Jorge Pinho de Sousa e António Lucas Soares da Unidade de
Engenharia de Sistemas de Produção (UESP) têm participado
activamente, em conjunto com especialistas da Alemanha,
Holanda, Reino Unido, Suécia e República Checa, no projecto
europeu THINKcreative. Este projecto tem como missão
principal identificar as formas organizacionais emergentes,
as infra-estruturas necessárias, as ferramentas de modelação
e gestão e as necessidades sócio-organizacionais das
empresas, para os próximos 5, 10 e 20 anos. A actividade
desenvolvida no âmbito do THINKcreative vem consolidar um
dos objectivos estratégicos da UESP, contribuindo para a
melhoria do desempenho global de empresas industriais.
Consórcio
europeu
O projecto
THINKcreative - Thinking network of experts on emerging
smart organizations (IST-2000-29478), em que a UESP
participa, teve início em
Outubro
de 2001, terminando em Março de 2004.
O projecto é liderado pela UNINOVA (da Universidade Nova
de Lisboa), tendo como coordenador Luís Camarinha de Matos
e, além de Jorge Pinho de Sousa e António Lucas Soares do
INESC Porto, congrega um conjunto de investigadores ou
responsáveis de várias instituições europeias, com forte
actividade neste domínio.
De entre estas instituições destacam-se o IAO - FhG (Fraunhofer
Institute for Industrial Engineering, Alemanha), a
Universidade de Amesterdão, a CAS Software AG (Alemanha), a
Universidade Técnica da Checoslováquia, o CeTIM
(Universidade de Munique), o Enterprise Integration
Institute (Universidade de Cranfield), a Skandia Insurance
Company (Suécia), e o RAL (RoundRose Associates, do Reino
Unido).
Identificar
as formas organizacionais emergentes
A missão genérica do THINKcreative
consistiu em identificar as formas organizacionais
emergentes, as infra-estruturas necessárias, as ferramentas
de modelação e gestão, e as necessidades
sócio-organizacionais das empresas a longo prazo, ou seja,
para os próximos 5, 10 e 20 anos.
Como metas específicas, esta iniciativa inovadora
procurou caracterizar e estruturar a forma dinâmica como
evoluem as organizações e as novas formas de cooperação
inter-empresarial.
Procuraram
também encontrar-se novos tipos de relacionamento entre
indivíduos e organizações (no contexto das novas tecnologias
de Informação e de Comunicação), novos sistemas de valores e
medidas de desempenho. Foram ainda estudadas as relações
entre sistemas globais de produção e sistemas locais “customizados”,
e caracterizados os consequentes requisitos em termos de
competências e de formação.
Iniciativas do projecto
Ao longo de mais de três anos, o
projecto promoveu inúmeras iniciativas, entre as quais 13
encontros regionais com especialistas locais, vindos da
indústria e da universidade, bem como vários workshops com a
participação de “visionários” em áreas tão diversas como a
sociologia ou a teoria da complexidade.
O primeiro destes encontros foi organizado pelo INESC
Porto, em Fevereiro de 2002, no Porto, sob o tema “As novas
formas de colaboração inter-empresarial e o papel das novas
tecnologias de Informação e de comunicação no seu
desenvolvimento”.
Foi
ainda promovido um estudo “delphi” que teve uma elevada taxa
de participação e que permitiu consolidar muitos dos
resultados entretanto obtidos.
A actividade do projecto foi sendo divulgada, ao longo do
tempo, através de uma “newsletter” semestral e de um sítio
na “web” (www.thinkcreative.org)
Publicações, conferências e
um “green book”
O projecto deu origem a várias
comunicações científicas em conferências internacionais das
quais se deve realçar o PRO-VE (IFIP Working Conference on
Infrastructures for Virtual Enterprises) cuja 4ª edição teve
lugar em Lugano, na Suiça, no passado mês de Outubro de
2003. Os “proceedings” desta conferência têm, na área, uma
enorme importância, já que reflectem de certa forma, o “estado-da-arte”.
Mas um dos resultados mais interessantes do projecto foi
o livro “COLLABORATIVE NETWORKED ORGANIZATIONS - A research
agenda for
emerging
business models”, editado pela Kluwer Academic Publishers, e
que será apresentado publicamente no final deste mês, em
Bruxelas.
Para além de contribuições de todos os parceiros do
projecto, foram ainda integrados textos de autores de
regiões muito diferentes da Europa (como o Brasil e a
Austrália) com os quais se procurou reflectir a variedade e
especificidade das abordagens a estes problemas.
Neste livro, o INESC Porto contribuiu com um capítulo
sobre “Modeling social aspects of collaborative networks”
(António Lucas Soares e Jorge Pinho de Sousa) e com um
pequeno caso de estudo sobre formas colaborativas emergentes
(Jorge P. Sousa).