No dia 24 de Março teve lugar no auditório do edifício do
INESC Porto o II Debate BIPolémico, organizado pela equipa
do BIP.
Rui Mota Cardoso, professor catedrático da Faculdade de
Medicina do Porto e investigador do IPATIMUP - Instituto de
Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto,
foi o convidado especial para debater o tema: ”Investigação,
Angústia e Depressão”.
No final do debate, todos os presentes mostraram o seu
agrado e consideraram o evento um sucesso. Aqui ficam
algumas curiosidades reveladas pelo orador:
- Sabe como é que o primeiro ser vivo que vivia no mar
fez para conseguir ir para terra? Engoliu água do mar para
levar um pouco do seu meio consigo. Ainda hoje o ser humano
faz o mesmo e quando tem saudades da sua terra, chora... por
isso é que as lágrimas são salgadas!!
- As mães têm uma capacidade especial para interpretar o
choro dos seus bebés mas, como são humanas, podem errar. E
sabe o que acontece se o bebé estiver a chorar porque se
sente sozinho e a mãe, julgando que tem fome, lhe dá um
biberão de leite? Na idade adulta, sempre que essa pessoa se
sentir sozinha, sente vontade de visitar o frigorífico!!
- Sabia que a Faculdade de Engenharia tem os números mais
elevados de suicídio de todas as faculdades do Porto? Por
sua vez, os estudantes da Faculdade de Medicina, que
estariam aparentemente sujeitos a um maior stress, até pela
competição pela entrada, são os que menos se suicidam!
Acha interessante? Então conheça as opiniões de alguns
dos presentes no debate:
Hugo
Costa (USIC)
Apesar de estar apenas há uma semana aqui no INESC Porto, a
estagiar, chamou-me a atenção quando vi nas Mensagens Global
o apelo para este 2º debate BIPolémico, sobre a depressão e
o stress inerentes (ou não) a qualquer trabalho de
investigação, nomeadamente nas áreas da informática, com as
quais nos podemos deparar...
Foi um debate inteligentemente bem conduzido pelo psiquiatra
Mota Cardoso, que fez pensar aos presentes no debate sobre
algumas questões intrínsecas ao tema do stress, à possível
solidão (ou não), que pode ser causada pelas características
inerentes à investigação, mas foi sobretudo interessante
ouvir o Prof. Mota Cardoso dizer que as nossas atitudes e
comportamentos no presente dia-a-dia estão, directa e
inequivocamente, relacionadas com episódios que se passaram
connosco em tenra idade (1,5 anos de idade), quando ainda
nem tínhamos consciência acerca do que éramos. Esses
episódios, que foram exemplificados de forma calma,
apaixonante e verdadeira pelo orador, marcaram-nos (sem nós
sabermos) de forma profunda numa certa região do cérebro
(que não me lembro agora qual..) para sempre.
Quero manifestar o meu agradecimento aos responsáveis que
proporcionaram este aliciante debate, e propor a todos os
inesquianos que estejam mais atentos a estes debates
BIPolémicos, de forma a participarem com entusiasmo e em
maior número, em debates vindouros, até porque o próximo
debate terá um tema deveras interessante... :-) Estejam
atentos.
Ana
Santos (UESP)
Do último BIPolémico, só tenho a dizer que gostei imenso e
soube a pouco.
Achei muito interessante discutir sobre as angústias, a
depressão e como e porquê reagimos assim e não de outra
maneira na perspectiva (muito menos familiar, pelo menos
para mim) de um profissional da psiquiatria.
Pedro
Guedes de Oliveira (Direcção)
Achei óptimo, quer pelos temas quer pela pessoa. A
possibilidade de ouvirmos falar de coisas que não nos são
habituais e nos fazem pensar em parâmetros diferentes do
usual, percebermos melhor outras questões que não as nossas,
é muito estimulante e enriquecedor.
Luís
Maia Carneiro (UESP)
Eu gostei muito. Os motivos principais: o orador era, como
prometido, excepcional, o tema muito relevante para a nossa
actividade e finalmente é sempre bom quebrar a rotina e
equacionar as questões sobre perspectivas diferentes.
Parabéns pela iniciativa.
Rui
Campos (UTM)
Foi com grande satisfação que participei no ultimo debate
BIPolémico. Penso que a escolha do Prof. Rui Mota Cardoso
foi perfeita, com um discurso claro, fluido e harmonioso que
apetece ouvir durante horas a fio. Pena que a duração foi
curta!
As questões levantadas durante o debate, e que tão bem foram
abordadas pelo professor, permitiram-me olhar um pouco para
mim próprio e perguntar: E tu? Qual é a tua atitude perante
os outros? Procuras ajudá-los? Como está a tua auto-estima?
Em suma, uma série de interrogações surgiram no meu
pensamento.
Penso que foi uma experiência extremamente enriquecedora,
que me permitiu, inclusivamente, aprender um conjunto de
aspectos ligados a psiquiatria que achei muito, muito
interessantes. Aguardo ansiosamente o próximo debate.
Queria desde já agradecer ao Prof. Vladimiro Miranda pela
excelente ideia que teve ao criar os debates BIPolémicos
que, tenho a certeza, vão permitir uma maior aproximação da
comunidade "inesquiana" e, por outro lado, irão certamente
enriquecer cada um de nos como seres humanos.
