O INESC Porto tem vindo a beneficiar nos últimos anos do
apoio do Programa de Incentivos à Modernização da Economia
(PRIME), cujo objectivo é reforçar a produtividade e a
competitividade das empresas e promover novos potenciais de
desenvolvimento. Este apoio reflecte-se na actividade do
INESC Porto através do desenvolvimento de projectos de I&D
nacionais e europeus, envolvendo ainda actividades internas
que possibilitem a transferência de tecnologia e
conhecimento para o tecido económico. Não menos importante
tem sido o apoio à formação, que tem elevado as
qualificações e competências dos colaboradores. Inovar e
modernizar são as palavras de ordem.
Os
projectos de I&D
Uma das componentes deste Programa é o apoio à realização de
projectos de I&D aplicados, com demonstração empresarial, no
âmbito de candidaturas a projectos nacionais ou do
co-financiamento de projectos europeus (Medida 3.1 – Acção C
e os Projectos Mobilizadores).
Nesta componente integram-se, por exemplo, os projectos
G-FORS, More Care, Redes de Cooperação Empresarial,
Metavision e SIGDiC, que contaram todos com o apoio
financeiro do PRIME.
Desenvolvido pela Unidade de Telecomunicações e
Multimédia (UTM), o
projecto
europeu G-FORS (Generic Format for Storage) produziu e
demonstrou um sistema inovador de produção de programas de
televisão, baseado numa arquitectura genérica de ficheiros -
MXF (Media eXchange Format). Terminado em 2003, este
projecto resultou numa arquitectura que permitiu reduzir os
custos de produção ao disponibilizar os conteúdos duma forma
eficiente e flexível.
No mesmo ano, a Unidade de Engenharia de Sistemas de
Produção (UESP) concluiu e realizou a apresentação pública
das Redes de Cooperação Empresarial, ou seja, de quatro
projectos nacionais desenvolvidos pelo INESC Porto que
visaram melhorar a competitividade empresarial e que já
estão a ser praticados por empresas portuguesas: Co-Operate,
Damascos, Mediat-SME e Smart-SME.
Da responsabilidade da Unidade de Sistemas de Energia
(USE), o projecto nacional MORE CARE
(Sistema
Avançado de Apoio ao Controlo de Redes Isoladas com Elevada
Penetração de Energias Renováveis e Armazenamento de
Energia) pretendeu ajudar os operadores das redes eléctricas
de ilhas (e outras redes isoladas) a tomar decisões sobre a
produção de electricidade de forma económica e aumentando a
segurança de funcionamento, permitindo o reforço da
incorporação de energia renovável, em particular eólica. Foi
concluído em 2003.
O projecto europeu Metavision, terminado no final do
mesmo ano, visou revolucionar os processos de captura,
produção, armazenamento e distribuição de conteúdos para
televisão e cinema. A UTM desenvolveu este sistema inovador
de produção completamente digital que permite uma redução
substancial dos custos e uma maior flexibilidade artística.
Brevemente será concluído e publicitado o SIGDiC (Sistema
Integrado de Gestão e Difusão de Conteúdo), desenvolvido
pela Unidade de
Sistemas
de Informação e Comunicação (USIC). Este projecto nacional
tem como objectivo desenvolver um sistema capaz de integrar
várias fontes de conteúdos (por exemplo, conteúdos Web e de
Agências Noticiosas) e disponibilizá-los automaticamente, ou
semi-automaticamente, em diferentes canais de comunicação
disponíveis (Web, WAP, redes móveis 3G, SMS, email,
teletexto, televisão digital interactiva), ultrapassando as
limitações dos sistemas comerciais existentes.
O apoio às actividades internas
O PRIME apoia ainda actividades internas que visem o reforço
da nossa capacidade de desenvolver e transferir tecnologia e
conhecimento para o tecido económico (através da Medida 3.1
– Acção A). De acordo com Marta Barbas, responsável da área
de Controlo de Gestão do Departamento de Informação e
Logística (DIL), exemplos recentes destas actividades são a
valorização dos resultados de I&D, o desenvolvimento do
projecto Workflow ou a produção de variados suportes de
comunicação e imagem.
O Workflow, por exemplo, tem como missão reduzir ou
eliminar o uso do papel em favor de uma maior eficiência na
gestão interna. É coordenado pelo director Vladimiro Miranda
e envolve uma equipa com elementos do Serviço de Informação
de Gestão (SIG), UESP, USIC e DIL.
Este
projecto segue uma metodologia em espiral que abrange, nesta
altura, os sub-processos de recrutamento, selecção e
contratação de bolseiros, renovação de bolsas, avaliação de
desempenho, elaboração e aprovação de propostas de prestação
de serviços, contratualização de prestação de serviços e
aquisição de equipamento informático.
Para além de aumentar a eficiência dos nossos processos
internos, o Workflow permitiu o desenvolvimento de
competências e capacidades tecnológicas e de consultoria que
o INESC Porto está a disponibilizar no mercado, para
empresas e outras entidades do Sistema Científico e
Tecnológico Nacional (SCTN), cumprindo assim um dos
objectivos dos apoios do PRIME.
