O INESC no Porto faz 20 anos em 2005 e é um verdadeiro caso
de estudo.
Que o figurino fosse polémico, compreendia-se nos anos
80, pelo seu arrojo e novidade. Que fosse incómodo, também
está bem de ver, porque introduziu uma cultura de exigência
num ambiente académico não só carente dela como reactivo a
ela.
Que fosse aviltante por converter os universitários em
mercenários, é questão afastada pela prática pois não há
local, ao contrário dos arautos da desgraça, onde as contas
sejam mais auditadas e as questões financeiras e legais de
pagamentos a docentes mais transparentes.
Que fosse abastardante da missão científica por
transformar investigadores em escravos das aplicações, a
realidade desmente-o gritantemente, pois consegue o INESC
Porto melhores índices científicos (projectos,
publicações...) que a média dos grupos académicos nacionais
nas mesmas áreas de interesse.
Aqui estamos. A mera existência, passados 20 anos,
demonstra as virtudes do modelo. Pois não é verdade que
muitos sempre afirmaram que uma instituição assim era
inviável? Eppure, si muove... (*)
(*) Todavia, move-se... frase atribuída a
Galileu, admite-se que baixinho e entre dentes, depois de
ter renegado, diante do Santo Ofício, que a Terra se moveria
em volta do Sol
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