B o l e t i m Número 55 de Outubro 2005 - Ano VI
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D E S T A Q U E

Programa de Incentivos à Modernização da Economia no INESC Porto

Inovação em PRIMEiro lugar

O INESC Porto tem vindo a beneficiar nos últimos anos do apoio do Programa de Incentivos à Modernização da Economia (PRIME), cujo objectivo é reforçar a produtividade e a competitividade das empresas e promover novos potenciais de desenvolvimento. Este apoio reflecte-se na actividade do INESC Porto através do desenvolvimento de projectos de I&D nacionais e europeus, envolvendo ainda actividades internas que possibilitem a transferência de tecnologia e conhecimento para o tecido económico. Não menos importante tem sido o apoio à formação, que tem elevado as qualificações e competências dos colaboradores. Inovar e modernizar são as palavras de ordem.

Os projectos de I&D
Uma das componentes deste Programa é o apoio à realização de projectos de I&D aplicados, com demonstração empresarial, no âmbito de candidaturas a projectos nacionais ou do co-financiamento de projectos europeus (Medida 3.1 – Acção C e os Projectos Mobilizadores).

Nesta componente integram-se, por exemplo, os projectos G-FORS, More Care, Redes de Cooperação Empresarial, Metavision e SIGDiC, que contaram todos com o apoio financeiro do PRIME.

Desenvolvido pela Unidade de Telecomunicações e Multimédia (UTM), o projecto europeu G-FORS (Generic Format for Storage) produziu e demonstrou um sistema inovador de produção de programas de televisão, baseado numa arquitectura genérica de ficheiros - MXF (Media eXchange Format). Terminado em 2003, este projecto resultou numa arquitectura que permitiu reduzir os custos de produção ao disponibilizar os conteúdos duma forma eficiente e flexível.

No mesmo ano, a Unidade de Engenharia de Sistemas de Produção (UESP) concluiu e realizou a apresentação pública das Redes de Cooperação Empresarial, ou seja, de quatro projectos nacionais desenvolvidos pelo INESC Porto que visaram melhorar a competitividade empresarial e que já estão a ser praticados por empresas portuguesas: Co-Operate, Damascos, Mediat-SME e Smart-SME.

Da responsabilidade da Unidade de Sistemas de Energia (USE), o projecto nacional MORE CARE (Sistema Avançado de Apoio ao Controlo de Redes Isoladas com Elevada Penetração de Energias Renováveis e Armazenamento de Energia) pretendeu ajudar os operadores das redes eléctricas de ilhas (e outras redes isoladas) a tomar decisões sobre a produção de electricidade de forma económica e aumentando a segurança de funcionamento, permitindo o reforço da incorporação de energia renovável, em particular eólica. Foi concluído em 2003.

O projecto europeu Metavision, terminado no final do mesmo ano, visou revolucionar os processos de captura, produção, armazenamento e distribuição de conteúdos para televisão e cinema. A UTM desenvolveu este sistema inovador de produção completamente digital que permite uma redução substancial dos custos e uma maior flexibilidade artística.

Brevemente será concluído e publicitado o SIGDiC (Sistema Integrado de Gestão e Difusão de Conteúdo), desenvolvido pela Unidade de Sistemas de Informação e Comunicação (USIC). Este projecto nacional tem como objectivo desenvolver um sistema capaz de integrar várias fontes de conteúdos (por exemplo, conteúdos Web e de Agências Noticiosas) e disponibilizá-los automaticamente, ou semi-automaticamente, em diferentes canais de comunicação disponíveis (Web, WAP, redes móveis 3G, SMS, email, teletexto, televisão digital interactiva), ultrapassando as limitações dos sistemas comerciais existentes.

O apoio às actividades internas
O PRIME apoia ainda actividades internas que visem o reforço da nossa capacidade de desenvolver e transferir tecnologia e conhecimento para o tecido económico (através da Medida 3.1 – Acção A). De acordo com Marta Barbas, responsável da área de Controlo de Gestão do Departamento de Informação e Logística (DIL), exemplos recentes destas actividades são a valorização dos resultados de I&D, o desenvolvimento do projecto Workflow ou a produção de variados suportes de comunicação e imagem.

O Workflow, por exemplo, tem como missão reduzir ou eliminar o uso do papel em favor de uma maior eficiência na gestão interna. É coordenado pelo director Vladimiro Miranda e envolve uma equipa com elementos do Serviço de Informação de Gestão (SIG), UESP, USIC e DIL.

Este projecto segue uma metodologia em espiral que abrange, nesta altura, os sub-processos de recrutamento, selecção e contratação de bolseiros, renovação de bolsas, avaliação de desempenho, elaboração e aprovação de propostas de prestação de serviços, contratualização de prestação de serviços e aquisição de equipamento informático.

Para além de aumentar a eficiência dos nossos processos internos, o Workflow permitiu o desenvolvimento de competências e capacidades tecnológicas e de consultoria que o INESC Porto está a disponibilizar no mercado, para empresas e outras entidades do Sistema Científico e Tecnológico Nacional (SCTN), cumprindo assim um dos objectivos dos apoios do PRIME.

