B o l e t i m Número 59 de Fevereiro 2006 - Ano VI

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O p i n i ã o  

A Vós a Razão
Colaborador adverte: “Enganam-se aqueles que pensam que toda esta intempérie é capaz de perturbar a boa disposição de quem aqui trabalha...”

Galeria do Insólito
Será que as traduções automáticas feitas pelo Google são mesmo de confiança? Elas servem para nos facilitar a vida, mas será que não nos deixam ficar mal?

Asneira Livre
Colaborador lança questões que o preocupam: “É mesmo necessário esta temperatura interna? Sim, chega a ser cómico vindo da rua cedo, com kispo, casaco, cachecol e todas as roupas necessárias para o Inverno e é o chegar à entrada e cachecol fora, o subir as escadas e kispo fora, é um semi-strip até ao posto de trabalho.”

Biptoon
Bamos Indo Porreiros

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A  V Ó S  A  R A Z Ã O

Trabalhar e Aprender

Por António Ferreira*

A primeira vez que entrei no edifício do INESC Porto foi em Janeiro de 2005. O objectivo era realizar o meu projecto de final de curso na área de Energias Renováveis, um tema que por um qualquer motivo me foi agarrando e dando vontade de trabalhar. A oportunidade surgiu por convite do professor Cláudio Monteiro e tomei a minha decisão. Pouco sabia sobre esta instituição e sobre a forma como essa decisão iria mudar o meu futuro.

Apesar de os agradecimentos serem normalmente feitos no final, eu começo por agradecer a todos aqueles que tão bem me receberam na altura e fizeram com que fosse tão fácil integrar-me num local até então desconhecido (é claro que neste grupo tem importância especial a malta da Unidade de Sistemas de Energia com quem convivo diariamente e sabe que esta parte lhe toca ;) ). Logo aí percebi que o ambiente de trabalho dificilmente pode ser melhor do que aquele que se vive no INESC Porto, mas quanto ao ambiente de trabalho, conto voltar a este assunto mais à frente.

O primeiro impacto do INESC Porto é este: aqui posso trabalhar e aprender, sendo que a segunda vertente marca aquilo que é agora o meu dia-a-dia. É claro que a palavra aprender aparece ligada à investigação, mas paralelamente poder aplicar conhecimentos e discutir assuntos com os melhores é gratificante. Para mim, o INESC Porto é por vezes um extensão da faculdade de engenharia com tudo o que tem de positivo (e negativo) o facto de já não sermos alunos. A oportunidade de trabalhar com aqueles que me ensinaram e continuam a ensinar é, de facto, enriquecedora. Para além disso tenho agora novos “professores”, todos aqueles que partilham o open-space da USE, ou outras salas vizinhas, e que estão sempre dispostos a ajudar na resolução de qualquer problema sem que seja sequer preciso pedir ajuda...

A aproximação das pessoas é feita não só pelo trabalho, ainda que este dê um contributo importante. Todas as actividades lúdicas criadas, como convívios, torneios, jantares, aniversários e até o próprio BIP, criam laços e ajudam a que tenhamos esta casa como nossa, e não apenas como um local de trabalho. Neste aspecto, talvez tenha tido alguma sorte porque cheguei ao INESC Porto em ano de comemorações, mas estou certo que este ano serão comemorados da mesma forma os 21 anos do INESC Porto J.

Bom, de volta ao ambiente de trabalho... Como já tinha dito, dificilmente poderia ser melhor. Por vezes temos vozes e ruídos mirabolantes que vão saindo da “máquina diabólica” (atendedor de chamadas) que algumas vezes nos oferece ainda músicas realmente inspiradoras e dignas da melhor das selecções musicais (e em vários idiomas). As estações do ano não existem no INESC Porto, é simples, é verão todos os dias, esta sala está devidamente planeada para criar um proveitoso efeito de estufa que ajuda os nossos cérebros a crescer para que possamos trabalhar melhor J. Temos caixas de correio com comportamentos bizarros e com uma secção de SPAM interna dificilmente superável (se conseguem enviar mails já estão cheios de sorte...). Por vezes aparece uma banda sonora de um ou outro PC que apenas é batida pelo nível da “máquina diabólica”.

Para chegar aqui ultrapassamos tortuosos caminhos até ao parque de estacionamento que são indispensáveis para nos dar o abanão necessário pela manhã e ao final do dia para que a vida nos corra bem, e que contribuem ainda para a nossa boa forma física (mesmo quem não vem a pé, tem que lavar o carro com maior frequência).

Enganam-se aqueles que pensam que toda esta intempérie é capaz de perturbar a boa disposição de quem aqui trabalha. É difícil importunar quem está bem acompanhado e gosta do que faz.

O CONSULTOR DO LEITOR COMENTA
Caro António,
A ideia madre desta secção do BIP era a disponibilização de um espaço aos leitores (ávidos!) do BIP, para que pudessem questionar aspectos da nossa vida (de forma negativa ou positiva) e, eventualmente, gerar diálogo, mais ou menos polémico.

Cumpre registar que, afinal, grande parte das contribuições (responsáveis, assinadas, dando a cara) acaba por ser lisonjeira para o nosso ambiente e a nossa instituição. É com imenso agrado que as vamos registando. Porém, os motivos para comentar, o espaço que o consultor do leitor poderia ocupar oferecendo opiniões em contraponto às publicadas, ficam notavelmente reduzidos.

Há, porém, este facto a decantar: o nosso ambiente é genericamente considerado muito bom. Não é uma avaliação enviesada ou tendenciosa: os testemunhos são tantos, que nos incitam à reflexão: quais os factores que cultivamos, quais os aspectos diferenciadores que sustentamos, que nos proporcionam essa qualidade de estar?

Não para que fiquemos a olhar para o umbigo e a pensar, em auto - elogio, que só nos falta um piercing.

Mas para que possamos acarinhar e potenciar esses factores, esses aspectos. Aumentam o nosso potencial de competitividade e geram felicidade nas pessoas.

 

* Colaborador da Unidade de Sistemas de Energia (USE)



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