O INESC Porto recebe anualmente vários investigadores e
bolseiros estrangeiros. Muitos deles nunca visitaram
Portugal e desconhecem completamente a língua portuguesa.
No acolhimento a estes "deslocados", as secretárias das
Unidades desempenham um papel fundamental. Elas são o
primeiro elo de ligação entre os colaboradores estrangeiros
e o INESC Porto. Desde a chegada a Portugal até ao
alojamento, passando pelos transportes, abertura de conta
bancária e outras questões legais, as nossas "heroínas" não
se cansam de ajudar...
O BIP quis conhecer o trabalho de acolhimento das
secretárias e a opinião de alguns dos “deslocados”. Não
perca as respostas!
As "heroínas"...
Luísa
Mendonça, Secretária da Unidade de Optoelectrónica e
Sistemas Electrónicos
BIP - Costumam prestar algum tipo de apoio, ao nível de
alojamento, aos colaboradores estrangeiros quando chegam à
vossa Unidade?
L.M. - Sim, costumo ajudar.
BIP - Se sim, que soluções é usual apresentarem? Podem
dar exemplos de ajudas que prestaram recentemente ou no
passado?
L.M. - Actualmente tenho arranjado quartos nas
Residências Universitárias dos Serviços de Acção Social da
Universidade do Porto. No passado consultava uma lista
fornecida pela Federação Académica relativa a particulares
que alugavam quartos para estudantes. Tinha também alguns
contactos de pessoas que ao longo dos tempos tinham alugado
quartos a colaboradores da Unidade.
BIP - O que acham que poderia/deveria ser feito para
melhorar a integração/alojamento de um estrangeiro quando
chega ao INESC Porto?
L.M. - Apesar de só poder falar na realidade que conheço,
acredito que no INESC Porto existe uma preocupação constante
na integração de qualquer estrangeiro que acolhemos. Da
minha experiência neste assunto, posso referenciar que
sempre que recebo um estrangeiro na Unidade, para além de
arranjar alojamento, acompanho-o em todo o processo
burocrático de instalação em Portugal.
Paula
Castro, Secretária da Unidade de Sistemas de Energia
BIP - Costumam prestar algum tipo de apoio, ao nível de
alojamento, aos colaboradores estrangeiros quando chegam à
vossa Unidade?
P.C. - Sim, é tradição na USE fazer o acolhimento de
qualquer estrangeiro recém-chegado, (seja um jovem bolseiro
ou um investigador de renome internacional) de forma
personalizada.
BIP - Se sim, que soluções é usual apresentarem? Podem
dar exemplos de ajudas que prestaram recentemente ou no
passado?
P.C. - Sempre que possível, faço a recepção no aeroporto.
A seguir acompanho o processo de procura de alojamento
(incluindo ajuda com contratos; em alguns casos, houve
elementos da USE que ficaram como fiadores nesses
contratos). É comum apoiarmos também as famílias dos
visitantes (escolas para as crianças, assistência medica, etc). Damos ainda apoio em caso de doença ou acidente, sem
esquecer igualmente o apoio nos contactos com serviço de
estrangeiros, embaixadas, finanças, etc. Frequentemente
promovemos convívios e passeios. Até já levei uma bolseira
estrangeira à esteticista para rapar o bigode...
BIP - O que acham que poderia/deveria ser feito para
melhorar a integração/alojamento de um estrangeiro quando
chega ao INESC Porto?
P.C. - Para melhorar o acolhimento, sugiro a procura de
alojamento condigno a preços módicos (talvez investir em
imóveis que poderiam ser geridos pela instituição) e mais
lugares em residências universitárias. Seria também
interessante a distribuição de um manual de acolhimento que
incluísse informação sobre a instituição, sobre a cidade e o
país, mapas etc. Isto já é feito em parte pelo secretariado,
informalmente. Acho que o acolhimento dos estrangeiros (falo
pela USE, que é o que conheço) é bom e eles gostam. As
lacunas e algumas queixas que existam estão sempre
relacionadas com factores externos à Unidade e ao INESC
Porto (pouca oferta - e cara - de alojamento, serviços
públicos que funcionam mal, médicos que não falam
inglês...).
Carla
Sousa, Secretária da Unidade de Telecomunicações e
Multimédia
BIP - Costumam prestar algum tipo de apoio, ao nível de
alojamento, aos colaboradores estrangeiros quando chegam à
vossa Unidade?
C.S. - Sim, normalmente, quem arranja alojamento aos
bolseiros sou eu.
BIP - Se sim, que soluções é usual apresentarem? Podem
dar exemplos de ajudas que prestaram recentemente ou no
passado?
C.S. - Quanto ao alojamento, primeiro contacto outras
secretárias que também têm bolseiros, já que pode haver
vagas nas casas desses e assim, a integração é mais fácil.
