B O L E T I M Número 82 de Abril 2008 - Ano VIII

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LET-in promove empreendedorismo

INESC Porto com cinco empresas incubadas num ano

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O Laboratório de Empresas Tecnológicas do INESC Porto (LET-in) existe há apenas um ano, mas tem já demonstrado a sua eficácia no apoio à inovação e ao empreendedorismo. O LET-in presta um serviço de incubação nas fases de desenvolvimento de ideias e prova de conceito de projectos empresariais de base tecnológica, contando já com cinco empresas incubadas desde 2007. Tomorrow Options, AUDOLICI, NextToYou e SmartWatt são os nomes dos primeiros casos de sucesso deste laboratório, ao que se junta a Process Net, que está a ser incubada virtualmente.

A valorização de ideias 
Apoiar investigadores e promotores de projectos na valorização de conhecimento e tecnologia, no desenvolvimento de ideias e de estudos, é o principal objectivo do LET-in. Focado nesse propósito, o Laboratório apoia e orienta os promotores no desenvolvimento das ideias, estudos de viabilidade técnica e comercial, desenvolvimento de protótipos, Business Plans, e em contactos com investidores e parceiros.

Criado em 2007 pela Unidade de Inovação e Transferência de Tecnologia (UITT) do INESC Porto, o LET-in oferece apoio a novos projectos empresariais, para além do normal espaço de incubação física nas instalações do INESC Porto. O Laboratório assume ter como missão “contribuir de forma estruturada para a valorização das pessoas e das organizações através da valorização do conhecimento, apoiando as actividades de empreendedorismo de base tecnológica, sobretudo na fase de prova de conceito, e em projectos com fortes sinergias com as áreas tecnológicas do INESC Porto", revela Alexandra Xavier, a responsável pelo LET-in.

Do Mestrado ao WalkinSense
A empresa Tomorrow Options teve origem no Mestrado em Inovação e Empreendedorismo Tecnológico da FEUP, onde quatro dos promotores se envolveram no projecto que em Fevereiro de 2007 deu lugar à nova empresa. O objectivo era desenvolver dispositivos electrónicos que satisfizessem necessidades globais em áreas como a medicina ou o ambiente.  Nesse contexto surgiu o primeiro projecto concluído pela empresa, o WalkinSense – um dispositivo médico, electrónico e portátil, para a prevenção, avaliação dos efeitos, e auxílio do tratamento do pé diabético. O produto será comercializado ainda em 2008.

Catarina Monteiro, que a par de Miguel Velhote, Paulo Ferreira, Sérgio Cunha e João Neiva integra a equipa da Tomorrow Options, reconhece a importância do INESC Porto para a formação da empresa, e afirma que a “presença do instituto no projecto, pela sua reputação, acrescentou credibilidade à empresa, factor crítico para pequenas start-ups tecnológicas. Este aspecto facilitou e acelerou a negociação com investidores, além de nos permitir captar mais facilmente a atenção de outras entidades que podem contribuir para o sucesso da empresa”.

Uma proposta ambiciosa
Com uma equipa de trabalho constituída por José Magano, Valeriy Kuchkovskyy e Paulo Guedes, a AUDOLICI, que tem como objecto a engenharia, produção e comercialização de sistemas electrónicos de áudio, resultou da proposta de Kuchkovskyy de criação de uma empresa na área de design de amplificadores e outros equipamentos de áudio. A empresa encontra-se agora numa fase de arranque, tendo em dois meses desenvolvido o primeiro protótipo: um amplificador para a linha profissional. José Magano afirma mesmo que “a fase de produção deverá avançar ainda no primeiro semestre do ano, mantendo-se em curso um ambicioso programa de desenvolvimento de novos produtos”.

Também para a AUDOLICI, o INESC Porto teve um papel fundamental. Reconhecendo o potencial de materialização da ideia, o instituto desenvolveu um processo conducente à criação da empresa. O enquadramento proporcionado permitiu a análise de viabilidade e a formulação de um plano de negócio. "Para além de facilitador do processo e de promotor, o INESC Porto assegurou na fase inicial a incubação da AUDOLICI nas suas instalações”, revela José Magano.

