INESC Porto
Galeria Jorge de Sena
Boletim INESC Porto
 
B o l e t i m N ú m e r o : 2 6 ( i n t e r n o ) / 1 2 ( p ú b l i c o )
 
 


O p i n i ã o

A Vós a Razão
Em tom de despedida, leitor reflecte: "Faço parte da "massa rolante" do INESC Porto, e encontro-me neste momento a "rolar" para fora da   instituição". »

Galeria do Insólito
Sempre satisfeito com as contribuições dos seus leitores, o BIP lembrou-se de investigar melhor as "Xptozisses" de que falava Luís Seca e descobriu... que a nossa instituição é mesmo modernaça e segue o último grito da moda em acessórios e adereços para edifícios. »

Asneira Livre
Leitor desafia: "Bute nessa, pessoal! Vamos lá gastar os milhares de KiloJoules acumulados em filhós e rabanadas e dar grandes alegrias a essa imensa massa de adeptos do desporto do povo! Bute nessa, retirar as chuteiras do pó..." »

Biptoon
Bamos Indo Porreiros »

Especial
Atento à componente humana de cada colaborador, o BIP procurou avaliar as dificuldades que sente um investigador ou bolseiro estrangeiro que chega ao nosso país com a família e tem que se adaptar ao país, à cidade e ao INESC Porto. »

Notícias »

 

À espera de um sinal... 

 

Não sei se todos deram conta, mas já vamos praticamente em "1 ano 1" sem decisões da FCT sobre projectos de investigação em concurso.

E que dizer dos concursos para bolseiros?

A sensação amarga é que regressamos ao stop-and-go.

A desilusão resulta do desmaio da esperança.

De há alguns anos a esta parte, a comunidade científica animou-se. Não se quer aqui esgrimir com números, mas sublinhar um outro factor: nascera a sensação de que, finalmente, havia algum profissionalismo na relação entre o Estado e a comunidade científica.

Entre outros factores, esse profissionalismo implicara uma substancial diminuição da incerteza - na gestão de prazos, orçamentos, contratos, iniciativas e na previsibilidade do futuro imediato.

A actividade de investigação científica e tecnológica, ao nível de país desenvolvido, é cara e é de risco. As unidades de investigação empenham-se em envolver o país nos projectos europeus dos vários programas mas, como se sabe, nada é garantido à partida. Muita da investigação depende hoje de Institutos de direito privado e sem fins lucrativos cuja sobrevivência com saúde é politicamente relevante.

Os programas da FCT são um complemento necessário, um instrumento indispensável para aumentar a estabilidade da formação de massas críticas e know how crítico no nosso ainda débil sector da investigação nacional.

Quando essa estabilidade não existe, dois efeitos perversos surgem: a) a audácia diminui e as decisões de investimento contraem-se, e perdem-se oportunidades, porque a incerteza é insustentável; e b) dispensam-se recursos e amputam-se valores, porque a percepção do risco vem intensamente amplificada e é preciso minimizá-lo, a custo de actividade reduzida.

Não há medida melhor de economia de recursos do que manter uma programação estável ao nível de responsabilidade da FCT. Também na condução da política de investigação científica, o Estado tem que ser uma pessoa de bem e confiável. Chega de terceiro mundismo.

O Governo tem que gerar confiança nos agentes do sistema científico nacional. Infelizmente, vimos esperando em vão sinais reconfortantes.