B o l e t i m Número 45 de Novembro 2004 - Ano IV
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A Vós a Razão
Leitor romeno admite: “Fiquei impressionado por encontrar a mais de 4.000 km de casa uma língua muito parecida e uma hospitalidade portuguesa que realmente muitas vezes ajudaram matar as saudades de casa"

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Como diz o ditado popular: "patrão fora, dia santo na loja". Isto pensávamos nós, quando soubemos que o director do BIP, Prof. Vladimiro Miranda, ia passar um mês da sua licença sabática no Brasil. Afinal, enganámo-nos. Descubra porquê!

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Leitora reflecte: “Vi a senhora da limpeza pegar no recipiente do “Papel para reciclar”, pôs o papel num saco de plástico grande preto e logo em seguida as beatas de cigarro! Pois! Eu já achava que termos só os recipientes para o papel era pouco mas ver que nem isso vai para o ecoponto”

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E S P E C I A L

Acolhimento aos estrangeiros do INESC Porto

As nossas "heroínas"

O INESC Porto recebe anualmente vários investigadores e bolseiros estrangeiros. Muitos deles nunca visitaram Portugal e desconhecem completamente a língua portuguesa.

No acolhimento a estes "deslocados", as secretárias das Unidades desempenham um papel fundamental. Elas são o primeiro elo de ligação entre os colaboradores estrangeiros e o INESC Porto. Desde a chegada a Portugal até ao alojamento, passando pelos transportes, abertura de conta bancária e outras questões legais, as nossas "heroínas" não se cansam de ajudar...

O BIP quis conhecer o trabalho de acolhimento das secretárias e a opinião de alguns dos “deslocados”. Não perca as respostas!

 

As "heroínas"...

Luísa Mendonça, Secretária da Unidade de Optoelectrónica e Sistemas Electrónicos

BIP - Costumam prestar algum tipo de apoio, ao nível de alojamento, aos colaboradores estrangeiros quando chegam à vossa Unidade?

L.M. - Sim, costumo ajudar.

BIP - Se sim, que soluções é usual apresentarem? Podem dar exemplos de ajudas que prestaram recentemente ou no passado?

L.M. - Actualmente tenho arranjado quartos nas Residências Universitárias dos Serviços de Acção Social da Universidade do Porto. No passado consultava uma lista fornecida pela Federação Académica relativa a particulares que alugavam quartos para estudantes. Tinha também alguns contactos de pessoas que ao longo dos tempos tinham alugado quartos a colaboradores da Unidade.

BIP - O que acham que poderia/deveria ser feito para melhorar a integração/alojamento de um estrangeiro quando chega ao INESC Porto?

L.M. - Apesar de só poder falar na realidade que conheço, acredito que no INESC Porto existe uma preocupação constante na integração de qualquer estrangeiro que acolhemos. Da minha experiência neste assunto, posso referenciar que sempre que recebo um estrangeiro na Unidade, para além de arranjar alojamento, acompanho-o em todo o processo burocrático de instalação em Portugal.

 

Paula Castro, Secretária da Unidade de Sistemas de Energia

BIP - Costumam prestar algum tipo de apoio, ao nível de alojamento, aos colaboradores estrangeiros quando chegam à vossa Unidade?

P.C. - Sim, é tradição na USE fazer o acolhimento de qualquer estrangeiro recém-chegado, (seja um jovem bolseiro ou um investigador de renome internacional) de forma personalizada.

BIP - Se sim, que soluções é usual apresentarem? Podem dar exemplos de ajudas que prestaram recentemente ou no passado?

P.C. - Sempre que possível, faço a recepção no aeroporto. A seguir acompanho o processo de procura de alojamento (incluindo ajuda com contratos; em alguns casos, houve elementos da USE que ficaram como fiadores nesses contratos). É comum apoiarmos também as famílias dos visitantes (escolas para as crianças, assistência medica, etc). Damos ainda apoio em caso de doença ou acidente, sem esquecer igualmente o apoio nos contactos com serviço de estrangeiros, embaixadas, finanças, etc. Frequentemente promovemos convívios e passeios. Até já levei uma bolseira estrangeira à esteticista para rapar o bigode...

BIP - O que acham que poderia/deveria ser feito para melhorar a integração/alojamento de um estrangeiro quando chega ao INESC Porto?

P.C. - Para melhorar o acolhimento, sugiro a procura de alojamento condigno a preços módicos (talvez investir em imóveis que poderiam ser geridos pela instituição) e mais lugares em residências universitárias. Seria também interessante a distribuição de um manual de acolhimento que incluísse informação sobre a instituição, sobre a cidade e o país, mapas etc. Isto já é feito em parte pelo secretariado, informalmente. Acho que o acolhimento dos estrangeiros (falo pela USE, que é o que conheço) é bom e eles gostam. As lacunas e algumas queixas que existam estão sempre relacionadas com factores externos à Unidade e ao INESC Porto (pouca oferta - e cara - de alojamento, serviços públicos que funcionam mal, médicos que não falam inglês...).