Abailardo
Moreira (UESP)
A impressão geral é que o debate revelou-se uma iniciativa
oportuna e de muita utilidade para as pessoas ligadas à
investigação, trazendo para a ribalta assuntos que podem ter
influências decisivas na sua carreira e vida particular mas
que são poucas vezes debatidos.
Gostei de ter participado, primeiro, porque deu para
compreender melhor muitos fenómenos psico-sociais associados
à condição de investigador e que, pessoalmente, me tocam de
perto; segundo, porque foi uma oportunidade de partilhar
experiências/pontos de vista e, por último, porque todo o
debate foi conduzido de uma forma aberta e sem grande
formalidades.
Margarida
Gonçalves (DIL)
Gostei muito, porque "senti" a presença do Prof. Rui Mota
Cardoso bem como as suas mensagens. Aprendi, reflecti e
tomei consciência de muito coisa que está errada. Foi muito
construtivo!!
Cristina
Ribeiro (UESP)
O Prof. Rui Mota Cardoso deixou-nos entrever modelos para
reflectirmos sobre aspectos da nossa vida que influenciam o
nosso desempenho profissional e em relação aos quais somos
genericamente ignorantes.
Arrisco-me a dizer que a nossa formação nos dá alguma
facilidade para usar esses modelos na análise das nossas
motivações, propósitos e actividades. Considero que seria
fascinante manter com alguma regularidade sessões como esta,
tentando dirigi-las para temas um pouco mais limitados e de
impacto forte no nosso tipo de actividades.
Uma forma de dinamizar o debate: pedir previamente aos
participantes um par de frases como posição relativamente ao
tema. Com isto poder-se-ia colocar um problema, provocar
reacções ou mostrar aspectos do tema que acabam por não
aparecer no curso do debate.
[Esta resposta é baseada numa participação limitada, uma vez
que saí por volta das 18h20.]
Isabel
Macedo (DIL)
Penso que a escolha do tema e a qualidade do discurso do
convidado proporcionaram-nos uma conversa, no mínimo,
memorável! O Debate acabou por não se restringir à simples
dicotomia investigação/angústia (com a qual, confesso, não
me teria identificado na medida em que não sou
investigadora) alargando-se a situações mais gerais do
comportamento humano, com as quais todos nós nos podemos
deparar. Enfim, interessantíssimo, gostei muito!... Só tive
pena de uma coisa: fui embora mais cedo, e acabei por não
provar as bolachinhas!!!
Carlos
Pinho (UTM)
Apesar de ter sido o primeiro debate BIPolémico que assisti
e fiquei com uma boa impressão não só acerca das discussões,
mas também acerca dos temas debatidos e das pessoas
convidadas.
Gostei bastante do debate, uma vez que os assuntos focados
eram bastante interessantes e não são temas sobre os quais
que um engenheiro comum pense ou reflicta no seu dia-a-dia,
ainda que sejam importantes e tenham um impacto directo na
sua vida.
O mais surpreendente foi a maneira como rapidamente se
conseguiu ser tão intimo e em conjunto reflectirmos e
trocarmos conhecimento.
Graça
Barbosa (DIL)
Guardo a ideia de uma conversa informal e aparentemente leve
sobre as motivações mais profundas do ser humano e sobre a
importância dos afectos na vida de cada um. Penso que
guardamos todos na memória a metáfora do "mar interior" que
engolimos e trazemos connosco.
Gostei muito de participar, não só pelo interesse particular
do orador e do tema, mas porque acho importante que os
colaboradores do INESC Porto se encontrem para pensar e
falar de assuntos diferentes dos habituais. Aconselho
vivamente as pessoas a aparecerem no próximo debate.
José
Soeiro Ferreira (UESP)
Foi um debate interessante. No que respeita à presença do
INESC Porto, foi reduzida, para minha surpresa. Gostei de
participar embora fique a impressão de que faltou tempo para
mais algumas intervenções: perguntas/respostas, etc. É muito
importante ouvir pessoas com outras formações científicas ou
ligadas a outras áreas do conhecimento. Em particular quando
são assuntos em que toda a gente tem opinião ou alguma
experiência 'vivida'.
Manuel
Ricardo (UTM)
Excelente! O convidado, tendo formação muito diferente da
nossa, sabendo do que fala, e sendo bom comunicador, fez-me
reflectir sobre assuntos do quotidiano e perceber um pouco
melhor alguns dos nossos comportamentos. Gostei
particularmente da "saída do primeiro organismo da água" e
do "mar dentro de nós"...
Vladimiro
Miranda (Direcção)
Extremamente interessante, o discurso do Prof. Mota Cardoso,
funcionando como discurso-maravilha para uma audiência pouco
habituada a discutir os temas que ele apresentou. Fica-me
como nota de realce a chamada de atenção para o papel dos
afectos no cuidar da auto-estima, o que me fez reflectir se
nós, no INESC Porto, prestamos suficiente atenção a este
aspecto da nossa condição humana.
Gostaria de poder contar mais vezes com o Prof. Mota Cardoso
em outros debates.