PARA
ONDE QUEREMOS IR
Um grau de liberdade que distingue o INESC Porto de um
ambiente académico clássico (como a FEUP) é a capacidade
de ser selectivo, em alto grau, nas áreas de
especialização que decide cobrir.
A Universidade não pode renunciar, tem o dever de
procurar cobrir todas as áreas do conhecimento, sob pena de
perder a sua característica mais essencial e nobre, que é
a des er universal. Isso tem, porém, um preço, muitas
vezes pago, que é o de cobrir muitas das áreas de forma
fina e com ausência de massas críticas.
O INESC Porto, pelo contrário, tem toda a liberdade para
definir as áreas em que pretende agir. Pode renunciar a se
ocupar de temas ou matérias, mesmo da sua área de
especialidade, e pode desenvolver uma política de
densificação de recursos humanos, de especialização e de
constituição de massas críticas em áreas seleccionadas.
O INESC Porto evidencia, desta forma, mais uma forma de
ser complementar da FEUP. Na articulação das políticas
académicas desta com as políticas técnico-científicas
daquele é que se apreciarão as grandes vantagens deste
modelo de actuação dual, que se vem afirmando como uma
originalidade portuguesa e cujos resultados vêm tendo a ser
objecto de observação e estudo por entidades estrangeiras.
Estamos no tempo histórico certo para definirmos novas
áreas de trabalho e novas apostas científicas e
tecnológicas e defini-las com ambição. Seria importante,
nalgumas áreas, conseguirmos colocar o Porto no mapa
mundial da ciência e da tecnologia, como um dos polos de
excelência mundial.
Convoquemos o nosso esforço colectivo para essa tarefa
exigente de visão estratégica. Não temos desculpa,
reunem-se no INESC Porto meia centena de doutorados, como
poderemos acreditar que estes especialistas não serão
capazes de segregar o pensamento necessário?
Importa-nos, no INESC Porto, reflectir. É preciso pensar
o futuro e definir para onde queremos ir.