A V Ó S A R A Z Ã O
Nem tudo é um mar de rosas...
Por Ana Monforte *
Faz pouco mas proveitoso tempo que cheguei a esta casa. A minha estadia no INESC Porto é apenas de cinco meses. Vim como quase sempre se vem, cheia de sonhos e expectativas que não foram até à data logradas de maneira alguma.
Tenho a realçar que nesta casa o ambiente descontraído e colaborativo que aqui encontrei, o permanente odor a aprendizagem e inovação no ar, o sorriso fácil nos restantes colaboradores e o apoio sentido a toda a hora.
E tudo parece um mar de rosas não é, perguntam-se vocês? Pois... a tão poucos meses na casa... críticas... só duas.
E a primeira vai para as em tudo desconfortáveis cadeiras e mesas do bar do INESC Porto... não há colaborador que se demore por lá assim, lá isso é verdade.
A segunda crítica vai para o permanentemente enlameado e esburacado parque de estacionamento e para o trilho de Todo-o-Terreno que a ele leva... começamos o dia à aventura... é bem certo!
* Colaboradora da Unidade de Inovação e Transferência de Tecnologia (UITT)
CONSULTOR DO LEITOR COMENTA
Ana,
Entendi que queiras (não muito) subtilmente dar a entender que o Bar era também um território próprio para amantes do “todo-o-terreno”....
A verdade é conhecida: o mobiliário do Bar tem as características promotoras do regresso rápido ao trabalho que apontaste. Não sendo um problema prioritário, há-de se lhe dar uma solução. A verdade é que (não sabes, naturalmente, ainda não cá estavas) o piso do Bar já foi reformado. Imagina que dantes era alcatifa, imagina as nódoas que o brindavam regularmente.
A arquitectura não é também um mar de rosas (as mesas e cadeiras também tiveram um dedo desses) e cometem-se erros de avaliação funcional. Há pessoas que julgam que a arquitectura é principalmente estética, mas outras correntes de pensamento te dirão que não, que é principalmente o pensar do uso dos espaços. Não vamos entrar nessa discussão – o que é certo é que as costas se queixam e as camisas ficam babadas de tanto contorcionismo que é necessário para ingerir alimentos de um prato pousado nas mesas até às maxilas esfomeadas dos frequentadores, sem hérnias discais e sem pingos de molho... Se a minha gravata votasse, as mesas e cadeiras estariam já na forma de dióxido de carbono.
Quanto ao “todo-o-terreno” que é o parque, talvez valha a pena recordar que o INESC Porto está a pagar uma substancial quantia para que os seus colaboradores não universitários dele usufruam. Mas é um terreno que não é nossa propriedade. Assim sendo, encara isso pelo lado da aventura diária, na Baja da Asprela. Infelizmente, alguém já se encarregou entretanto de abrir uma trilha mais domesticada... mais para meninos, diz o povo... Ná, tu não és desses, tu és brava e de adrenalina...!
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