Pedro Cardoso, Vítor Teixeira, Pedro Ferreira e Ernesto
Santos, que integravam a área de Sistemas Distribuídos
Multimédia da UTM, deixaram recentemente o INESC Porto e
lançaram-se na aventura de constituir uma nova empresa.
Pelo valor que lhes reconhecemos e pela contribuição que
deram ao INESC Porto ao longo dos últimos anos, a eles
dedicamos o destaque deste BIP. Sim porque, como eles
próprios disseram no e-mail de despedida, entre os quatro
estiveram cá a trabalhar durante cerca de 30 anos.A
hora da despedida
"Usando uma metáfora gastíssima, posso dizer que
isto não é muito
diferente do que passamos quando um filho sai de casa"
- foi desta forma que Pedro Guedes de Oliveira se exprimiu
sobre a saída dos quatro colaboradores da UTM, durante o
lanche-despedida no dia de S. Martinho.
Num ambiente de convívio e verdadeira camaradagem, que
contou com a presença de Pedro Cardoso, Vítor Teixeira,
Pedro Ferreira, Ernesto Santos e de todos quantos quiseram
prestar-lhes esta homenagem, o presidente do INESC Porto
elogiou os quatro engenheiros. "O vosso valioso
trabalho resultou, para já, numa empresa que vai ter com
certeza muito sucesso pois vocês têm uma personalidade
forte e sabem o que querem", reflectiu.
Com
grande conhecimento de causa, uma vez que se trata da área
que tutela como director, Artur Pimenta Alves lembra que a
actividade desenvolvida pelos colaboradores que agora saem
"culminou com a execução do contrato ORBIT, com a BBC,
no qual foram utilizadas metodologias, tecnologias e
arquitecturas inovadoras muito elogiadas pelos parceiros
internacionais com quem temos relações e pelos nossos
avaliadores internacionais".
Segundo Artur Pimenta Alves, "esta saída deve ser
vista como uma nova fase da nossa actividade, em que o INESC
Porto e a nova empresa, cada um com os seus propósitos,
consolidem uma parceria estratégica".
Por seu lado, José Ruela recorda que, embora em termos
de imagem
interna o trabalho dos quatro esteja essencialmente ligado
ao projecto ORBIT, a importância da actividade que
desenvolveram é muito mais vasta. "O sucesso dos
projectos ATLANTIC e VIDION, em que tiveram participação
relevante, constituiu o ponto de partida para uma actividade
estruturada na área dos sistemas multimédia distribuídos
com aplicação em televisão digital", explica.
O coordenador da UTM salienta que "essa actividade
exigiu a constituição de uma equipa numerosa que os quatro
ajudaram a formar e que tinha o ORBIT como elemento
aglutinador". Neste contexto, participaram activamente
em vários projectos europeus, em acções de divulgação
em conferências e feiras internacionais e em reuniões de
organismos de normalização. "Desta actividade
resultou naturalmente uma visibilidade internacional do
INESC Porto e o reconhecimento expresso da elevada qualidade
do trabalho desenvolvido", conclui José Ruela.
Pedro
Cardoso
Mestre em Telecomunicações, Pedro Cardoso é o mais
antigo elemento dos quatro que agora saem. A sua ligação
ao INESC Porto começou há 15 anos com o projecto SIFO
(Sistemas Integrados em Fibra Óptica), quando era ainda
finalista da Faculdade de Engenharia.
Conhecido por ser uma pessoa decidida, Pedro Cardoso não
hesita em dividir a "estadia" no INESC Porto em
três fases distintas: de 1988 a 1992 a aprendizagem
(mestrado); de 1993 a 1997 a transição; e de 1998 a 2002 a
afirmação.
Quanto
aos projectos que mais marcaram o seu percurso no INESC
Porto, o engenheiro lembra facilmente: o projecto SIFO em
1988, o projecto ATLANTIC de 1996 a 1998 e, a partir de
1999, a criação da área de televisão digital (MOG) e
todos os contratos e projectos europeus que lhe estão
associados: ORBIT, G-FORS, MetaVision, P/PITV, CONTESSA,
Nuggets e ASSET.
Com a saída do INESC Porto, Pedro Cardoso afirma que o
que mais lamenta cá deixar é o projecto MOG (Media Objects
Group) e que vai sentir falta de muita gente boa.
Vítor
Teixeira
Vítor Teixeira também é mestre em Telecomunicações
e entrou para o INESC como bolseiro em Setembro de 1996.
Lembra-se perfeitamente do projecto com o qual se estreou na
instituição há seis anos: o projecto ATLANTIC que
"pretendia obter tecnologia para o uso de streams de
vídeo em baixo débito (MPEG-2) dentro da área de
pós-produção nas televisões".
O
engenheiro reconhece que, na sua fase de aprendizagem que
durou até este ano, assumiram grande importância os
projectos ATLANTIC, VIDION, ORBIT, GFORS e PITV.
