B o l e t i m Número 49 de Março 2005 - Ano IV
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E D I T O R I A L

  Novo Governo

 

Somos uma instituição portuguesa de investigação, o nosso negócio é ciência e tecnologia.

A área é frágil, por duas razões (ou por mais, mas quero elencar estas duas): porque tem um vínculo umbilical com um sector universitário que tarda em modernizar-se e responsabilizar-se, e porque não encontra parceria industrial em volume e diversidade suficiente para gerar uma procura consistente e independente do Estado.

Mas, regra tantas vezes esquecida, a oferta também gera procura.

Por isso, uma visão lúcida e ousada, inovadora e corajosa para o sector é imprescindível.

A introdução do princípio da avaliação foi um dos elementos transformadores basilares no sector da ciência em Portugal. Como sabemos, esse princípio é praticamente inexistente no Ensino Superior, onde subsistem regulamentos e práticas autistas e, até, factores desmotivadores da produtividade.

Não está esclarecida a questão de termos, por um lado, Unidades de Investigação respondendo directamente ao Governo e, por outro lado, departamentos, faculdades que impõem outros critérios às mesmas pessoas e que, corporativamente, procuram conservar o poder de gerir tanto a educação como a investigação.

O Prof. Mariano Gago foi, reconhecidamente, enquanto Ministro da Ciência, um transformador, um introdutor de uma revolução tranquila. Percebeu-se, independentemente de qualquer postura política, que a sua actuação criou fenómenos irreversíveis e positivos.

O INESC Porto e o seu irreverente BIP conservam agora a expectativa de que a mesma ousadia e visão permitam contaminar o Ensino Superior com as virtudes adquiridas no sistema científico nacional, e desejam as maiores felicidades ao novo responsável da pasta da Ciência e Ensino Superior.



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