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O p i n i ã o

A Vós a Razão
Leitora bem-disposta revela: “Quando entro no INESC Porto, entro num mercado de especiarias, em que cada momento e pessoa é um novo cheiro e paladar por descobrir e usufruir...".»

Galeria do Insólito
Será que numa instituição de cientistas há quem acredite em fenómenos sobrenaturais e em crenças populares? O BIP inquiriu uma amostra significativa de colaboradores para descobrir se têm medo de gatos pretos, sonhar com dentes, quebrar correntes de e-mail, entre outros azares.»

Asneira Livre
Leitor esclarece: "Não se preocupem, não vou escrever sobre todos os desejos, apenas sobre aqueles que estão directamente ligados ao INESC Porto ". »

Biptoon
Bamos Indo Porreiros »

Especial
O BIP quis saber que memórias guardam os antigos colaboradores da sua passagem pelo INESC Porto. Assim, entrevistámos cinco ex-colaboradores (um de cada Unidade) que já saíram há algum tempo do INESC Porto.»

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A dimensão do sobrenatural no INESC Porto 

 

Será que numa instituição de cientistas e estudiosos da racionalidade e da técnica há quem acredite em fenómenos sobrenaturais e em crenças populares?

Conta-se, admitamos que a história é verdadeira, que o famoso Niels Bohr foi visitado em Copenhaga por um jornalista que, vendo sobre uma porta uma ferradura cravada, não resistiu a interpelá-lo: “Então como é que um físico teórico aceitou colocar um objecto de superstição precisamente na entrada do seu Laboratório de Física Nuclear?”, ao que aquele respondeu: “Sabe, eu não acredito em nada disso, mas é que me disseram que, quer acreditasse quer não, dava sorte...

Ora estava na altura de BIP tentar conhecer um pouco melhor a generalidade dos colaboradores do INESC Porto e, para isso, inquiriu uma amostra significativa de colaboradores.

Nem todos responderam, talvez porque pode dar azar responder a este tipo de inquéritos. Apesar de tudo, pensamos que as respostas que recebemos podem dar uma ideia da dimensão do sobrenatural no INESC Porto.

A maior parte dos inquiridos não acredita nos dizeres populares que falam de azar mas, pelo sim, pelo não ou... não vá o diabo tecê-las, vão evitando fazer certas coisas.

À primeira questão que colocámos “Acha que entrar com o pé direito nos sítios dá sorte?”, apenas três inquiridos responderam afirmativamente. Quanto a acreditar que “partir um espelho dá 7 anos de azar”, ainda menos colaboradores acreditam. Um deles diz: “Já parti um e não me considero azarado”, enquanto outro garante: “Já parti vários e não me tem acontecido nada nos últimos anos... só se se anularem uns aos outros...”

Nenhum dos inquiridos acredita que quem passar por baixo de uma escada tem azar e alguns ironizam: “Não acredito que traga azar, mas arrisca-se a que a escada lhe caia em cima” ou “Ahn... É melhor não abusar da sorte... a escada pode cair...”. Há uma inquirida que afirma que não sabe se este acto lhe pode trazer azar mas, de qualquer forma, simplesmente contorna a escada...

Apenas um inquirido crê que se um gato preto se atravessar à sua frente terá azar garantido. Os restantes não acreditam nesta crença. Uma inquirida afirma que até gosta de gatos pretos e outra responde: “Não acredito, mas faz-me parar para o não apanhar, aliás qualquer gato independente da cor”.

Embora a generalidade dos inquiridos não acreditem, há algumas inquiridas que crêem que dá azar se o noivo vir o vestido da noiva antes do casamento. Ainda relativamente ao tema do casamento, há um dizer popular que afirma que se varrerem os pés às raparigas, elas nunca casarão. Nenhum dos inquiridos acredita nisto e até recebemos algumas respostas bem humoradas, tais como: “Não acredito, se bem que...ainda não casei!” e “Não me parece, mas varria muito os pés à minha irmã e ela casou com 17 anos:)”

Entornar azeite, não traz qualquer azar aos inquiridos, embora alguns afirmem que dá trabalho para limpar! Poucos inquiridos acreditam que se contarem as estrelas do céu lhes crescem “cravos” nas mãos. Até houve uma inquirida que respondeu :”As vezes que as conto já devia estar "cravejada"... acho um belo passatempo”.

Quase metade dos inquiridos acredita no significado dos sonhos, como "sonhar com dentes é morte dos parentes". Algumas das respostas negativas trouxeram uma explicação racional: “Acho que é um aviso para ir ao dentista” ou “Os parentes morrem mesmo sem sonharmos com dentes.”

Muitos inquiridos comem 12 passas e pedem desejos na passagem de ano, mais “por tradição”, justificam. Quanto a encaminhar mensagens de e-mail para não quebrar as correntes (porque isso pode trazer azar), poucos inquiridos admitem fazê-lo...embora muitos afirmem que reencaminham algumas mensagens pelo conteúdo que transmitem e não por causa da corrente.

A maior parte dos inquiridos não acredita que a sexta-feira 13 seja um dia de azar. Há um inquirido que até nos faz uma revelação: “Não acho que seja um dia de azar, pois o meu filho nasceu a uma sexta feira 13 e tudo correu muito bem”. No lado oposto está um inquirido que respondeu “Sim, é óbvio que acredito”.

Quanto ao número 13, nenhum inquirido pensa que traga de alguma maneira qualquer azar.
Uma das nossas inquiridas até refere que vive num nš 13, enquanto outra considera que em alguns dias 13 até tem sido favorecida.

À última questão: “Mesmo que não acredite na maior parte das crenças acima indicadas, evita fazer algumas coisas e faz outras "pelo sim, pelo não"?”, obtivemos algumas respostas interessantes:
- “Sim, não posso evitar lembrar-me da crença e isso pode, por vezes, condicionar um bocadinho a minha atitude. Porém, normalmente até gosto de desafiar a sorte!”
- “Não pelo "sobrenatural", mas pelo bom senso. Por exemplo, passar por baixo de uma escada "tem o seu perigo" pois, se ela não estiver bem apoiada poderá cair”.
- “Calçar e apertar o sapato direito em primeiro lugar... mas não sei se é mais hábito do que qualquer outra coisa”.
- “Nem por isso, posso fazer uma ou outra coisa por hábito, mas nunca por dar sorte, azar ou por acreditar em contos de fadas”.
- “Sempre que ouço a música "Are you ready to be heart broken?" (Lloyd Cole), preparo-me psicologicamente para ter um desgosto, porque acho que isso já aconteceu várias vezes. Acho que é a minha verdadeira superstição, porque fui eu que a inventei.”

 

 

Galeria do Insólito

Nesta secção recolhem-se, para a cultura do INESC Porto, experiências insólitas, bem-humoradas ou simplesmente interessantes da vida profissional dos colaboradores. Se o tipo de relato assim o aconselhar, os intervenientes podem ser referidos por nomes fictícios. As histórias podem ser enviadas para bip@inescporto.pt não devendo ultrapassar os 2500 caracteres (com espaços entre palavras incluídos).