A Faculdade de Engenharia da U.P. é, sem dúvida, uma das
Escolas de Engenharia do país que mais evoluiu nos últimos
trinta anos.
A alguma expectativa de desenvolvimento existente no
início dos anos setenta do século passado, seguiu-se após o
25 de Abril uma evolução exponencial de actividade com o
crescimento do número de alunos, provocado pela integração
dos dois primeiros anos iniciais de formação das diferentes
licenciaturas que antes eram leccionados na Faculdade de
Ciências, assim como pelo aumento dos cursos oferecidos,
quer de graduação, quer de pós-graduação.
Com este crescimento surgiu, também, a necessidade
evidente de evoluir em termos qualitativos, o que levou à
criação e desenvolvimento de uma actividade científica
coerente e sustentada, quando antes tinha uma existência
pouco significativa.
O número de docentes com competências científicas e
tecnológicas começou a tornar-se relevante nos anos oitenta.
Logo começou, também, a ser possível a interacção com o
mundo empresarial envolvente.
Como as vetustas instalações da FEUP na Rua dos Bragas
não podiam albergar toda esta expansão e a instituição
estava condicionada na sua actividade, naturalmente
tornou-se necessário procurar outras vias, que foram a
criação de vários institutos pioneiros, entre os quais se
integrou o INESC, com a sua delegação do Porto. Institutos
esses que tiveram de se dispersar pela cidade, embora
procurando não se distanciar da “casa-mãe”.
Com a existência de um verdadeiro “campus” da FEUP a
partir de 2000, foi possível ao já INESC Porto instalar-se
próximo da Faculdade, concentrando as suas actividades num
só edifício e no meio universitário.
As vantagens desta proximidade são muitas e lógicas, já
que agora é possível aos alunos dos diferentes graus de
ensino que a FEUP ministra se integrarem nas actividades do
INESC Porto quando tal é conveniente, como permite aos
docentes da Faculdade, que com o INESC Porto colaboram,
terem uma actividade concentrada num só local.
Vai permitir, disso estou convencido, que docentes e
investigadores que normalmente, face à sua formação, não
teriam contacto com a instituição, o possam agora fazer,
procurando uma maior horizontalidade e/ou sinergias para o
desenvolvimento de projectos.
Parece-me assim que o INESC Porto mostrou aos outros
institutos a via a seguir. E que ainda não terá sido seguida
por diferentes dificuldades, no meio das quais sobressaem as
financeiras.
O INESC Porto é assim um parceiro e, de algum modo, uma
extensão natural da FEUP, completando-se mutuamente nas
actividades que exercem e abrindo um pouco mais as portas da
Universidade ao mundo exterior.
Um Bom Ano de 2004 para todos!
* Professor Associado do
Departamento de Engenharia Mecânica e Gestão Industrial da
FEUP e representante da Universidade do Porto no Conselho
Geral do INESC Porto.