Os projectos desenvolvidos no âmbito desta Medida 3.1 –
Acção A estão sujeitos a uma auditoria anual. Em Setembro de
2005, o INESC Porto foi visitado por um grupo de auditoras
do PRIME que puderam comprovar no terreno o trabalho que foi
desenvolvido durante o ano de 2004. Os projectos
mobilizadores e os da Acção C, por seu lado, são avaliados
semestralmente e no final de cada projecto, respectivamente.
Indirectamente, o INESC Porto beneficia ainda de apoios
do PRIME através da prestação de serviços a entidades que
são financiadas pelos respectivos programas e medidas de
apoio, no âmbito de projectos e candidaturas que elas
próprias apresentam e executam.
O
apoio à formação de recursos humanos
O projecto de formação co-financiado pelo PRIME baseia-se
num Plano de Formação Plurianual com duração total de dois
anos, desde Setembro de 2004 até final de Agosto de 2006. No
entanto, o ano de 2005 foi, de facto, aquele em que se
concentrou o maior número de acções de formação. Assim, só
neste ano e até ao final do mês de Setembro, foram
realizadas 3.348 horas de formação, distribuídas por 28
acções de formação e abrangendo 55 colaboradores do INESC
Porto.
Segundo José Carlos Caldeira, nesta área o apoio do PRIME
consiste num “conjunto integrado de acções de formação, que
combina formação vertical (criação ou reforço de
conhecimentos em áreas científicas e tecnológicas) e
horizontal (temas comuns às diversas áreas e unidades,
nomeadamente comunicação, organização, teamwork, entre
outros)”.
A definição deste plano teve como objectivos principais
assegurar as competências internas necessárias ao
desenvolvimento da actividade do INESC Porto e possibilitar
uma actualização permanente dos colaboradores. “Isto é
crucial numa instituição como a nossa e relevante para os
próprios colaboradores”, reconhece o director.
Graça
Barbosa, responsável do DIL, chama a atenção para o facto de
este projecto ter proporcionado formação à generalidade dos
colaboradores do INESC Porto, uma vez que, ao contrário dos
programas tradicionais, onde apenas os activos contratados
são considerados elegíveis, o PRIME admitiu expressamente a
participação de docentes e bolseiros, enquanto formandos.
Como pontos menos positivos do PRIME Formação, a jurista
destaca, por um lado, os limites máximos elegíveis do custo
por hora/formando que, por serem demasiado baixos,
dificultam o acesso a certas acções de formação de alta
qualidade mas com custo elevado e, por outro lado, a
obrigatoriedade de as entidades formadoras serem acreditadas
pelo Instituto para a Qualidade da Formação, o que limita
muito o universo das entidades que poderiam proporcionar
formação de elevada qualidade.
“A conjugação destas duas limitações, comuns a quaisquer
projectos de formação financiados pelo Fundo Social Europeu,
tiveram como consequência, em certos casos, uma qualidade da
formação ministrada aquém das expectativas”, revela Graça
Barbosa. Apesar destas limitações, a responsável admite que
o balanço é francamente positivo.
Isabel
Macedo, que trata directamente desta área no DIL, revela que
"uma das vantagens mais evidentes do Plano de Formação é o
facto de este reflectir as necessidades sentidas, ou pelo
menos apontadas, em cada Unidade, Departamento e Serviço”.
Outros aspectos positivos que a técnica aponta residem na
possibilidade de participação em mais acções de formação,
algumas delas em instituições de renome internacional, e na
forma flexível como a entidade gestora do Projecto acolhe a
forma dinâmica como tem sido gerido o Plano.
Os maiores ganhos
Questionado sobre a forma como os projectos financiados pelo
PRIME permitem apetrechar o INESC Porto para reforçar a sua
capacidade externa, José Carlos Caldeira não hesita em
reconhecer o valor deste apoio. “Os financiamentos do PRIME
na área da inovação destinam-se sobretudo a incentivar e
apoiar o desenvolvimento, a transferência e a endogeneização
pelo tecido empresarial de tecnologia e conhecimento. Assim
sendo, todas as acções e projectos propostos e apoiados no
âmbito do PRIME reforçam sem qualquer dúvida a nossa
capacidade de relacionamento com o exterior”, admite.
Marta
Barbas, principal interlocutora do INESC Porto com o PRIME,
considera que os projectos financiados por este programa se
têm revelado imprescindíveis à manutenção de uma saudável
estrutura financeira no INESC Porto, dotando a instituição
de capacidade financeira para investir em áreas estratégicas
fundamentais, incentivando a ligação ao tecido económico e
permitindo completar, com sucesso, o ciclo da inovação.
Para José Carlos Caldeira, o apoio do PRIME permite
sobretudo acelerar e alargar o âmbito da actuação do INESC
Porto junto do tecido empresarial. “Sem esses apoios, a
nossa capacidade de investir no desenvolvimento de novos
produtos e serviços, na sua valorização e transferência para
o mercado, na promoção e disseminação de soluções avançadas
e inovadoras e no apoio às empresas para a sua correcta e
eficaz endogeneização, seria muito menor”, assume.
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