Por António Ferreira*
A primeira vez que entrei no edifício do INESC Porto foi
em Janeiro de 2005. O objectivo era realizar o meu projecto
de final de curso na área de Energias Renováveis, um tema
que por um qualquer motivo me foi agarrando e dando vontade
de trabalhar. A oportunidade surgiu por convite do professor
Cláudio Monteiro e tomei a minha decisão. Pouco sabia sobre
esta instituição e sobre a forma como essa decisão iria
mudar o meu futuro.
Apesar de os agradecimentos serem normalmente feitos no
final, eu começo por agradecer a todos aqueles que tão bem
me receberam na altura e fizeram com que fosse tão fácil
integrar-me num local até então desconhecido (é claro que
neste grupo tem importância especial a malta da Unidade de
Sistemas de Energia com quem convivo diariamente e sabe que
esta parte lhe toca ;) ). Logo aí percebi que o ambiente de
trabalho dificilmente pode ser melhor do que aquele que se vive
no INESC Porto, mas quanto ao ambiente de trabalho, conto voltar a
este assunto mais à frente.
O primeiro impacto do INESC Porto é este: aqui posso
trabalhar e aprender, sendo que a segunda vertente marca
aquilo que é agora o meu dia-a-dia. É claro que a palavra
aprender aparece ligada à investigação, mas paralelamente
poder aplicar conhecimentos e discutir assuntos com os
melhores é gratificante. Para mim, o INESC Porto é por vezes um
extensão da faculdade de engenharia com tudo o que tem de
positivo (e negativo) o facto de já não sermos alunos. A
oportunidade de trabalhar com aqueles que me ensinaram e
continuam a ensinar é, de facto, enriquecedora. Para além
disso tenho agora novos “professores”, todos aqueles que
partilham o open-space da USE, ou outras salas vizinhas, e
que estão sempre dispostos a ajudar na resolução de qualquer
problema sem que seja sequer preciso pedir ajuda...
A aproximação das pessoas é feita não só pelo trabalho,
ainda que este dê um contributo importante. Todas as
actividades lúdicas criadas, como convívios, torneios,
jantares, aniversários e até o próprio BIP, criam laços e
ajudam a que tenhamos esta casa como nossa, e não apenas
como um local de trabalho. Neste aspecto, talvez tenha tido
alguma sorte porque cheguei ao INESC Porto em ano de comemorações,
mas estou certo que este ano serão comemorados da mesma
forma os 21 anos do INESC Porto J.
Bom, de volta ao ambiente de trabalho... Como já tinha
dito, dificilmente poderia ser melhor. Por vezes temos vozes
e ruídos mirabolantes que vão saindo da “máquina diabólica”
(atendedor de chamadas) que algumas vezes nos oferece ainda
músicas realmente inspiradoras e dignas da melhor das
selecções musicais (e em vários idiomas). As estações do ano
não existem no INESC Porto, é simples, é verão todos os
dias, esta sala está devidamente planeada para criar um
proveitoso efeito de estufa que ajuda os nossos cérebros a
crescer para que possamos trabalhar melhor
J. Temos caixas de correio com
comportamentos bizarros e com uma secção de SPAM interna
dificilmente superável (se conseguem enviar mails já estão
cheios de sorte...). Por vezes aparece uma banda sonora de
um ou outro PC que apenas é batida pelo nível da “máquina
diabólica”.
Para chegar aqui ultrapassamos tortuosos
caminhos até ao parque de estacionamento que são
indispensáveis para nos dar o abanão necessário pela manhã e
ao final do dia para que a vida nos corra bem, e que
contribuem ainda para a nossa boa forma física (mesmo quem
não vem a pé, tem que lavar o carro com maior frequência).
Enganam-se aqueles que pensam que toda esta intempérie é
capaz de perturbar a boa disposição de quem aqui trabalha. É
difícil importunar quem está bem acompanhado e gosta do que
faz.
O CONSULTOR DO LEITOR COMENTA
Caro António,
A ideia madre desta secção do BIP era a disponibilização de
um espaço aos leitores (ávidos!) do BIP, para que pudessem
questionar aspectos da nossa vida (de forma negativa ou
positiva) e, eventualmente, gerar diálogo, mais ou menos
polémico.
Cumpre registar que, afinal, grande parte das
contribuições (responsáveis, assinadas, dando a cara) acaba
por ser lisonjeira para o nosso ambiente e a nossa
instituição. É com imenso agrado que as vamos registando.
Porém, os motivos para comentar, o espaço que o consultor do
leitor poderia ocupar oferecendo opiniões em contraponto às
publicadas, ficam notavelmente reduzidos.
Há, porém, este facto a decantar: o nosso ambiente é
genericamente considerado muito bom. Não é uma avaliação
enviesada ou tendenciosa: os testemunhos são tantos, que nos
incitam à reflexão: quais os factores que cultivamos, quais
os aspectos diferenciadores que sustentamos, que nos
proporcionam essa qualidade de estar?
Não para que fiquemos a olhar para o umbigo e a pensar,
em auto - elogio, que só nos falta um piercing.
Mas para que possamos acarinhar e potenciar esses
factores, esses aspectos. Aumentam o nosso potencial de
competitividade e geram felicidade nas pessoas.
* Colaborador da Unidade de Sistemas de
Energia (USE)
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