Relativamente aos grupos de trabalho que integrou, Vítor
Teixeira lembra que começou no grupo CAV, passando para o
grupo DigitalTV, para terminar no grupo MOG, que agora deixa
com saudade.
Pedro
Ferreira
O terceiro elemento da Unidade que deixa agora o INESC
Porto é Pedro Ferreira, mestre em Telecomunicações, que
integrava a UTM desde Setembro de 1997.
Pedro Ferreira recorda que começou como bolseiro da FCT
nos projectos VIDION e ATLANTIC, em simultâneo. Em
relação aos projectos que mais marcaram o seu percurso no
INESC Porto, o engenheiro destaca o ATLANTIC e o ORBIT.
"O ATLANTIC deu-me a oportunidade de perceber como
funciona um projecto a sério e o ORBIT obrigou a que
tivesse(mos) uma atitude de constante dedicação,
aprendizagem e transmissão de conhecimentos, o que foi
extremamente interessante", explica.
Se
tivesse que dividir a sua passagem pelo INESC Porto em
várias fases, Pedro Ferreira considera que, até 1998,
apenas tentou perceber como as coisas funcionam na vida
real. De 1999 a 2000, foi adquirindo experiência,
conhecimentos mais sólidos e contactos com entidades a
nível internacional. A partir de 2001, já se dedicou a
participar no desenvolvimento de um grupo com objectivos
empresariais.
O engenheiro tem pena de deixar "um ambiente de
trabalho e de amizade óptimo, nomeadamente no MOG", e
sabe que sentirá falta de todas as pessoas com quem
conviveu nestes anos e de quem gosta muito.
Ernesto
Santos
Licenciado em Engenharia Electrotécnica e de
Computadores na FEUP, Ernesto Santos iniciou a sua
actividade no INESC Porto em Outubro de 1998 como bolseiro.
O primeiro projecto que desenvolveu foi o VIDION, que
tinha como objectivo o desenvolvimento de um protótipo de
um sistema de gestão de arquivo para a RTP.
Com uma "carreira" de quatro anos no INESC
Porto, o engenheiro considera que pode dividir o seu
percurso em duas fases distintas: de 1998 a 1999 definiu
objectivos de carreira e de 1999 até à actualidade
participou no desenvolvimento de um grupo com objectivos
empresariais.
Ernesto
Santos é peremptório em afirmar que o projecto que mais
marcou a sua passagem pelo INESC Porto foi "o arranque
do projecto ORBIT que, pelo facto de ser um contrato, impôs
ao grupo um modelo operacional completamente distinto do
utilizado para os habituais projectos IST e FCT".
À semelhança dos seus colegas, Ernesto Santos também
considera que sentirá falta do projecto MOG e do convívio
diário com colegas de trabalho e amigos.
A nova empresa
Embora o nome não esteja ainda confirmado, tudo leva a
crer que a empresa formada pelos autodenominados MOG´s se
venha a chamar MOG - Media, Objects and Gadgets. A nova
empresa iniciou a sua actividade no mês de Novembro de 2002
e é constituída por cinco promotores (os quatro
engenheiros saídos do INESC Porto e um especialista em
gestão das tecnologias e inovação).
A
empresa, sediada no Tecmaia (Parque Tecnológico da Maia),
irá inicialmente focar a sua atenção na área da
televisão profissional. Os produtos que irá disponibilizar
centrar-se-ão em três grandes áreas: o MXF, o controlo e
a gestão integrada de conteúdos.
Do portfólio da empresa constarão serviços de
consultoria para a definição e gestão da integração de
soluções para pós-produção e arquivo; desenvolvimento
de software à medida; e formação.
A ligação ao INESC Porto
Formados na "escola" do INESC Porto, os quatro
engenheiros consideram que a ligação à instituição
"pode e deve" ser mantida e apontam três formas
possíveis para o fazer: projectos conjuntos, formação e
transferência de recursos qualificados e exploração
comercial dos resultados.
José
Ruela lembra que as bases que os quatro ajudaram a criar e a
desenvolver dão garantias de que será possível prosseguir
a estratégia definida para a área, "embora exigindo
naturalmente a tomada de algumas medidas de carácter
organizativo e a definição de novos objectivos
científicos, face aos desafios que desde já se colocam, em
particular o 6º Programa Quadro da Comunidade Europeia, a
negociação de um novo contrato com a BBC e a exploração
de formas de colaboração efectivas com a empresa
formada".
Em jeito de mensagem final, quando o BIP lhes perguntou
se os anos que cá passaram valeram a pena, os quatro MOG´s
responderam simplesmente que "a empresa agora criada é
a maior prova disso".
O BIP não esquece, e agradece, a colaboração assídua
de Pedro Cardoso, Vítor Teixeira, Pedro Ferreira e Ernesto
Santos na produção do BIP e em actividades desportivas e
sociais do INESC Porto.
Assim, fazemos nossos os votos do director Artur Pimenta
Alves: "todos nós, no INESC Porto, torcemos fortemente
pelo sucesso da iniciativa."