Se não houver disponibilidade, reservo quarto numa
residencial aqui perto, que recebe muitos alunos do programa ERASMUS. Quando eles não conhecem ninguém, é necessário dar
todo o apoio, desde apresentá-los aos colegas da Unidade e
pessoal do DIL (pelo menos para eles verem as instalações e
os rostos), ir ao SEF (Serviço de Estrangeiros e Fronteiras)
com eles, inscrevê-los nas Finanças, no Seguro do INESC
Porto, abrir conta num banco, passando por dizer-lhes onde é
o supermercado mais próximo de casa deles, dar-lhes
informação sobre a cidade, etc, etc.
BIP - O que acham que poderia/deveria ser feito para
melhorar a integração/alojamento de um estrangeiro quando
chega ao INESC Porto?
C.S. - Um manual de acolhimento é fundamental! Não era
preciso ser "o melhor manual de acolhimento do mundo";
bastava ser um documento que mostrasse que a Instituição
apoia a sua vinda e tem estruturas e procedimentos de apoio
aos bolseiros. Uma pessoa responsável pelo acolhimento e
apresentação da Direcção aos bolseiros em reuniões mensais,
por exemplo, de todos os bolseiros novos, no Auditório.
Sónia
Pinto, Secretária da Unidade de Engenharia de Sistemas de
Produção e coordenadora do Secretariado
BIP - Costumam prestar algum tipo de apoio, ao nível de
alojamento, aos colaboradores estrangeiros quando chegam à
vossa Unidade?
S.P. - Sim, existem algumas situações diferentes de apoio
a estrangeiros. Algumas são: 1) estrangeiros que ficam
hospedados em Hotéis por um curto período de tempo apenas
para participar em reuniões dos projectos; 2) estrangeiros
que ficam por um período mais prolongado no Porto porque se
deslocam no âmbito de uma colaboração especifica no INESC
Porto. Nestes casos, a secretária da Unidade procura a
solução mais adequada a cada pessoa quer em termos de preço
e qualidade, quer até por algumas necessidades especificas.
BIP - Se sim, que soluções é usual apresentarem? Podem
dar exemplos de ajudas que prestaram recentemente ou no
passado?
S.P. - No primeiro caso, todos os anos são negociados
preços especiais com Hotéis de Porto e Lisboa. É facultada a
todo o secretariado informação das condições dos Hotéis e
depois cada secretária procura encontrar a solução mais
adequada. Existe um documento geral com os contactos e
preços de todos os Hotéis publicado na Intranet na área da
Coordenação do Secretariado.
No segundo caso, as secretárias das Unidades procuram
encontrar apartamentos perto do INESC Porto com condições
adequadas à estadia (nš de quartos, móveis, utensílios de
cozinha, proximidade de transportes, etc). Visto que vão
sempre aparecendo novos locais e contactos, foram compiladas
todas as informações que cada secretaria foi reunindo, e
está publicado na Intranet, na área da Coordenação do
Secretariado, um documento para ajudar a procurar soluções.
A titulo de exemplo, na Unidade já tivemos a visita de
uma pessoa da Universidade de Southampton, no âmbito de um
Protocolo GRICES/BC, que ficou num apartamento perto do
INESC Porto. Foi necessário verificar as condições do
apartamento, instalar a pessoa e acompanhar durante a
estadia de acordo com as necessidades manifestadas.
BIP - O que acham que poderia/deveria ser feito para
melhorar a integração/alojamento de um estrangeiro quando
chega ao INESC Porto?
S.P. - Quanto à acomodação, tenho a certeza que o
secretariado já faz sempre o seu melhor para encontrar a
melhor solução e ajudar as pessoas naquilo que precisam.
Poderia ser melhor e menos complicado se o INESC Porto
tivesse à partida um local para essas situações, mas isso
implica custos.
Quanto à integração parece-me que há mesmo necessidade de
melhorar, por falta de um processo de acolhimento que
permita colocar as pessoas em contacto com o universo INESC
Porto de uma forma suave e interessante.
Os "deslocados"...
Paul
Brown, EUA, Unidade de Sistemas de Energia
BIP - Quando chegou ao INESC Porto como conseguiu
alojamento? A secretária da Unidade ajudou-o a
arranjar um quarto ou apartamento?
P.B. - Sim, a Paula Castro (secretária da USE) arranjou-me um
apartamento para viver.
BIP - O que considera que podia ser feito permitir um
melhor alojamento aos investigadores e bolseiros
estrangeiros?
P.B. - Nesse sentido, as diligências da Paula Castro
foram boas. Agora estou instalado há algum tempo e já tenho
os meus próprios meios de procurar outro local para viver.
Isso é precisamente o que estou a fazer. A Paula já se
disponibilizou para me ajudar, mas não vai ser necessário.
Assim, penso que não é necessário melhorar nada.
BIP - Onde vive agora? Vive sozinho, com família ou
amigos, ou com pessoas desconhecidas?