 

Carla Sousa, Secretária da Unidade de Telecomunicações e Multimédia

BIP - Costumam prestar algum tipo de apoio, ao nível de alojamento, aos colaboradores estrangeiros quando chegam à vossa Unidade?

C.S. - Sim, normalmente, quem arranja alojamento aos bolseiros sou eu.

BIP - Se sim, que soluções é usual apresentarem? Podem dar exemplos de ajudas que prestaram recentemente ou no passado?

C.S. - Quanto ao alojamento, primeiro contacto outras secretárias que também têm bolseiros, já que pode haver vagas nas casas desses e assim, a integração é mais fácil. Se não houver disponibilidade, reservo quarto numa residencial aqui perto, que recebe muitos alunos do programa ERASMUS. Quando eles não conhecem ninguém, é necessário dar todo o apoio, desde apresentá-los aos colegas da Unidade e pessoal do DIL (pelo menos para eles verem as instalações e os rostos), ir ao SEF (Serviço de Estrangeiros e Fronteiras) com eles, inscrevê-los nas Finanças, no Seguro do INESC Porto, abrir conta num banco, passando por dizer-lhes onde é o supermercado mais próximo de casa deles, dar-lhes informação sobre a cidade, etc, etc.

BIP - O que acham que poderia/deveria ser feito para melhorar a integração/alojamento de um estrangeiro quando chega ao INESC Porto?

C.S. - Um manual de acolhimento é fundamental! Não era preciso ser "o melhor manual de acolhimento do mundo"; bastava ser um documento que mostrasse que a Instituição apoia a sua vinda e tem estruturas e procedimentos de apoio aos bolseiros. Uma pessoa responsável pelo acolhimento e apresentação da Direcção aos bolseiros em reuniões mensais, por exemplo, de todos os bolseiros novos, no Auditório.

 

Sónia Pinto, Secretária da Unidade de Engenharia de Sistemas de Produção e coordenadora do Secretariado

BIP - Costumam prestar algum tipo de apoio, ao nível de alojamento, aos colaboradores estrangeiros quando chegam à vossa Unidade?

S.P. - Sim, existem algumas situações diferentes de apoio a estrangeiros. Algumas são: 1) estrangeiros que ficam hospedados em Hotéis por um curto período de tempo apenas para participar em reuniões dos projectos; 2) estrangeiros que ficam por um período mais prolongado no Porto porque se deslocam no âmbito de uma colaboração especifica no INESC Porto. Nestes casos, a secretária da Unidade procura a solução mais adequada a cada pessoa quer em termos de preço e qualidade, quer até por algumas necessidades especificas.

BIP - Se sim, que soluções é usual apresentarem? Podem dar exemplos de ajudas que prestaram recentemente ou no passado?

S.P. - No primeiro caso, todos os anos são negociados preços especiais com Hotéis de Porto e Lisboa. É facultada a todo o secretariado informação das condições dos Hotéis e depois cada secretária procura encontrar a solução mais adequada. Existe um documento geral com os contactos e preços de todos os Hotéis publicado na Intranet na área da Coordenação do Secretariado.

No segundo caso, as secretárias das Unidades procuram encontrar apartamentos perto do INESC Porto com condições adequadas à estadia (nš de quartos, móveis, utensílios de cozinha, proximidade de transportes, etc). Visto que vão sempre aparecendo novos locais e contactos, foram compiladas todas as informações que cada secretaria foi reunindo, e está publicado na Intranet, na área da Coordenação do Secretariado, um documento para ajudar a procurar soluções.

A titulo de exemplo, na Unidade já tivemos a visita de uma pessoa da Universidade de Southampton, no âmbito de um Protocolo GRICES/BC, que ficou num apartamento perto do INESC Porto. Foi necessário verificar as condições do apartamento, instalar a pessoa e acompanhar durante a estadia de acordo com as necessidades manifestadas.

BIP - O que acham que poderia/deveria ser feito para melhorar a integração/alojamento de um estrangeiro quando chega ao INESC Porto?

S.P. - Quanto à acomodação, tenho a certeza que o secretariado já faz sempre o seu melhor para encontrar a melhor solução e ajudar as pessoas naquilo que precisam. Poderia ser melhor e menos complicado se o INESC Porto tivesse à partida um local para essas situações, mas isso implica custos.

Quanto à integração parece-me que há mesmo necessidade de melhorar, por falta de um processo de acolhimento que permita colocar as pessoas em contacto com o universo INESC Porto de uma forma suave e interessante.

 

Os "deslocados"...

Paul Brown, EUA, Unidade de Sistemas de Energia

BIP - Quando chegou ao INESC Porto como conseguiu alojamento? A secretária da Unidade ajudou-o a arranjar um quarto ou apartamento?

P.B. - Sim, a Paula Castro (secretária da USE) arranjou-me um apartamento para viver.

BIP - O que considera que podia ser feito permitir um melhor alojamento aos investigadores e bolseiros estrangeiros?

