Se houve algo que foi surpreendente, na reacção pública à
medida, anunciada em início de 2004 pela DIP, de
proporcionar um prémio de 1000 Euros por cada artigo
publicado em Revista Internacional, foi a falta de reacção
visível.
Um inquérito do BIP, pouco tempo depois, confirmava este
cenário. A maioria das respostas afinava pelo diapasão do
"sim, é interessante, mas não vai mudar o meu
comportamento". Houve mesmo quem oferecesse adjectivação
negativa aludindo ao "pecado" de se transformar os
cientistas em mercenários or argentários (não foram estas as
palavras mas era este o sentido).
Passado um ano, emerge um resultado incontornável: o
salto em publicações referenciadas no ISI/Web of Knowledge,
de 2003 para 2004 e publicadas com autores do INESC Porto,
foi de 27 para 49.
Para melhor apreciação dessa evolução, veja-se a figura
seguinte:
O número de Doutorados associados ao INESC Porto é
superior a 50 mas, por uma razão ou por outra, apenas 47 se
contabilizaram como activos, em 2004. Note-se que, para ser
contado como activo, bastou a um doutorado ter sido co-autor
de um artigo numa conferência, mesmo que não tivesse
qualquer participação em qualquer projecto.
Quer dizer que, nestas contas, se ultrapassou a
"barreira" de 1 artigo em revista por ano por doutorado.
Este resultado é histórico e merece ser assinalado. Em
sucessivas avaliações da instituição, os membros dos painéis
haviam repetido que no INESC Porto se fazia muito bom
trabalho, sendo incompreensível que o número de publicações
(em revistas) fosse tão escasso.
Depois dos anos de sensibilização, chegou em 2004 o ano
da política de incentivo - o os resultados falam por si.
Falam também de forma mais verdadeira do que o INESC Porto é
e mostram o caminho para uma verdadeira afirmação
internacional. Sugerem também o que é uma boa política.
Decerto que para este resultado contou uma nova atitude
dos doutorados e dos orientadores de dissertações. Estão
todos eles de parabéns, os que publicaram. Foi bom para eles
e é bom para todos nós.
Mas não chega. A figura seguinte mostra a evolução do
número de estudantes (mestrado e doutoramento) declarados
com estando a ser orientados por doutorados do INESC Porto.
Vê-se (e é bom) como o número cresce de ano para ano.
Mas... e a saída? Não parece que a produção de doutoramentos
tenha aumentado ao mesmo ritmo, de modo nenhum. O número de
doutoramentos produzidos, por ano e no INESC Porto, está
muito abaixo de um valor adequado ao nível da instituição. O
número de anos para produzir um Doutoramento, em média, é
claramente excessivo.
Consolidando-se a cultura das publicações, deverá a DIP
concentrar-se em encontrar os estímulos adequados ao aumento
da produtividade neste novo eixo de apreciação.
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