“Próximo de si…no passo seguinte”
Foi com conversas de gabinete entre Rui Moreira e Jorge Mamede, investigadores da Unidade de Telecomunicações e Multimédia (UTM), que surgiu a ideia de criar soluções de engenharia de redes (produtos e serviços IP) para comunidades de utilizadores. Em pouco tempo essa mesma ideia materializou-se na NextToYou, que conta agora também com Bruno Oliveira e Vítor Brandão. “Pretendemos implementar e generalizar o conceito de comunidades/grupos de utilizadores em rede, diminuindo o custo dos actuais serviços e promovendo ao mesmo tempo o aparecimento de novos produtos e serviços que melhorem a qualidade de vida dos condóminos”, explica Rui Moreira.

O engenheiro acrescenta que o lema da empresa é "Próximo de si… no passo seguinte", ou seja, "trabalhamos próximo dos nossos clientes para os ajudar no seu dia-a-dia na tomada de decisões ligadas à selecção e instalação de tecnologias e serviços IP que melhor sirvam os seus interesses”. Para Rui Moreira, o INESC Porto foi importante para a formação da NextToYou, na medida em que "proporcionou um ambiente de desenvolvimento inicial para as ideias dos promotores e que se materializou no primeiro protótipo do nosso primeiro produto, a “GateBox”, que permite gerir a largura de banda em edifícios residenciais”.

A eficiência energética como mote
A criação da SmartWatt resultou da junção de esforços de seis promotores que viram na eficiência energética “um forte motor de competitividade, desenvolvimento e sustentabilidade económica. "Decidimos por isso passar dos algoritmos e hipóteses para o mundo real, que é o mundo das empresas e dos negócios”, declara Nelson Soares, um dos promotores da empresa. Desenvolver produtos pioneiros e abrir novos mercados onde exercer a sua actividade, bem como tornar-se uma empresa de referência europeia no sector são alguns dos objectivos da SmartWatt.

O desenvolvimento científico de um produto na área solar é um dos primeiros projectos desta empresa, que fechou também em Abril deste ano um protocolo com a Câmara de Ponte da Barca. Nelson Soares acredita que este protocolo poderá “trazer dividendos de cooperação interessantes” à SmartWatt. Para esta empresa de eficiência energética, o INESC Porto teve um papel fundamental, ao dar “apoio em relação à nossa ideia de negócio, e ao assumir-se como parceiro tecnológico para o crescimento futuro da SmartWatt”, revela o promotor.

As vantagens do LET-in
Segundo Alexandra Xavier, responsável pelo LET-in, tanto o INESC Porto como a as empresas incubadas beneficiam com a existência do Laboratório. No caso das empresas incubadas, "podem encontrar correlação entre a tecnologia que desenvolvem e as várias áreas que se encontram no INESC Porto. Além disso, conseguimos promover um conjunto de parcerias que individualmente as start-ups teriam mais dificuldade em desenvolver, o que faz com que reforcemos institucionalmente estas empresas no mercado”. Para Alexandra Xavier, “nem é tanto o espaço físico que conta, mas o apoio que o LET-in dá em termos de concepção ou estratégia para negócio”.

Por seu lado, os investigadores do INESC Porto “passam a ter um serviço que dá apoio às suas ideias no processo de valorização das áreas de investigação, no estabelecimento de parcerias, promoção de investimentos, sinergias tecnológicas e no desenvolvimento de protótipos”, declara a engenheira.

Expectativas e desafios do Futuro
Para as empresas incubadas no LET-in, a principal preocupação é crescer e afirmar-se no mercado. No caso da Tomorrow Options, o próximo desafio será mesmo afirmar comercialmente o WalkinSense, que em última análise permitirá a consolidação da empresa a nível internacional. Já para a AUDOLICI, o principal desafio que o futuro apresenta é “iniciar a construção de uma imagem forte junto dos públicos-alvo, conotando a marca com bom desempenho, fiabilidade e robustez, com níveis de preço competitivos". É com optimismo e ambição que Rui Moreira diz encarar o futuro da NextToYou, trabalhando assim para o desenvolvimento e refinamento de novas soluções de produção.

Para a SmartWatt o futuro é também encarado com ambição, já que espera tornar-se na empresa de referência do sector, em termos de know-how, volume e rentabilidade. “Que as empresas que agora começaram, tenham sucesso, e que cada vez mais projectos de promotores e do INESC Porto sejam valorizados comercialmente” são as expectativas do próprio LET-in. “Espero que os casos de sucesso sirvam de exemplo, e os que não corram tão bem sirvam de lição a projectos futuros”, afirma Alexandra Xavier.



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