Somos uma instituição portuguesa de investigação, o nosso
negócio é ciência e tecnologia.
A área é frágil, por duas razões (ou por mais, mas quero
elencar estas duas): porque tem um vínculo umbilical com um
sector universitário que tarda em modernizar-se e
responsabilizar-se, e porque não encontra parceria
industrial em volume e diversidade suficiente para gerar uma
procura consistente e independente do Estado.
Mas, regra tantas vezes esquecida, a oferta também gera
procura.
Por isso, uma visão lúcida e ousada, inovadora e corajosa
para o sector é imprescindível.
A introdução do princípio da avaliação foi um dos
elementos transformadores basilares no sector da ciência em
Portugal. Como sabemos, esse princípio é praticamente
inexistente no Ensino Superior, onde subsistem regulamentos
e práticas autistas e, até, factores desmotivadores da
produtividade.
Não está esclarecida a questão de termos, por um lado,
Unidades de Investigação respondendo directamente ao Governo
e, por outro lado, departamentos, faculdades que impõem
outros critérios às mesmas pessoas e que, corporativamente,
procuram conservar o poder de gerir tanto a educação como a
investigação.
O Prof. Mariano Gago foi, reconhecidamente, enquanto
Ministro da Ciência, um transformador, um introdutor de uma
revolução tranquila. Percebeu-se, independentemente de
qualquer postura política, que a sua actuação criou
fenómenos irreversíveis e positivos.
O INESC Porto e o seu irreverente BIP conservam agora a
expectativa de que a mesma ousadia e visão permitam
contaminar o Ensino Superior com as virtudes adquiridas no
sistema científico nacional, e desejam as maiores
felicidades ao novo responsável da pasta da Ciência e Ensino
Superior.
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