económico do país.
Trabalhámos
para firmar a imagem de qualidade e rigor da actividade científica do
Universidade do Porto. Nestas coisas dos saberes, o qualificativo de
tradição é “excelência”, e nessa matéria o INESC Porto
contribui com segurança para o capital acumulado da FEUP - como as
avaliações independentes e internacionais iteradamente o reafirmam.
As vias são muitas, institucionais ou outras, veja-se agora a notícia
neste BIP intitulada “Demonstração do INESC Porto elogiada na
NAB”.
Um
dos triunfos do modelo INESC Porto é a capacidade de aliar a execução
de projectos e contratos (com o profissionalismo exigido) com a produção
de doutoramentos, no coroamento da actividade de investigação mais
nobre. Não admira, pois, que instituições estrangeiras façam do
INESC Porto um caso de estudo, pelo seu sucesso, já se vê, como
oportunamente noticiámos nas páginas voláteis de número anterior
do BIP.
Há,
todavia, uma outra vertente de que nos podemos orgulhar, há um saber
laboriosamente decantado e acumulado e que, não direi que é único,
mas é certamente raro no universo académico português.
Corresponde
este saber a um método e a um rigor de gestão que, perdoem-me o
estilo, fica a anos-luz da gestão académica tradicional. São
distintivos: o planeamento, o cumprimento dos objectivos orçamentais
(mais do que mera execução orçamental) assumidos como contrato
entre cada Unidade e a instituição, o controlo contabilístico e
financeiro exigente, a gestão preocupada dos recursos humanos e,
porque não sublinhá-lo, a compreensão do sentido estratégico da acção
e da importância, para Portugal, do nosso êxito.
Este
modelo de gestão não é alheio à responsabilização individual -
esta é, aliás, a chave de tudo, mas só é chave porque traz
associado o reconhecimento e a justa recompensação do esforço
produtivo. Parece-nos que o figurino de instituição privada, sem
fins lucrativos, é tanto instrumental como essencial neste
quadro.
Por
isso, eis agora, numa nova vertente, a contribuição adicional que o
INESC Porto pode dar à Universidade: o seu exemplo, o seu estudo como
caso, como modelo de gestão - e, onde estiver presente, influenciar
neste sentido os outros agentes.
Acredito
que quando as Escolas se organizarem em Unidades Didácticas, do mesmo
modo que agora já estão organizadas Unidades Científicas, com
custos transparentes e gestão responsabilizada, e sem ambiguidades
entre uma actividade e outra, sem zonas cinzentas ou “no man’s
land”, poderemos ter melhores Escolas e, assim, melhor ensino e
melhores Portugueses para assegurar o futuro.
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