B o l e t i m Número 53 de Julho 2005 - Ano IV
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O p i n i ã o  

Tribuna
Na primeira entrevista desde que assumiu as funções de presidente do INESC Porto, José Manuel Mendonça revela, em exclusivo para o BIP, como vê o INESC Porto depois de 10 anos de ausência a comandar os destinos da Agência de Inovação e da Fundação Ilídio Pinho
 
A Vós a Razão
Colaborador revela: "Tendo iniciado a minha colaboração com o INESC Porto em Maio, confesso que, à partida, não imaginaria tantas oportunidades para conhecer as suas forças. As comemorações dos 20 anos do INESC Porto têm sido reveladoras do dinamismo da instituição"

Galeria do Insólito
Na visita do Presidente da República esteve uma pessoa escondida dentro do armário. Seria um potencial terrorista, homem-bomba, assassino sem dó nem piedade?...
 
Asneira Livre
Colaborador reflecte: "O balanço destes cinco anos de torneio é bastante positivo: permitiu a criação de inúmeras amizades, melhorou o dia-a-dia com os comentários e brincadeiras referentes e inerentes ao assunto..."

Biptoon
Mais cenas de como Bamos Indo Porreiros...

Carpe Diem
Descubra nesta secção quem são os aniversariantes do mês de Agosto

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E S P E C I A L

VI – A história da Unidade de Optoelectrónica

Comemoração dos 20 anos do INESC no Porto

Grupo de Optoelectrónica (1985)

Até ao final de 2005, a secção Especial do BIP será dedicada à comemoração dos 20 anos do INESC no Porto.

No sexto “capítulo”, o BIP saiu em busca dos projectos que mais marcaram a história da Unidade de Optoelectrónica e Sistemas Electrónicos (UOSE) e dos responsáveis que estiveram na origem da sua criação.

A actividade em sensores de fibra óptica, que tem caracterizado fortemente a UOSE, remonta ao fim dos anos 80 do século passado. No início dessa década, as comunicações por fibra óptica eram o tópico de I&D em efervescência. Nesse tempo, o Departamento de Física da FCUP tinha uma actividade em Óptica incipiente, orientada sobretudo para a holografia óptica.

Para António Pereira Leite, José António Salcedo (então jovens doutorados regressados a Portugal) e Manuel Barros, a percepção de que as comunicações ópticas poderiam tornar-se um pólo aglutinador e dinamizador da actividade de I&D levou-os à criação de raiz de um grupo de Optoelectrónica e Comunicações Ópticas no Departamento de Física.

A formação em Lisboa do INESC em 1980, com posterior extensão ao Porto (1984), veio criar condições para um enquadramento e um posicionamento compatíveis com uma visão moderna e consequente da actividade de I&D numa matriz universitária. A partir de 1982 o INESC em Lisboa passou a contratualizar projectos de I&D ao Grupo de Optoelectrónica do Departamento de Física da FCUP, o que de alguma forma marca o início informal da actividade do INESC no Porto.

Na sequência desta actividade, estabeleceram-se parcerias com o Departamento de Engenharia Electrotécnica da FEUP, o que possibilitou a concepção do projecto SIFO (Sistemas Integrados por Fibra Óptica). Este projecto, que foi aprovado em 1984 com um financiamento substancial, arrancou em 1985, possibilitando a envolvente financeira e institucional para a implementação formal do INESC no Porto, na altura INESC Norte.

Com a execução deste projecto foi criada uma infra-estrutura tecnológica que permitiu um redireccionamento da actividade para uma área emergente no fim dos anos 80: sensores de fibra óptica. Em 1989 a UOSE integrou um consórcio europeu para o desenvolvimento de sensores em fibra óptica para aplicações aeronáuticas - o projecto NOSCA. O sucesso deste projecto trouxe outros projectos europeus e uma dinâmica de actividade que se estendeu à pós-graduação.




Reunião do projecto NOSCA (Smiths Industries, Reino Unido, 1990)

Desde cedo se perspectivou que a internacionalização seria o caminho que permitiria posicionar a UOSE num contexto de procura de excelência. Assim, logo em 1988 foram estabelecidas parcerias ao nível de I&D e formação pós-graduada com a Universidade de Strathclyde em Glasgow e com a Universidade de Kent em Canterbury, que potenciaram estágios de mestrado e doutoramento e alavancaram a actividade intramuros para uma visibilidade internacional.

A década de 90 trouxe o programa Ciência e os programas de apoio à indústria (PEDIP I e II) que transformaram qualitativamente a infra-estrutura tecnológica do INESC Porto/UOSE. Esta infra-estrutura potenciou um avanço no impacto da actividade da UOSE. Um pouco por um acaso feliz mas determinado, a infra-estrutura de óptica integrada, filmes finos, ablação laser e fibras ópticas, permitiu o desenvolvimento de um tópico à época perfeitamente inovador: redes de Bragg em fibra óptica. A UOSE esteve na linha da frente na Europa no fabrico desses dispositivos que, como hoje se confirma, vieram a revestir-se de uma importância fundamental para a sua actividade.

Os anos 90 trouxeram também a internacionalização mas agora de sentido inverso: investigadores estrangeiros, especialmente russos, vieram para o INESC Porto desenvolver actividade de investigação, enquadrando trabalhos de pós-graduação e criando massa crítica numa nova área: fontes laser em fibra óptica.

Visita do Presidente da República (15 de Março de 1996)

Em 1996 a visita do Presidente da República deu uma visibilidade pública à relevância e interesse da actividade em Optoelectrónica que foi fundamental para esclarecer as dúvidas e perplexidades existentes na altura sobre esta área de I&D no INESC Porto. De facto, apesar do notável apoio do Presidente do INESC Porto, Prof. Pedro Guedes de Oliveira, em particular e da Direcção em geral, questionava-se em alguns círculos a viabilidade de uma actividade de base tecnológica com reduzida implantação industrial.

A equipa (incompleta) de Optoelectrónica em 1996

A partir daí a história é mais conhecida. Vários projectos de I&D em consórcio, com a Cabelte e a EFACEC, dos quais os mais relevantes foram LIPA, BRAGG, HIPOWER, a par de um conjunto diversificado de projectos de I&D criaram a base de conhecimento e know-how que hoje caracteriza a UOSE.



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