B o l e t i m Número 51 de Maio 2005 - Ano IV
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N o t í c i a s  

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N O T Í C I A S

Multidisciplinaridade no INESC Porto

A propósito do recente Mestrado em Finanças de um engenheiro da Unidade de Sistemas de Energia (USE), o BIP resolveu investigar se havia mais casos deste tipo de multidisciplinaridade no INESC Porto.

Descobrimos uma mão cheia de talentosos investigadores que se licenciaram numa área e complementaram a sua formação pós-graduada noutra, que à partida não teria qualquer relação com a primeira. Não perca as respostas de alguns destes multifacetados.
 

1) O que o levou a escolher uma área diferente da sua formação inicial?
2) Qual foi a mais-valia desta escolha para a sua vida profissional?
 

Paulo Moreira (UOSE), Licenciatura em Física/Matemática Aplicada - Ramo Astronomia, Mestrado em Optoelectrónica e Lasers.

1) A conclusão de uma licenciatura forte do ponto de vista teórico teve a única vantagem de ter adquirido uma bagagem muito forte do ponto de vista da formação que me deu uma capacidade de adaptação na abordagem de novos problemas muito boa.

O facto de a licenciatura ser vocacionada para a astronomia foi o aspecto mais negativo; a astronomia foi uma completa desilusão (não acho o tema interessante para desempenhar uma profissão) e por isso a ligação com o mundo real do trabalho é uma pura fantasia e não é o que o país precisa neste momento.

Após ter concluído a licenciatura, fechei-me numa biblioteca à procura de uma área de investigação que me suscitasse interesse e que tivesse impacto na economia de um país. Fiz a minha escolha e não me arrependo nada de ter mudado, uma vez que, como disse, a minha capacidade de adaptação adquirida foi preciosa e eficaz para essa mudança.

2) A mais-valia é óbvia: a perspectiva de sucesso para o futuro é mais clara quando se opta pelo desenvolvimento de produtos competitivos e útil à sociedade. Permite tanto a opção para uma carreira académica como a do empreendedorismo. Mais palavras para quê?
 

Luís Carneiro (UESP), Licenciatura em Engenharia Electrotécnica e Computadores, Mestrado em Gestão.

1) Em 1987 terminei a licenciatura em Engenharia Electrotécnica. Durante e após a conclusão da licenciatura estive ligado a algumas iniciativas de criação de novas empresas, o que me fez despertar o interesse por temas relacionados com a gestão.

Em 1992 decidi fazer um MBA para complementar a minha formação na área da gestão, por ser uma área do meu interesse e por ser uma área onde sentia necessidade de formação para as funções de responsável de projecto que na altura assumia. Não foi uma opção de mudança de área de trabalho foi mais um complemento da formação em Engenharia que já tinha.

2) O MBA deu-me competências importantes para as funções ligadas à gestão que desempenhei ao longo do tempo e em particular para as funções de coordenação de Unidade que assumo neste momento.
 

Abel Costa (UOSE), Licenciatura em Física, Mestrado em Engenharia Electrotécnica e Computadores

1) Apesar de me ter licenciado em Física, na FCUP, foi na área de óptica e electrónica, em particular com especialização em fibras ópticas. Aliás, foi em Física que se começou a trabalhar em fibras ópticas, donde a incorporação de físicos no grande projecto de arranque do INESC Porto, o projecto SIFO. Assim, a área em que comecei a desenvolver trabalho não era diferente da minha formação inicial. Essa formação inicial foi depois desenvolvida/complementada com pós-graduação em Engenharia Electrotécnica.

2) Esta escolha revelou-se fundamental para a minha vida profissional, pois a minha actividade tem-se vindo a desenvolver na área de fibras ópticas. Mesmo quando entrei para docente da FEUP, continuei a minha investigação em fibras e sistemas ópticos, tendo também ajudado a implementar uma nova disciplina relativa a Comunicações Ópticas da LEEC.
 



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