P.B. - Nesse sentido, as diligências da Paula Castro foram boas. Agora estou instalado há algum tempo e já tenho os meus próprios meios de procurar outro local para viver. Isso é precisamente o que estou a fazer. A Paula já se disponibilizou para me ajudar, mas não vai ser necessário. Assim, penso que não é necessário melhorar nada.

BIP - Onde vive agora? Vive sozinho, com família ou amigos, ou com pessoas desconhecidas?

P.B. - Vivo com dois colegas que não conhecia antes, embora um deles fosse amigo de um amigo meu.

 

Rosa Romero Muniz, Espanha, Unidade de Optoelectrónica e Sistemas Electrónicos

BIP - Quando chegou ao INESC Porto como conseguiu alojamento? A secretária da Unidade ajudou-o a arranjar um quarto ou apartamento?

R.R. - Sim, a Unidade arranjou-me um quarto na casa de uma senhora de idade.

BIP - O que considera que podia ser feito permitir um melhor alojamento aos investigadores e bolseiros estrangeiros?

R.R. - Acho que seria melhor procurar alojamento em residências universitárias, possibilitando assim o contacto com pessoas mais jovens.

BIP - Onde vive agora? Vive sozinho, com família ou amigos, ou com pessoas desconhecidas?

R.R. - Agora vivo com amigos.

 

Andrei e Cezarina Mardare, Roménia, Unidade de Optoelectrónica e Sistemas Electrónicos

BIP - Quando chegou ao INESC Porto como conseguiu alojamento? A secretária da Unidade ajudou-o a arranjar um quarto ou apartamento?

A.M. - Sim, a Luísa deu-nos uma grande ajuda no início. Arranjou-nos um local para ficar, ajudou-nos a abrir uma conta no banco, etc.

C.M. - Quando chegámos à UOSE, a secretária da Unidade tratou do nosso alojamento.

BIP - O que considera que podia ser feito permitir um melhor alojamento aos investigadores e bolseiros estrangeiros?

A.M. - Não seria má ideia se o INESC Porto tivesse uma espécie de contrato com uma Imobiliária. Isto facilitaria a vida de quem vem para cá e quer alugar apartamento.

C.M. - No que me diz respeito, acho que não é necessário alterar nada, desde que continue a haver quem trate do alojamento dos novos investigadores quando chegam a Portugal.

BIP - Onde vive agora? Vive sozinho, com família ou amigos, ou com pessoas desconhecidas?

A.M. - Agora vivo num apartamento arrendado com a minha esposa.

C.M. - Arrendámos um apartamento. Vivo com o meu marido.

 

Patricia Gómez Abia, Espanha, Unidade de Sistemas de Energia

BIP - Quando chegou ao INESC Porto como conseguiu alojamento? A secretária da Unidade ajudou-o a arranjar um quarto ou apartamento?

P.A. - Sim, a Paula Castro indicou-me dois apartamentos. Entretanto também tinha alguns amigos que vivem cá e que me ajudaram a escolher.

BIP - O que considera que podia ser feito permitir um melhor alojamento aos investigadores e bolseiros estrangeiros?

P.A. - Acho óptimo que a secretária da Unidade ajude os estrangeiros quanto ao alojamento. Não é fácil encontrar um bom local para viver e, se o tentarmos fazer sozinhos, torna-se ainda mais demorado.

BIP - Onde vive agora? Vive sozinho, com família ou amigos, ou com pessoas desconhecidas?

P.A. - Neste momento, partilho um apartamento com três amigos espanhóis.

 

Catalin Calistru, Roménia, Unidade de Telecomunicações e Multimédia

BIP - Quando chegou ao INESC Porto como conseguiu alojamento? A secretária da Unidade ajudou-o a arranjar um quarto ou apartamento?

C.C. - Cheguei em Outubro de 2002 e consegui facilmente alojamento. A secretária da UTM, Carla Sousa, ajudou-me a tratar de tudo que era necessário.

BIP - O que considera que podia ser feito permitir um melhor alojamento aos investigadores e bolseiros estrangeiros?

C.C. - Como comigo correu tudo bem, por isso não tenho nenhuma sugestão a fazer.

BIP - Onde vive agora? Vive sozinho, com família ou amigos, ou com pessoas desconhecidas?

C.C. - Actualmente vivo com a minha esposa, e com alguns amigos romenos e brasileiros.

 

Naing Win Oo, Myanmar (antiga Birmânia), Unidade de Sistemas de Energia

BIP - Quando chegou ao INESC Porto como conseguiu alojamento? A secretária da Unidade ajudou-o a arranjar um quarto ou apartamento?

N.O. - Sim, a secretária da Unidade ajudou-me a encontrar o apartamento onde vivo até agora.

BIP - O que considera que podia ser feito permitir um melhor alojamento aos investigadores e bolseiros estrangeiros?

N.O. - Seria bom se pudéssemos ter alojamento numa residência universitária. Isso ajudar-nos-ia a encontrar um ambiente mais acolhedor enquanto estamos longe do nosso país.

BIP - Onde vive agora? Vive sozinho, com família ou amigos, ou com pessoas desconhecidas?

N.O. - Estou a viver a dez minutos do INESC Porto, com pessoas que não conhecia antes.



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