A Unidade de
Optoelectrónica e Sistemas Electrónicos (UOSE) participou, na noite
de 6 para 7 de Abril, num ensaio de carga na ponte Luís I que teve
como objectivo o reforço da ponte para permitir suportar a passagem
do Metro do Porto.
O ensaio foi
instrumentado com sensores convencionais (de base eléctrica) num
processo a cargo do Grupo de Estruturas do Departamento de Engenharia
Civil da UP. Aproveitando a oportunidade, a UOSE colocou na ponte
quatro cabeças sensoras destinadas à medição de deformação, as
quais incluíam determinação independente da temperatura.
No ensaio, duas
cabeças sensoras foram colocadas no arco da ponte e outras duas num
dos vãos, sendo a tecnologia sensora utilizada baseada nas fibras
ópticas, em particular nas designadas estruturas de Bragg. Segundo o
coordenador da UOSE, José Luís Santos, tudo funcionou pelo melhor,
tendo a tecnologia óptica passado com distinção no teste realizado.
"De facto a
concordância entre os resultados obtidos utilizando-se estas duas
tecnologias é total", referiu o professor. Além disso,
"com os sensores ópticos foi possível obter resultados
dinâmicos (por exemplo, observar-se o tráfego a passar na ponte), o
que não pode ser conseguido com a tecnologia habitualmente utilizada
nestes testes (limitada a constantes de tempo da ordem dos 10
segundos)".
José Luís Santos
lembra que a noite foi "enriquecida" com um problema de
software que teve origem no nome que habitualmente se dá à ponte (D.
Luís) e que só foi resolvido quando os camiões já estavam
perfilados para o seu percurso no tabuleiro! Com a adrenalina ao
rubro, um dos colegas presentes na altura dizia "... nem nos
filmes!".
Em face dos
resultados obtidos, surgiu a ideia de monitorizar a ponte durante 24
horas seguidas de modo a acompanhar-se a resposta da mesma aos ciclos
de tráfego e à variação térmica diurna. Assim, pelas 16 horas
do dia 8 de Abril foi dado o tiro de partida. Durante 24 horas, a
equipa da UOSE revezou-se de vigia ao equipamento localizado no átrio
dos Móveis Lima, à entrada da ponte do lado de Gaia. Foi a
oportunidade de se realizarem tertúlias bem agradáveis, tendo as
várias equipas da UOSE tido frequentes visitas de inesquianos do
Porto, incluindo uma visita da Direcção.
Os resultados vão
agora ser analisados, sendo interessante mencionar um comentário de
um investigador da UOSE que referiu que provavelmente o sistema seria
capaz de detectar uma pessoa aos saltos na ponte.
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