P.B. - Vivo com dois colegas que não conhecia antes,
embora um deles fosse amigo de um amigo meu.
Rosa
Romero Muniz, Espanha, Unidade de Optoelectrónica e Sistemas
Electrónicos
BIP - Quando chegou ao INESC Porto como conseguiu
alojamento? A secretária da Unidade ajudou-o a arranjar um
quarto ou apartamento?
R.R. - Sim, a Unidade arranjou-me um quarto na casa de
uma senhora de idade.
BIP - O que considera que podia ser feito permitir um
melhor alojamento aos investigadores e bolseiros
estrangeiros?
R.R. - Acho que seria melhor procurar alojamento em
residências universitárias, possibilitando assim o contacto
com pessoas mais jovens.
BIP - Onde vive agora? Vive sozinho, com família ou
amigos, ou com pessoas desconhecidas?
R.R. - Agora vivo com amigos.
Andrei
e Cezarina Mardare, Roménia, Unidade de Optoelectrónica e
Sistemas Electrónicos
BIP - Quando chegou ao INESC Porto como conseguiu
alojamento? A secretária da Unidade ajudou-o a arranjar um
quarto ou apartamento?
A.M. - Sim, a Luísa deu-nos uma grande ajuda no início.
Arranjou-nos um local para ficar, ajudou-nos a abrir uma
conta no banco, etc.
C.M.
- Quando chegámos à UOSE, a secretária da Unidade tratou do
nosso alojamento.
BIP - O que considera que podia ser feito permitir um
melhor alojamento aos investigadores e bolseiros
estrangeiros?
A.M. - Não seria má ideia se o INESC Porto tivesse uma
espécie de contrato com uma Imobiliária. Isto facilitaria a
vida de quem vem para cá e quer alugar apartamento.
C.M. - No que me diz respeito, acho que não é necessário
alterar nada, desde que continue a haver quem trate do
alojamento dos novos investigadores quando chegam a
Portugal.
BIP - Onde vive agora? Vive sozinho, com família ou
amigos, ou com pessoas desconhecidas?
A.M. - Agora vivo num apartamento arrendado com a minha
esposa.
C.M. - Arrendámos um apartamento. Vivo com o meu marido.
Patricia
Gómez Abia, Espanha, Unidade de Sistemas de Energia
BIP - Quando chegou ao INESC Porto como conseguiu
alojamento? A secretária da Unidade ajudou-o a arranjar um
quarto ou apartamento?
P.A. - Sim, a Paula Castro indicou-me dois apartamentos.
Entretanto também tinha alguns amigos que vivem cá e que me
ajudaram a escolher.
BIP - O que considera que podia ser feito permitir um
melhor alojamento aos investigadores e bolseiros
estrangeiros?
P.A. - Acho óptimo que a secretária da Unidade ajude os
estrangeiros quanto ao alojamento. Não é fácil encontrar um
bom local para viver e, se o tentarmos fazer sozinhos,
torna-se ainda mais demorado.
BIP - Onde vive agora? Vive sozinho, com família ou
amigos, ou com pessoas desconhecidas?
P.A. - Neste momento, partilho um apartamento com três
amigos espanhóis.
Catalin
Calistru, Roménia, Unidade de Telecomunicações e Multimédia
BIP - Quando chegou ao INESC Porto como conseguiu
alojamento? A secretária da Unidade ajudou-o a arranjar um
quarto ou apartamento?
C.C. - Cheguei em Outubro de 2002 e consegui facilmente
alojamento. A secretária da UTM, Carla Sousa, ajudou-me a
tratar de tudo que era necessário.
BIP - O que considera que podia ser feito permitir um
melhor alojamento aos investigadores e bolseiros
estrangeiros?
C.C. - Como comigo correu tudo bem, por isso não tenho
nenhuma sugestão a fazer.
BIP - Onde vive agora? Vive sozinho, com família ou
amigos, ou com pessoas desconhecidas?
C.C. - Actualmente vivo com a minha esposa, e com alguns
amigos romenos e brasileiros.
Naing
Win Oo, Myanmar (antiga Birmânia), Unidade de Sistemas de
Energia
BIP - Quando chegou ao INESC Porto como conseguiu
alojamento? A secretária da Unidade ajudou-o a arranjar um
quarto ou apartamento?
N.O. - Sim, a secretária da Unidade ajudou-me a encontrar
o apartamento onde vivo até agora.
BIP - O que considera que podia ser feito permitir um
melhor alojamento aos investigadores e bolseiros
estrangeiros?
N.O. - Seria bom se pudéssemos ter alojamento numa
residência universitária. Isso ajudar-nos-ia a encontrar um
ambiente mais acolhedor enquanto estamos longe do nosso
país.
BIP - Onde vive agora? Vive sozinho, com família ou
amigos, ou com pessoas desconhecidas?
N.O. - Estou a viver a dez minutos do INESC Porto, com
pessoas que não conhecia antes.
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