INESC Porto
Galeria Jorge de Sena
Boletim INESC Porto
 
B o l e t i m N ú m e r o : 3 0 ( i n t e r n o ) / 1 6 ( p ú b l i c o )
 
 


O p i n i ã o

A Vós a Razão
Leitora brasileira confessa: "Quando eu cheguei aqui, especificamente em Porto, minha principal dificuldade de adaptação foi o clima…muito frio hghhh!!" »

Galeria do Insólito
"Nesta coisa das cobranças, por vezes é muito difícil contactar com as pessoas, ou porque estão em reunião, ou porque não podem atender, enfim, mil e uma desculpas..." »

Asneira Livre
Leitor-jogador divaga “por entre corridas titânicas (onde parece que o pessoal bebeu todo Red Bull antes do jogo), fintas mirabolantes em que às vezes o próprio jogador que finta não sabe o que acabou de fazer...” »

Biptoon
Bamos Indo Porreiros »

Especial
Apreciámos tanto a veia poética dos colaboradores que concorreram, que resolvemos alargar o concurso até ao dia 10 de Julho. Até lá, divirta-se com as quadras que se seguem, envie-nos as suas e não deixe de nos dizer qual destas gostou mais. Bom S. João!»

Notícias »

 

A gente ainda se vê por aí...


Por Rosana Soares* 

Faltando pouco tempo para eu retornar à minha querida cidade "Belém do Pará", ganhei de presente do BIP este espaço. Coincidência . De qualquer forma, fiquei feliz com a oportunidade e vou aproveitá-la para compartilhar com vocês a minha reflexão sobre este período que eu estou passando em Portugal, fazendo parte da família inesquiana.

Quando eu cheguei aqui, especificamente em Porto, minha principal dificuldade de adaptação foi o clima…muito frio hghhh!! Também não conseguia tolerar muito bem o cigarro…Eu fiquei assustada de ver a quantidade de fumantes e a intensidade com que eles fumavam…Enfim, o clima agora está bem melhor , e o cigarro…acho que aprendi a tolerar, apesar de continuar achando um hábito não muito saudável.

No INESC Porto, também encontrei algumas dificuldades…tenho um orientador que é muito ocupado . Conseguir uma reunião com ele é "uma novela", e quando finalmente consigo, algumas vezes a reunião é "multiplexada", ou seja ele me atende, mas também tem que atender outras pessoas ao mesmo tempo…No início estranhei muito, mas acabei por me adaptar, aprendendo a aproveitar o pouco tempo que ele tem disponível…aprendi também que o importante é a qualidade com a qual utilizamos nosso tempo e não a quantidade de tempo utilizada, pois a orientação que eu tive foi imprescindível para os bons resultados que já consegui alcançar em minha pesquisa.

A outra grande dificuldade, que não posso deixar de citar, foi aprender a almoçar sande com sopa todo dia e em pé…Isso mesmo...em pé!! …O lado bom disso é que eu perdi alguns quilinhos , mas estou preocupada se quando eu voltar para a minha casa, lá em Belém do Pará, vou conseguir voltar a almoçar sentadinha e a comer comida de verdade .Vocês acham que eu consigo

Bom…mas não pensem que a minha passagem por aqui foi feita só de dificuldades! Também encontrei e aprendi muitas coisas boas que carregarei na minha "Bagagem" para o resto da vida…
No INESC Porto, de uma forma geral, fui muito bem acolhida, a começar pela portaria onde sempre fui recebida com simpatia e um "Muito Bom Dia!", típico dos Portugueses e que eu acho um jeito muito especial e carinhoso de tratar as pessoas.

Quase todos da família Inesquiana, que por um motivo ou outro fizeram parte dessa minha jornada, foram sempre competentes e atenciosos garantindo o apoio que eu precisava para a minha adaptação e para o desenvolvimento do meu trabalho…Assim, além do aprendizado técnico científico adquirido nesses meses que estive por aqui, também levarei na minha "Bagagem" a doce lembrança de ter feito parte dessa grande família , mesmo que temporariamente.

Estar em Porto também me proporcionou reencontrar antigos colegas que se transformaram em verdadeiros amigos…interessante reflectir e perceber como os nossos laços de amizade foram reforçados estando tão longe de casa. Também fiz algumas amizades novas…não foram muitas é verdade! Mas lembrando que estou falando daquelas amizades verdadeiras que para construir normalmente é preciso ter muito tempo de convivência, então acho que posso me considerar uma pessoa bastante abençoada pois no pouco tempo que estive por aqui sempre pude ter ao meu lado amigos de verdade: amigos brasileiros, portugueses, argentinos…Logo, também levarei na minha "Bagagem" mais a lembrança dessas amizades .

Ops! Estou começando a ficar preocupada! Será que eu vou pagar excesso de bagagem quando eu retornar para o Brasil Não! Não devo ficar preocupada, pois boas lembranças não pesam em nossas malas, e já que eu pretendo levar só as boas lembranças, provavelmente não terei problemas de excesso de bagagem, certo ?

Fazendo um balanço…apesar do sacrifício de ter passado todo esse tempo longe da minha pequena grande família acho que a experiência valeu a pena, pois ela me fez dar muitos passos na direcção positiva da minha trajectória evolutiva. Para isso, contei com a ajuda de muitos de vocês…Obrigadíssima !

Ainda ficarei por aqui por mais um tempinho…
Como nós dizemos lá na minha terra: a gente ainda se vê por aí .

O CONSULTOR DO LEITOR COMENTA

Vamos ter saudades tuas, Rosana!

O teu testemunho sobre a tua passagem é muito interessante e deve fazer-nos reflectir sobre as condições de acolhimento dos visitantes... É claro que pouco podemos fazer quanto ao clima e, na verdade, até estranhamos a tua reclamação sobre o frio porque ainda há dias tivemos um visitante de Trodheim (Noruega) que se queixava do calor.

Todavia, talvez se possa fazer algo a respeito do teu orientador como, por exemplo, procurar desmultiplexá-lo.

O melhor de tudo é que leves boas lembranças e possas ter êxito na tua vida, e possas sem hesitação recomendar a mais gente que venha conviver connosco durante algum tempo.

E, quando assumires responsabilidades na tua Universidade, possas também te recordar que manténs amigos e aliados do outro lado do Atlântico e saibas como estimular uma continuada cooperação.

 

 

A Vós a Razão

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