O dia 21 de Junho de 2005 ficará na história do INESC Porto
como aquele em que o Presidente da República visitou o INESC
Porto. Um homem, falível como os demais, entra, faz um
discurso, descerra uma placa, porventura distribui alguns
cumprimentos, sorrisos, comentários de circunstância.
Depois, vai embora - e que fica?
Para os cépticos, porventura para os cínicos, fica a
placa.
Para outros, que conseguem ver para lá do que se pode
ver, quem fica somos Nós.
Antes, era como se fôssemos um não-ente. Bem podíamos ser
invisíveis. Esse homem, porém, não vem só: traz com ele os
olhos dos portugueses, é como se fosse os olhos dos dez
milhões olhando para nós e reconhecendo que existimos, traz
com ele o afago e o estímulo dos dez milhões e nós bem
precisamos disso, que os tempos não estão para facilitar.
Este homem que é Presidente e que, por força disso, não é
um homem mas dez milhões, vem dizer-nos: "Bom trabalho, pá!"
e, ao olhar para nós com olhos de multidão, também
porventura estará a dizer algo aos dez milhões do que é
preciso ser feito e de como pode ser feito.
Vale a pena sentir um dia assim. É o dia mais longo do
ano, e bem bom que o seja, para acomodar todo o orgulho que
nos faz sentir.
Antes de ele vir, estávamos nós, mas sós. Quando ele se
for, ficamos nós, e Nós - nós, os do INESC Porto, e Nós, os
dez milhões connosco.
(nota: este Editorial concebe-se antes
do dia 21 e, por isso, pode ocorrer que, por um imprevisto,
a visita não ocorra - mas ocorrerá então num outro dia, e o
sentimento será o mesmo)
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