Os projectos desenvolvidos no âmbito desta Medida 3.1 – Acção A estão sujeitos a uma auditoria anual. Em Setembro de 2005, o INESC Porto foi visitado por um grupo de auditoras do PRIME que puderam comprovar no terreno o trabalho que foi desenvolvido durante o ano de 2004. Os projectos mobilizadores e os da Acção C, por seu lado, são avaliados semestralmente e no final de cada projecto, respectivamente.

Indirectamente, o INESC Porto beneficia ainda de apoios do PRIME através da prestação de serviços a entidades que são financiadas pelos respectivos programas e medidas de apoio, no âmbito de projectos e candidaturas que elas próprias apresentam e executam.

O apoio à formação de recursos humanos
O projecto de formação co-financiado pelo PRIME baseia-se num Plano de Formação Plurianual com duração total de dois anos, desde Setembro de 2004 até final de Agosto de 2006. No entanto, o ano de 2005 foi, de facto, aquele em que se concentrou o maior número de acções de formação. Assim, só neste ano e até ao final do mês de Setembro, foram realizadas 3.348 horas de formação, distribuídas por 28 acções de formação e abrangendo 55 colaboradores do INESC Porto.

Segundo José Carlos Caldeira, nesta área o apoio do PRIME consiste num “conjunto integrado de acções de formação, que combina formação vertical (criação ou reforço de conhecimentos em áreas científicas e tecnológicas) e horizontal (temas comuns às diversas áreas e unidades, nomeadamente comunicação, organização, teamwork, entre outros)”.

A definição deste plano teve como objectivos principais assegurar as competências internas necessárias ao desenvolvimento da actividade do INESC Porto e possibilitar uma actualização permanente dos colaboradores. “Isto é crucial numa instituição como a nossa e relevante para os próprios colaboradores”, reconhece o director.

Graça Barbosa, responsável do DIL, chama a atenção para o facto de este projecto ter proporcionado formação à generalidade dos colaboradores do INESC Porto, uma vez que, ao contrário dos programas tradicionais, onde apenas os activos contratados são considerados elegíveis, o PRIME admitiu expressamente a participação de docentes e bolseiros, enquanto formandos.

Como pontos menos positivos do PRIME Formação, a jurista destaca, por um lado, os limites máximos elegíveis do custo por hora/formando que, por serem demasiado baixos, dificultam o acesso a certas acções de formação de alta qualidade mas com custo elevado e, por outro lado, a obrigatoriedade de as entidades formadoras serem acreditadas pelo Instituto para a Qualidade da Formação, o que limita muito o universo das entidades que poderiam proporcionar formação de elevada qualidade.

“A conjugação destas duas limitações, comuns a quaisquer projectos de formação financiados pelo Fundo Social Europeu, tiveram como consequência, em certos casos, uma qualidade da formação ministrada aquém das expectativas”, revela Graça Barbosa. Apesar destas limitações, a responsável admite que o balanço é francamente positivo.

Isabel Macedo, que trata directamente desta área no DIL, revela que "uma das vantagens mais evidentes do Plano de Formação é o facto de este reflectir as necessidades sentidas, ou pelo menos apontadas, em cada Unidade, Departamento e Serviço”. Outros aspectos positivos que a técnica aponta residem na possibilidade de participação em mais acções de formação, algumas delas em instituições de renome internacional, e na forma flexível como a entidade gestora do Projecto acolhe a forma dinâmica como tem sido gerido o Plano.

Os maiores ganhos
Questionado sobre a forma como os projectos financiados pelo PRIME permitem apetrechar o INESC Porto para reforçar a sua capacidade externa, José Carlos Caldeira não hesita em reconhecer o valor deste apoio. “Os financiamentos do PRIME na área da inovação destinam-se sobretudo a incentivar e apoiar o desenvolvimento, a transferência e a endogeneização pelo tecido empresarial de tecnologia e conhecimento. Assim sendo, todas as acções e projectos propostos e apoiados no âmbito do PRIME reforçam sem qualquer dúvida a nossa capacidade de relacionamento com o exterior”, admite.

Marta Barbas, principal interlocutora do INESC Porto com o PRIME, considera que os projectos financiados por este programa se têm revelado imprescindíveis à manutenção de uma saudável estrutura financeira no INESC Porto, dotando a instituição de capacidade financeira para investir em áreas estratégicas fundamentais, incentivando a ligação ao tecido económico e permitindo completar, com sucesso, o ciclo da inovação.

Para José Carlos Caldeira, o apoio do PRIME permite sobretudo acelerar e alargar o âmbito da actuação do INESC Porto junto do tecido empresarial. “Sem esses apoios, a nossa capacidade de investir no desenvolvimento de novos produtos e serviços, na sua valorização e transferência para o mercado, na promoção e disseminação de soluções avançadas e inovadoras e no apoio às empresas para a sua correcta e eficaz endogeneização, seria muito menor”, assume.



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