Por Graça Barbosa*
Provavelmente já terão ouvido falar na epidemia que
grassa um pouco por toda a parte no edifício-sede do INESC
Porto, com especial incidência no 4º andar, mais
propriamente na área do DIL! Aos distraídos que ainda não
ouviram falar, passo a explicar: essa afecção, felizmente
benigna, costuma manifestar-se visivelmente, a partir de
algum tempo de incubação, no crescimento anormal das
barrigas das pessoas afectadas (fig.1). É também habitual
durar nove meses a “incubar” e quatro ou cinco meses a
“curar”. Saliente-se que é – para já - exclusiva de
mulheres, apesar de alguns homens apresentarem aquele mesmo
sintoma (fig.2).
O contágio é de tal ordem que atingiu mesmo pessoas
exteriores ao DIL, mas que estão localizadas no mesmo espaço
ou que, por motivos profissionais, ali passam muito tempo.
Cuidem-se, pois, aquelas que ainda não foram afectadas, pois
o mais provável é que o sejam brevemente!
E o que deverá fazer, em tais circunstâncias, a
responsável de um Departamento maioritariamente constituído
por mulheres, em que quase metade delas está na fase de
“incubação” ou da “cura”? Rir ou chorar? Confesso que a
minha primeira reacção foi de incredulidade e a vontade foi
mesmo de chorar. Mas depois pensei: há que apoiar o
rejuvenescimento da população portuguesa, há que encontrar
um antídoto contra a crise e a depressão, há que renovar a
esperança em melhores dias. E que maior prova de esperança
no futuro que esta vontade de ter filhos, por parte de
mulheres informadas, profissionais competentes e dedicadas?
Tenho a certeza que não aconteceu por acaso ou descuido!
Não, tenho a certeza que tudo foi muito bem planeado! Senão,
como haveriam de ficar grávidas todas ao mesmo tempo
(Socorro!)? Só com um planeamento rigoroso poderia chegar-se
a tal resultado!
Agora a sério: vendo as coisas pelo lado positivo, acho
que a época que se avizinha será um excitante desafio à
capacidade de planeamento e organização, à capacidade de
adaptação a novas circunstâncias e de lidar com situações
imprevistas. Por outro lado, será uma oportunidade única de
refrescar os quadros do DIL, substituindo as “barrigudas”
por pessoas novas, sem vícios e até, quem sabe, muito mais
produtivas. Vai ser uma animação, umas a sair, outras a
entrar, nada de ver sempre as mesmas caras e de fazer as
coisas sempre da mesma maneira! Será a verdadeira
oportunidade para a inovação nos serviços!
Como já terão pressentido, estou à beira de um ataque de
nervos! Faço, desde já, um pedido especial à Direcção: se eu
sobreviver, mantendo um razoável estado de sanidade mental,
assim que a última das “barrigudas”
regressar ao trabalho, posso tirar dois meses de férias,
seguidinhos, seja em que altura for? Obrigada!
P.S. Agora mesmo, mesmo a sério: claro que estou
preocupada, pois refiro-me a profissionais competentes e
dedicadas, com quem estou habituada a contar e que me farão
muita falta. Não obstante, estou feliz e solidária com elas
e desejo-lhes as maiores alegrias para os próximos tempos!
* Colaboradora do Departamento de
Informação e Logística (DIL)
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