A sessão de encerramento das comemorações dos 20 anos do
INESC no Porto teve lugar no dia 16 de Dezembro e começou
com as palestras de Daniel Bessa e Pedro Guedes de Oliveira.
Seguiu-se uma homenagem-surpresa ao professor que presidiu
ao INESC Porto desde a sua formação até Julho deste ano.
Houve ainda muita música pelo grupo Camerata Senza Misura e
tudo terminou com um saudável e bem-disposto convívio, que
incluiu um Porto de Honra, bolo-rei e champanhe.
A palestra de Daniel Bessa
Com um currículo que dispensa apresentações, Daniel Bessa
captou de imediato as atenções do público presente no
auditório da FEUP ao traçar um quadro pouco optimista para a
região norte. “Se ao nível do país a situação é má, ao nível
da região norte é desesperante”, declarou, explicando que
esta região tinha especialização e em determinados momentos
foi ganhadora, mas começou a tornar-se deficiente com uma
economia terceriarizada, centrada em tudo o que é comércio e
serviços.
Para o economista, em matéria industrial, a base da
região norte está em dificuldade, perde posição e vê-se
substituída por outras actividades que “parecem ter mais
futuro”. “O problema é que essa substituição não está a
processar-se a um ritmo eficiente ou suficiente”, realça.
Daniel Bessa considera que o sistema de incentivos e prémios
introduzidos na década de 80 não premiaram a aposta nos
mercados externos. Assim, defende que, “se a ilusão não está
perdida, a palavra mágica é exportar”.
Pedro Guedes de Oliveira em discurso
O ex-presidente do INESC Porto começou por esclarecer o
público que encarava esta sessão não como o encerramento dos
20 anos, mas como a abertura da terceira década. O discurso
de Pedro Guedes de Oliveira centrou-se, assim, nos desafios
dos próximos dez anos.
Depois de admitir que o país atravessa um clima deprimido
e com graves dificuldades económicas, o professor lançou o
primeiro desafio. “Em certa medida temos de nos reinventar
para continuarmos a poder ser uma alavanca de mudança,
atraindo e motivando os universitários, voltando a
pressionar para que a universidade compreenda as ameaças que
vai enfrentar e, perante elas, se inquiete, se movimente e
se transforme”, alerta.
Pedro Guedes de Oliveira admitiu ainda que o INESC nem
sempre conseguiu garantir completamente a estabilidade do
financiamento da sua actividade e a solução deverá passar
por incentivar o conhecimento fundamental e, para o fazer, é
necessário “estimular o I do ID”.
O ex-presidente defendeu ainda que para o INESC Porto
conseguir ter sucesso na penetração económica daquilo que
oferece, tem de se diferenciar — “e isso
significa produzir
conhecimento fundamental, dominar técnicas, métodos e
saberes suficientemente avançados, daqueles que resultam da
produção científica”.
A merecida homenagem
Depois das palestras, houve um momento musical a cargo do
grupo Camerata Senza Misura que, em quarteto, interpretou
uma peça de Mozart. Cerca de meia
hora depois, foi a vez do actual presidente do INESC Porto
subir ao palco para anunciar a próxima peça, que foi
composta para (e seria dedicada a) alguém que dispensa
protagonismos, mas que muito contribuiu para o sucesso do
INESC Porto.
O ex-presidente foi apanhado de surpresa por esta homenagem,
mas mostrou-se visivelmente emocionado e feliz com a honra.
Depois de ouvir a peça "Passacaglia Intrinsecamente Mutante" da autoria de
Carlos Guedes, interpretada desta vez em sexteto,
Pedro
Guedes de Oliveira recebeu a partitura das mãos do próprio
compositor.
O convívio natalício
Depois do momento musical e da homenagem a Pedro Guedes de
Oliveira, os músicos foram agraciados com ramos de flores e
o compositor Carlos Guedes e o palestrante Daniel Bessa
receberam serigrafias comemorativas dos 20 anos do INESC no
Porto.
No final do evento, todos os participantes foram
convidados para um Porto de Honra, que incluiu bolo-rei,
frutos secos, vinho do Porto e champanhe. Foi a oportunidade
de colaboradores e convidados confraternizarem e trocarem
ideias.
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