Por Marco Marques*
Um começo é um momento muito delicado.... Pessoalmente
nunca sei como começar... Este convite veio um bocadinho a
despropósito... Aqueles que me conhecem sei que sou "blunt
" e que por vezes digo o que não devia...
Pois provavelmente muitos não me conhecem. Mas isso não
devia ser assim.... Apesar da existência do BIP com a sua
secção de "Novos Colaboradores" e mesmo estando
todos no mesmo edifício ainda há muitos que não me
conhecem... Devo estar a escrever nesta secção pois nesta
altura não deve haver ninguém disponível.... Apesar de
ter estado apenas algum tempo aqui no INESC Porto senti
desde o primeiro dia como se estivesse em casa. Esta
instituição que abraça a "massa rolante",
recebe os visitantes de uma maneira entusiástica...
Mas com o decorrer do tempo algo se transforma...
Dependendo um pouco das pessoas há um certo "je ne
sais quoi" que apesar de não se ver sente-se. Uma
pequena falha que pode estragar todo o sistema. Existindo
uma variada estirpe de habilidades, condições,
conhecimentos entre outros, porque não há interacção
entre os diversos elementos das diferentes unidades?
Todos sabemos que cada pessoa tem uma visão ou um
conhecimento mais apurado sobre determinada área. Porque
não pôr esses conhecimentos a funcionar? A troca de
informações entre unidades deveria ser uma fonte de
conhecimento, assim como a "troca" da "massa
rolante... Deveria haver uma base de dados que contivesse
mais do que os Curricula de todos os elementos da
"massa rolante" e que estivesse disponível para
todas as unidades.
Sei que existem elementos que por vezes não se enquadram
no "local" onde estão e que por vezes estariam
interessados em desenvolver noutras áreas as quais
pertencem a outras unidades. Assim sendo, se existisse a tal
troca de informação talvez fosse possível gerir mais
compativelmente os recursos existentes.
Sei que há quem pense que "aqui ao lado" se
encontrarão todas soluções para a dita massa rolante, mas
então para que é que se põem pessoas já
"existentes" em formação, se mais tarde se vão
"ver livres delas"??
Cada elemento novo "vem como tábua rasa" sendo
necessário pô-lo ao corrente da situação... Não seria
mais proveitoso analisar quem existisse dentro da
instituição capaz de responder ao desafio? Pessoalmente
penso que há um desperdício de recursos....
O INESC Porto tem orgulho que todos os elementos estejam
a par das mais recentes tecnologias e fornece-lhes
formação... No entanto "descarta" sumariamente
mais tarde os mesmos elementos que ajudou a criar, sem
sequer tentar utilizar os elementos que aprenderam a
formação.
Outro aspecto que se levanta é a existência de uma
forte cultura mas a qual se manifesta em algumas
ocasiões... Por mais que se tente mostrar que está
enraizada essa mesma cultura (que existe na realidade)
apenas vem ao de cima em certas ocasiões.... E o que se
passa quando essa cultura está enterrada? Onde está o
"amor á camisola" que alguns apregoam?
Orgulho-me de ter "sido" INESCiano ... Sinto
que cumpri com o meu dever, "vesti a camisola".
*
Colaborador da Unidade de Engenharia de Sistemas de
Produção (UESP)