NOVA
MCES - ALGO DE NOVO PRECISA-SE
Não podemos ser indiferentes ao facto que o Ministério
da Ciência e Ensino Superior tem novo responsável
governativo.
Também não nos cumpre julgar em antecipação - mas
podemos enunciar as legítimas expectativas e esperanças
que sobriamente alimentamos.
A primeira, e fundamental, é que a Professora Doutora
Graça Carvalho encontre um equilíbrio Ciência/Ensino
Superior que andou ausente da anterior equipa ministerial.
Acreditamos que assim será. Na verdade, no meio de um ano
difícil, a investigação científica em Portugal conheceu
horas amargas e o INESC Porto, em conjunto com outros dois
Laboratórios Associados e mais algumas instituições (30
em 300) organizadas como unidades de ciência e tecnologia
da FCT, passou, passe o exagero, a mãe de todos os
difíceis.
Muitas razões se poderiam invocar e nenhuma retira a
razão ao INESC Porto, ao IT, ao ISR-Lisboa. Estes
Laboratórios Associados têm vindo a ser tratados como
enteados do sistema, numa discriminação objectiva
inaceitável. E nunca se vislumbrou, da parte do anterior
responsável pela tutela da ciência, qualquer iniciativa de
solução do problema desta desigualdade de tratamento nem
qualquer boa vontade na definição de esquemas tendentes a
recuparar o que é de mais elementar, que é o cumprimento,
pelo Estado, dos contratos a que se vinculou.
É de crer, é de confiar que a nova Ministra, que o BIP
saúda, possa ter uma perspectiva diferente da situação e
do contexto e, em consequência, possa definir uma linha de
actuação que clarifique qual a política científica em
Portugal, que dê uma linha de rumo à cooperação
internacional e à defesa dos interesses das instituições
de I&D nacionais no palco de Bruxelas, reponha no sadio
o cumprimento contratual do Estado para com as
instituições de I&D, proponha, de uma vez por todas,
uma solução para o imbróglio criado com a
desarticulação de acção entre POCTI e POSI e ajude a
renascer das cinzas a moribunda Agência de Inovação.
Nestas matérias, todas as responsabilidades têm que ser
assacadas ao Governo de Portugal. As instituições de
I&D têm cumprido, e têm feito os milagres possíveis.
Esperamos agora algo de diferente. Estendemos, no BIP, os
nossos votos de êxito à nova MCES e depositamos aqui, à
ordem, o nosso capital de esperança.