O Conselho dos Laboratórios Associados decidiu organizar um
Encontro em Aveiro subordinado ao tema das redes de
cooperação.
A iniciativa é louvável e generosa.
Porém, a poucos dias da sua realização, confrontamo-nos
com uma reflexão de fundo: afinal, para quê uma rede?
O INESC Porto beneficiará de todas as cumplicidades que
lhe permitam ambicionar alvos mais importantes ou mais
vastos, e formar recursos humanos de forma multidisciplinar.
Isso implica alianças e cumplicidades entre instituições,
mais do que entre investigadores.
Todavia, o desporto nacional é a inveja, e a cultura
local é o de ser "rei de coisa nenhuma". Isto são forças
culturais muito fortes que se opõem às alianças e aos
compromissos. É uma das causas de sermos tão carentes em
massas críticas.
Será que os Laboratórios Associados, com sua
classificação de Excelente atribuída pela FCT, podem também
ser catalisador de mudança de atitudes? E, pelo exemplo
prático, mais que pelo discurso, serem também referências a
balizar o comportamento de outros grupos e pessoas?
Não podemos afirmar com certeza que sim. Mas o desafio
está aí, e já houve coragem só em lançá-lo.
Como dizia o fundador do INESC, Prof. Tribolet, o país
precisa de menos excelências e de mais pessoas excelentes.
Essas pessoas temos que ser nós, também.
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