Poupar com cavalos e ventoinhas  

É do conhecimento geral que atravessamos em Portugal, e um pouco por todo mundo, um período de maior contenção de despesas ao qual os mais alarmistas (porquê classificá-los de outra forma?) chamam CRISE.

A Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, sempre atenta ao que se passa no país e no universo, apressou-se naturalmente a acompanhar as tendências da actualidade. Assim, "cavalos" e "ventoinhas" são as palavras-chave para começar fazer face à necessidade de poupança indispensável nos dias que correm.

E como? Muito fácil. Por um lado, começou por alugar os seus lindos campos para o pasto de cavalos. Sim, porque não rentabilizar os espaços verdes e tornar a paisagem mais bucólica? E, de caminho, poupar em fertilizantes para os magníficos relvados, embriões do que se espera venha a ser a grande estufa fria da FEUP.

Não sabemos a que preço/hora aluga os seus espaços. O que sabemos é que, além de encher os "bolsos", a FEUP candidata-se seriamente a receber o primeiro prémio das "Faculdades-de-Engenharia-do-Litoral-Norte-de-Portugal-que-são-Amigas-do-Ambiente/FELNPAA". É o que se chama "matar dois coelhos com uma cajadada só" (embora esta expressão não seja muito pró-ambiente ou pró-direitos dos animais, a não ser que os coelhos sejam de Barrancos, terra onde, na falta do gado próprio, colocam uns cornos postiços aos irrequietos animais e ala!, toca a toureá-los até ao tacho).

Mas poupar, poupar mesmo, é no ar condicionado. Revelando uma faceta de grande consciência ambiental, a FEUP recusa gastar milhares em ar condicionado! Em vez disso, prefere instalar uma ventoinha em cada edifício, que serve não só para fornecer ar ventilado aos pobres docentes em estado de pré-cozedura (na chamada estufa quente...) mas ainda para, um dia, se vender energia para o exterior.

No edifício localizado defronte ao do INESC Porto pode ver-se a primeira ventoinha instalada e admirar-se o seu funcionamento, favorecido quando o vento resolve soprar, claro está!

Tendo em conta estas ideias plenas de engenho, o BIP desafia os seus leitores a enviarem sugestões miraculosas para, também nós, aproveitarmos os recursos que possuímos e pouparmos dinheiro, sempre com a convicção de contribuirmos para a salvação do planeta.