Por Luís Miguel Nunes
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Há poucos dias fui
visitar uma amiga, que por sinal é colega de trabalho; no regresso
passei pelo novo edifício do INESC Porto e fui dar uma espreitadela
(não sei se podia, mas fui, ..., a curiosidade matou o gato).
A visita às nossas
futuras instalações, fez-me esquecer as pequenas (ou grandes,
depende da perspectiva) desvantagens da mudança para a Asprela, como
as deslocações e/ou estacionamento e a falta de comércio,
principalmente na área da restauração.
No novo edifício
impera a simplicidade e o modernismo (no sistema de luzes, por
exemplo), e aparentemente vai-nos proporcionar um óptimo local de
trabalho (espero); a luz natural é uma das suas grandes qualidades.
É claro que prestei
particular atenção ao quinto andar, onde supostamente será a minha
área de trabalho, e ao arquivo que é de grande importância, e
gostei, quer pelas áreas, quer pela referida luz natural; fiquei um
pouco apreensivo pelo espaço onde irei ficar, pois me pareceu um
pouco pequeno, embora ver um espaço vazio e imaginar como vai ficar
preenchido não seja propriamente fácil, há que dar o benefício da
dúvida e esperar.
Fiquei
particularmente satisfeito ao verificar, que o novo edifício está
dotado de condições para deficientes. Não sei se é obrigatório
por lei a existência destas condições, mas mesmo que seja, é de
louvar a sua implementação.
A proximidade da FEUP
e a aglutinação de praticamente todo o INESC Porto com todas as
vantagens daí inerentes faz-nos esquecer o afastamento da
"baixa", onde tudo está tão perto, como os Bancos, as
Repartições de Finanças, os Correios, etc.
No cômputo geral,
acho que a mudança para o novo edifício vai ser muito positiva e
daqui a algum tempo, se calhar, já não sentiremos a falta de tudo o
que a "baixa" nos oferece.
O caminho é para a
frente. Não vamos pensar no que perdemos, mas sim no que ganhamos e
no que podemos fazer para melhorar o menos bom.
Mudemos então o mais
rápido possível...
P.S. - Desculpem esta
pequena divagação, mas achei que devia. Não se pode chamar
atenção somente para o que está mal, há que dizer qualquer coisa
quando achamos que algo está a ser bem feito.
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Colaborador do Departamento de Informação e Logística (DIL)
O CONSULTOR DO
LEITOR COMENTA
Palavras para quê?
Portugal é o país
do NÃO, e passa pela cabeça de muita gente que a visibilidade ou
notoriedade só se alcança se se for CONTRA.
Infelizmente, há
muitos exemplos que aparentemente dão razão a quem assim pensa e
age. Porque existe um fenómeno bem estudado, chamado "mimetismo
social", que reforça nas pessoas as atitudes que são imitação
do grupo - e se o grupo é "assim", passa a ser mais
"assim" ou, no nosso caso, "anão" (eis aqui um
trocadilho excelente que só me ocorreu depois de o ter escrito...!).
O optimismo é meia
cura de muitas enfermidades. A visão positiva é meio caminho feito.
A postura construtiva é meia tarefa completada.
Por isso, é bom
sermos uma instituição alegre. Termos auto-estima. Não que isso nos
conduza a uma postura agressiva, a qual é assiduamente confundida com
"profissionalismo" ou "marca de competência" ou
de "sucesso".
Esse erro, quantas
vezes o encontro em variadas empresas públicas... vêm-me ao
pensamento tantos vôos na TAP e em outras companhias, em que pensei
que o pessoal de atendimento a bordo deveria precisamente estar a
fazer uma tal confusão... Daí que, em vez de sorrisos e genuína
simpatia, tenha recebido carrancas formais e tons de voz impessoais,
nessa ilusão de que me estariam apresentando uma postura profissional
quando apenas me serviam falta de calor humano.
Quando estamos
positivamente motivados, a garrafa fica meia cheia em vez de meia
vazia. Fico bem contente de identificar essa postura no Luís Miguel
Nunes: nenhum receio em vir dizer que "assim está bem". Em
vez de apontar os defeitos, realçou as virtudes. Em vez de nos
encharcar com dúvidas, iluminou-nos com confianças. Em vez de nos
passar hesitações, transmitiu-nos motivação. Não é verdade que,
depois de ler a RAZÃO dele, nos apetece mudar e mais depressa?
Nem tudo será
perfeito, no novo edifício. Encontraremos falhas? Certamente, a
mudança vai exigir de todos nós alguns reequilíbrios. Há quem
pense sempre das coisas que "é tudo em geral mau e o que está
bem não chega para compensar o azedo". Por mim, prefiro pensar
no que há de bom e, quanto ao que é menos bom, cá estamos para
transformar.
Cabe-nos a nós
escolher se vamos querer valorizar o que há de positivo ou salientar
o que nos parece negativo. Caro Luís Miguel, a tua escolha já
conheço. Assim, sim.
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