B o l e t i m N ú m e r o : 3 5 ( i n t e r n o ) / 2 1 ( p ú b l i c o )
 
 


O p i n i ã o

A Vós a Razão
Leitora reflecte: “Não conseguimos inovar, ou pelo menos não tanto quanto desejaríamos, porque em parte nos falta espírito de liderança nas várias camadas da organização e em parte meios (factores humanos) para assumir essa liderança”.»

Galeria do Insólito
Sabia que a FEUP antigamente se situava na Rua dos Borgas e o INESC Porto ficava no Largo de Momilher? Não sabia? Então, prepare-se porque agora o nosso edifício fica na Campa da FEUP!!!!»

Asneira Livre
Leitora descreve a aventura de passar no parque das traseiras do edifício: “...lá coloco o carapuço do kispo, saio do carro, corro para abrir o portão do parque (e lá vem a música: ta-ta-ra-taaa...), seguro o dito portão com a tábua de madeira e se não resultar procuro um calhau para prender melhor". »

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Especial
A objectiva do BIP apanhou alguns leitores a reagirem à tão proclamada CRISE. Não perca as caretas... pode encontrar lá a sua!»

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Inesquiana Jones e a Arca Perdida


 Por Sónia Pinto *

Já alguma vez viram aquele filme “Os salteadores da Arca Perdida”?

Aquele que começa assim:

Tatarata tataraaaa

Tatarata tataratata

Tatarata tataraaaa

Tataratataratataratataaaaaaaa

Pois saibam caros colegas que de há uns tempos para cá não me sai a musiqueta da cabeça, curiosamente sempre que chove muito...e confesso que então visto mesmo a pele de “Inesquiana Jones”.

Senão vejam, nesses dias ao chegar ao parque das traseiras...

...lá coloco o carapuço do kispo, saio do carro, corro para abrir o portão do parque (e lá vem a música: ta-ta-ra-taaa...), seguro o dito portão com a tábua de madeira e se não resultar procuro um calhau (o que em circunstâncias normais até nem é difícil ) para prender melhor, não vá mexer-se com o vento e estourar contra o carro, e corro de novo para dentro do carro (ta-ta-raaaa...).

Estaciono na metade de parque em que todos nos acumulamos para ficar mais perto do portão (é que chove bem!!!) e a que no Verão deixou de ser possível o acesso por razões de natureza...evidente. Corro de novo pela lama até ao portão (ta-ta-ra-taaa...), retiro o calhau e fecho o portão, não esquecendo de fazer uma ligeira pressão para cima com o pé porque senão não fecha. E eis que chego então à cena mais perigosa e quiçá de maior suspense...qual o trilho a seguir!!!???... o mato?...ou o pântano? O pântano. É mais difícil, que é, mas sempre gostei de desafios e além disso, é mais perto.

E lá vou eu... (ta-ta-ra-taaa...)

Grandes dificuldades, muitos obstáculos, mas a Arca Perdida está mesmo ali, à vista, tão perto...e tão longe - o INESC Porto.

Não é fácil, caros colegas, e ilude-se quem pensa o contrário, ou quem simplesmente não pensa. Esta arca está protegida por esta zona perigosa para testar até que ponto queremos chegar ao INESC Porto manhã após manhã. Não queremos? Queremos um bocadinho? Queremos, ponto!? Ou queremos meeeeesmo muito!?

Cada um sabe de si, mas uma verdadeira “Inesquiana Jones” dificilmente desiste e raramente deixa de acreditar. Para trás deixamos (sim, deixamos, que o prezado leitor acabou de entrar no filme, quanto mais não seja por simpatia) a água, a lama, o fosso, a ponte, o mato, as tábuas e os calhaus que não conseguem impedir-nos de chegar ao nosso tesouro perdido.

Entramos e ficamos então livres da chuva, quentinhos e limpos (depois de usarmos no W.C. o papel de limpar as mãos para tirar a lama dos sapatos) o dia inteiro, porque nem nos passa pela cabeça sair só para ir almoçar.

E quando a noite cai recomeça a saga. Escolho sempre o pântano...Atenção! Desta vez requer-se ainda mais perícia já que, como acontece em qualquer pântano que se preze, está escuro como breu...! E passo então pelo pântano e seus obstáculos, cega pela escuridão, tacteando para não dar um passo em falso e usando apenas o instinto para não cair em lagos, nem no fosso, nem pisar o que aqueles cães, da senhora que lhes berra muito, deixam aqui e ali e que conspurcam os tapetes do nosso carro, se só chegamos a perceber que tal nos aconteceu pelo nosso apurado olfacto.

Abrimos o portão e etc (atenção à banda sonora: ta-ta-ra-taaa...), e lá vamos pela estrada esburacada, afastando-nos dos obstáculos colocados à volta das casas pelos simpáticos moradores das chamadas casinhas, que colocam ferros ao alto, para se curvarmos muito perto das casas fugindo aos buracos riscarmos o nosso carro (que é o que nós merecemos por invadir ruas privadas) e não estragarmos os passeios ou as paredes das casas com os carros. Evidente...

E assim, chegamos à civilização e voltamos ao nosso quentinho lar, esperando que o Inverno não seja muito rigoroso porque não nos apetecia nada ter que passar muitas vezes por este filme. O Harrison Ford que é o HARRISON FORD só conseguiu repetir a aventura 3 vezes .

Apesar de tudo e ainda em tom de asneira livre: mais vale um pântano na mão que um carro a voar.

* Colaboradora da Unidade de Engenharia de Sistemas de Produção (UESP)

 

Asneira livre

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