Número 3 Público / 17 Interno (Abril 2002)
Ficha técnica
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Mudemos o mais rápido possível... 

 


 

 

Por Luís Miguel Nunes *

Há poucos dias fui visitar uma amiga, que por sinal é colega de trabalho; no regresso passei pelo novo edifício do INESC Porto e fui dar uma espreitadela (não sei se podia, mas fui, ..., a curiosidade matou o gato).

A visita às nossas futuras instalações, fez-me esquecer as pequenas (ou grandes, depende da perspectiva) desvantagens da mudança para a Asprela, como as deslocações e/ou estacionamento e a falta de comércio, principalmente na área da restauração.

No novo edifício impera a simplicidade e o modernismo (no sistema de luzes, por exemplo), e aparentemente vai-nos proporcionar um óptimo local de trabalho (espero); a luz natural é uma das suas grandes qualidades.

É claro que prestei particular atenção ao quinto andar, onde supostamente será a minha área de trabalho, e ao arquivo que é de grande importância, e gostei, quer pelas áreas, quer pela referida luz natural; fiquei um pouco apreensivo pelo espaço onde irei ficar, pois me pareceu um pouco pequeno, embora ver um espaço vazio e imaginar como vai ficar preenchido não seja propriamente fácil, há que dar o benefício da dúvida e esperar.

Fiquei particularmente satisfeito ao verificar, que o novo edifício está dotado de condições para deficientes. Não sei se é obrigatório por lei a existência destas condições, mas mesmo que seja, é de louvar a sua implementação.

A proximidade da FEUP e a aglutinação de praticamente todo o INESC Porto com todas as vantagens daí inerentes faz-nos esquecer o afastamento da "baixa", onde tudo está tão perto, como os Bancos, as Repartições de Finanças, os Correios, etc.

No cômputo geral, acho que a mudança para o novo edifício vai ser muito positiva e daqui a algum tempo, se calhar, já não sentiremos a falta de tudo o que a "baixa" nos oferece.

O caminho é para a frente. Não vamos pensar no que perdemos, mas sim no que ganhamos e no que podemos fazer para melhorar o menos bom.

Mudemos então o mais rápido possível...

P.S. - Desculpem esta pequena divagação, mas achei que devia. Não se pode chamar atenção somente para o que está mal, há que dizer qualquer coisa quando achamos que algo está a ser bem feito.

* Colaborador do Departamento de Informação e Logística (DIL)

 

O CONSULTOR DO LEITOR COMENTA

Palavras para quê?

Portugal é o país do NÃO, e passa pela cabeça de muita gente que a visibilidade ou notoriedade só se alcança se se for CONTRA.

Infelizmente, há muitos exemplos que aparentemente dão razão a quem assim pensa e age. Porque existe um fenómeno bem estudado, chamado "mimetismo social", que reforça nas pessoas as atitudes que são imitação do grupo - e se o grupo é "assim", passa a ser mais "assim" ou, no nosso caso, "anão" (eis aqui um trocadilho excelente que só me ocorreu depois de o ter escrito...!).

O optimismo é meia cura de muitas enfermidades. A visão positiva é meio caminho feito. A postura construtiva é meia tarefa completada.

Por isso, é bom sermos uma instituição alegre. Termos auto-estima. Não que isso nos conduza a uma postura agressiva, a qual é assiduamente confundida com "profissionalismo" ou "marca de competência" ou de "sucesso".

Esse erro, quantas vezes o encontro em variadas empresas públicas... vêm-me ao pensamento tantos vôos na TAP e em outras companhias, em que pensei que o pessoal de atendimento a bordo deveria precisamente estar a fazer uma tal confusão... Daí que, em vez de sorrisos e genuína simpatia, tenha recebido carrancas formais e tons de voz impessoais, nessa ilusão de que me estariam apresentando uma postura profissional quando apenas me serviam falta de calor humano.

Quando estamos positivamente motivados, a garrafa fica meia cheia em vez de meia vazia. Fico bem contente de identificar essa postura no Luís Miguel Nunes: nenhum receio em vir dizer que "assim está bem". Em vez de apontar os defeitos, realçou as virtudes. Em vez de nos encharcar com dúvidas, iluminou-nos com confianças. Em vez de nos passar hesitações, transmitiu-nos motivação. Não é verdade que, depois de ler a RAZÃO dele, nos apetece mudar e mais depressa?

Nem tudo será perfeito, no novo edifício. Encontraremos falhas? Certamente, a mudança vai exigir de todos nós alguns reequilíbrios. Há quem pense sempre das coisas que "é tudo em geral mau e o que está bem não chega para compensar o azedo". Por mim, prefiro pensar no que há de bom e, quanto ao que é menos bom, cá estamos para transformar.

Cabe-nos a nós escolher se vamos querer valorizar o que há de positivo ou salientar o que nos parece negativo. Caro Luís Miguel, a tua escolha já conheço. Assim, sim.

 

   

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