More Care, Redes de Cooperação Empresarial e G-FORS
foram os projectos do INESC Porto apresentados publicamente
no Porto, Lisboa e Funchal nos últimos dias de Maio.
Permitir a integração em larga escala de energia
renovável em redes isoladas, promover modelos de negócio
inovadores e disponibilizar um novo sistema de produção de
programas de televisão digital são os objectivos destes
projectos financiados pela Comissão Europeia e
co-financiados pelo Plano Operacional da Economia (POE).
Energia
na Luz
No dia 29 de Maio, foi apresentado no auditório da Casa da
Luz no Funchal o projecto More Care (Sistema Avançado de
Apoio ao Controlo de Redes Isoladas com Elevada Penetração
de Energias Renováveis e Armazenamento de Energia),
desenvolvido pela Unidade de Sistemas de Energia (USE).
De uma forma simplificada, pode dizer-se que o More Care
é um sistema que ajuda os operadores das redes eléctricas
de ilhas (e outras redes isoladas) a tomar decisões sobre a
produção de electricidade de forma económica e aumentando
a segurança de funcionamento, permitindo o reforço da
incorporação de energia renovável, em particular eólica.
Creta
e Funchal
Desenvolvido entre Março de 2000 e Fevereiro de 2003, o
More Care envolveu várias instituições de investigação
e empresas de Portugal, Grécia e Holanda e resultou na
instalação de protótipos para apoio à gestão da rede
eléctrica em Creta (Grécia) e na ilha da Madeira, no
despacho da Empresa de Electricidade da Madeira (EMM).
Com esta iniciativa pretendeu-se também divulgar
soluções tecnológicas avançadas que permitem um
crescimento da integração das energias renováveis nos
sistemas de energia sem comprometer a segurança de
exploração do sistema. Face ao cenário de grande
integração de energia eólica, este tipo de ferramentas
será fundamental para permitir a gestão dos sistemas de
energia.
Estreia
Positiva
Apesar de se tratar de uma estreia neste tipo de
apresentações, Manuel Matos, coordenador da USE, considera
que a sessão correu muito bem. "Para além de
satisfazer os objectivos prescritos pelo POE, demonstrando o
funcionamento real do sistema More Care, a sessão ajudou à
integração do projecto na empresa e permitiu divulgar a
nossa actividade através dos jornais e da televisão
regional", sublinha o coordenador.
Manuel Matos afirma que o interesse dos convidados foi
notório, "nomeadamente das autoridades regionais de
energia da Madeira e dos Açores, e também pela
Electricidade dos Açores (que vai adquirir um sistema do
tipo do que se demonstrou)". "O impacto desta
apresentação para a imagem do INESC Porto foi muito
positivo, numa Região Autónoma onde temos tido e temos
agora diversos trabalhos de consultoria", finaliza o
professor.
Empresas
em Rede
O "estado da arte" das Redes de Cooperação
Empresarial, incluindo modelos de negócio inovadores,
estratégias de integração, tecnologias e soluções
disponíveis, foi divulgado pela Unidade de Engenharia de
Sistemas de Produção (UESP) na sessão pública que
decorreu no dia 29 de Maio, na Fundação Dr. Cupertino de
Miranda, no Porto.
O objectivo da sessão foi demonstrar os resultados
obtidos com quatro projectos desenvolvidos pelos INESC Porto
que visam melhorar a competitividade empresarial e que já
estão a ser praticados por empresas portuguesas: Co-Operate,
Damascos, Mediat-SME e Smart-SME.
Competitividade
Máxima
O Co-Operate, correntemente instalado na Jefar-Indústria de
Calçado, SA, procurava soluções para melhorar a
coordenação no planeamento e controlo de produção de uma
rede ou cadeia de fornecimento. Por sua vez, no Damascos foi
desenvolvido um conjunto de aplicações para redes de
empresas, incluindo previsão de vendas, gestão de forças
de vendas, gestão de cadeia de fornecimento e
acompanhamento de produção. Está instalado na empresa
Kyaia-Fortunato Frederico & Cª Lda.
A Lirel - Lima e Resende, Lda. já aplica o Mediat-SME,
ou seja, uma metodologia e ferramentas para implementação
de soluções de negócio electrónico nas PME, reduzindo os
custos e os riscos. O Smart-SME inclui funcionalidades como
configuração de encomendas, consulta automatizada aos
stocks, negociação de encomendas, acompanhamento da
produção, previsão da procura, entre outros. Está
actualmente instalado nas empresas Sampedro, IPF e Peruma
Têxteis.
Experiência
Favorável
Na UESP este evento não foi uma estreia, uma vez que já
tinham organizado a apresentação de resultados de diversos
projectos: Qshop, MANTIS e X-CITTIC, entre outros. Luís
Carneiro considera que o evento correu muito bem e que a
imagem do INESC Porto saiu reforçada. "Penso que foram
cumpridos os objectivos de divulgar junto das empresas os
resultados destes projectos e as competências desenvolvidas
pelo INESC Porto", afirma o coordenador-adjunto.
Relativamente a eventos anteriores, Luís Carneiro refere
que se registou um número bastante elevado de pessoas que
se inscreveram, mas não compareceram na sessão. "Na
véspera do evento tivemos de recusar inscrições porque
já tínhamos atingido o número máximo de participantes
tendo em atenção a sala escolhida (90 inscrições) e no
dia da sessão apenas compareceram 60 pessoas", lamenta
o engenheiro.
Flexibilidade
nos Conteúdos
A sessão de apresentação pública do projecto G-FORS (Generic
Format for Storage), desenvolvido pela Unidade de
Telecomunicações e Multimédia (UTM), decorreu no dia 30
de Maio na Casa do Futuro, em Lisboa.
O projecto G-FORS desenvolveu e demonstrou um sistema
inovador de produção de programas de televisão, baseado
numa arquitectura genérica de ficheiros - MXF (Media
eXchange Format). Esta arquitectura permite reduzir os
custos de produção ao disponibilizar os conteúdos duma
forma eficiente e flexível.
Cenários
Possíveis
Os ficheiros MXF são criados logo na própria câmara e
podem ser distribuídos ao longo da cadeia de tratamento dos
conteúdos até chegar à produção final, o que vem
revolucionar o chamado workflow de uma estrutura de
produção de TV.
A utilização conjunta deste formato de ficheiros com
câmaras, servidores de vídeo e estações de edição
devidamente equipados, permite ainda a busca com acesso
rápido a qualquer parte de um programa e a transferência
rápida de conteúdos, tornando mais fácil a sua
reutilização e alteração.
A TVCabo manifestou interesse
em adoptar a tecnologia MXF por forma a automatizar o
tratamento dos conteúdos anotados, indispensáveis
para a implementação das aplicações de televisão
interactiva, tendo sido demonstrada uma aplicação usada
para esse efeito. A MOG Solutions constituida pelos
responsáveis da equipa do INESC Porto que trabalhou no
projecto, que nos apoiou na demonstração, está a
desenvolver um conjunto de produtos baseados no MXF para
comercializar no mercado internacional.